quinta-feira, março 30, 2006
É óbvio que a aprovação hoje na Assembleia da República da lei das quotas femininas nas listas partidárias foi um erro do PS e algo que deve ser revogado um dia quando a maioria for outra. Não se percebe como é que as mulheres do PS aceitaram uma coisa destas? Ou seja, muitas passam a ter um lugar nas listas não por competência ou por vontade política, mas sim por causa de um quota. É espantoso como aceitaram isto!
 
posted by Jose Matos at 20:03
quarta-feira, março 29, 2006
É coisa que não perco hoje à noite. Há um estranho fascínio por esta série. Mas fiquei espantado ao saber que este agente na vida real é pouco mais velho do que eu. Tem 39 anos, mas parece ter mais.
 
posted by Jose Matos at 19:48
A desconcentração dos serviços do estado por cinco grandes regiões pode ser uma medida perigosa capaz de causar mais problemas às pessoas do que resolvê-los. A extinção de serviços a nível da Segurança Social, da Agricultura, da Juventude pode ser nociva caso não sejam criadas alternativas. Estou muito curioso para ver o que aí vem.

E embora seja um processo independente da regionalização (não tem a componente política) a verdade é que há aqui uma tentativa de regionalizar administrativamente o país. Não sei qual é o sentimento actual das pessoas em relação à regionalização, mas se esta desconcentração correr mal, pouca gente vai querer regionalização no futuro.
 
posted by Jose Matos at 19:23
sábado, março 25, 2006
Os tempos não estão fáceis para quem está na oposição. Na verdade nunca estiveram, mas o Partido Socialista em Estarreja passou grande parte da sua vida na oposição. Portanto, a situação em que se encontra actualmente não é nova. E em tempos difíceis os candidatos são sempre poucos.

Neste contexto, a candidatura e a eleição da deputada Marisa Macedo para líder do PS local é uma solução natural para quem de certa forma já comandava o partido. De facto, o poder e a influência que tinha na estrutura local já eram grandes e é lógico que assuma agora esse poder e essa influência. É também uma candidatura de alguém e de uma equipa comprometida com a derrota de Outubro e desse ponto de vista é um ónus que carrega. Representa aliás uma solução de continuidade com o passado, mas no momento actual era provavelmente a melhor solução que o partido tinha à mão.

O partido vai fazer a travessia do deserto e é natural que pouca gente esteja interessada em liderá-lo durante este período. Mas a candidatura da deputada municipal é também um sinal de que a crispação política vai aumentar em Estarreja.

O estilo agressivo de oposição que defende gera muitas vezes sentimentos de hostilidade e muitas vezes escusados. E a hostilidade não é nem nunca foi a melhor forma de fazer oposição em Estarreja e só pode ter um efeito perverso que é o de criar crispação onde ela não existia.

Fazer oposição é apresentar uma política alternativa e desse ponto de vista estamos longe de perceber o que pensa o PS sobre temas essenciais. Por exemplo, o que pensa sobre o IC 1? Continuamos sem saber o que pensa a respeito das intenções do governo de fazer o IC 1 a nascente. É a favor ou contra? Que política tem para a cultura? Para a habitação, para a juventude? Como é que vai atrai investimento para o parque industrial? Que modelo propõe para sua gestão? A longa entrevista que deu a este jornal não tem uma única ideia a este nível.

Mas além de fazer oposição vai ter à sua frente uma tarefa difícil que é animar um partido que teve uma derrota pesada. Ou seja, um partido que está no chão, desmotivado e desmobilizado. E não vai ser fácil mobilizar um partido que está nestas circunstâncias. Veremos em 2008 como estará o PS em Estarreja?

Mas o mais interessante nesta candidatura é o projecto de poder pessoal que tem para si e para os seus. Não é que exista mal algum nisso, pois as pessoas têm obviamente direito à sua ambição e aos seus projectos de poder. Mas é um facto que é uma candidatura a longo prazo, ou seja, uma candidatura que pretende ter uma palavra decisiva nas eleições de 2009. Portanto, não é uma candidatura apenas para a travessia do deserto é também para a chegada ao oásis. E quem a lidera sabe isso, embora tente dizer que não. Mas aqui ficam os meus votos de boa sorte à nova equipa que espero que seja sagaz o suficiente para perceber as razões do resultado de Outubro. E não se esqueçam: tempos difíceis esperam por vós.
 
posted by Jose Matos at 21:24
sexta-feira, março 24, 2006
Ouvi isto cantado no último disco dos Mesa pela Monica Ferraz e fiquei vidrado na canção.

Where’s the love song to set us free
Too many people down, everything turning the wrong way round

And I don’t know what love will be
But if we stop dreaming now, lord know we’ll never clear the clouds

And you’ve been so busy lately
That you haven’t found the time
To open up your mind

And watch the world spinning gently out of time

Feel the sunshine on your face
It’s in a computer now
Gone are the future (? ) way out in space

And you’ve been so busy lately
That you haven’t found the time
To open up your mind
And watch the world spinning gently out of time

And you’ve been so busy lately
That you haven’t found the time
To open up your mind
And watch the world spinning gently out of time
Tell me I’m not dreaming
But are we out of time
(we’re) out of time (x4)

Blur
 
posted by Jose Matos at 15:04
quinta-feira, março 23, 2006
Existem vários deputados na Assembleia da República com blogues. Nesta página é possível ver quem anda na blogosfera.
 
posted by Jose Matos at 12:42
quarta-feira, março 22, 2006
O tempo desgasta a memória e é natural que o Vladimiro Jorge já não se recorde de uma entrevista que o Presidente da Câmara de Estarreja deu em Dezembro ao Diário de Aveiro e que foi aqui comentada por mim neste post. Ora nessa famosa entrevista o Presidente da Câmara era claro sobre o IC 1 nascente:

“Se perguntarmos, nesta altura, se precisamos de ter aqui o IC1, a resposta é que não precisamos. E certamente precisaremos menos da forma como o Governo desenha, aparentemente, a sua construção. De facto, não precisamos dessa solução para resolver os problemas que temos.”

Portanto, a posição é clara. Não vejo que exista qualquer tipo de conformismo. O que há aqui claramente é uma recusa do traçado a nascente. Não precisamos do IC 1 a nascente e somos contra a essa solução. E eu próprio já apontei aqui várias vezes as incongruências de um traçado a nascente. Vamos ter mais uma auto-estrada com portagens e isso não nos interessa. Para isso temos a A1.

Em relação aquilo que aconteceu durante o tempo em que o PSD esteve no governo a história é conhecida e já foi aqui contada por mim várias vezes. Ver aqui.

Quanto à divulgação do traçado a nascente no Boletim Municipal ou noutro sítio qualquer não é possível, pois até agora não existe simplesmente qualquer solução a nascente. O governo já está no poder há 1 ano e ainda nem sequer conseguiu revogar o despacho do governo anterior que criava o IC 1 a poente. Quanto mais apresentar um traçado a nascente. Portanto, é neste ponto que nós estamos. O mesmo em relação ao TGV.

E como já aqui falei várias vezes desta inépcia do governo em esclarecer os interessados ou em apresentar qualquer solução acho estranho que o PS em Estarreja sobre esta matéria continue em silêncio e não tenha uma posição definida sobre o assunto. Não é possível que um partido que se preocupa com o concelho mantenha um certo silêncio e não diga claramente o que pensa.

Mas sabemos que o silêncio é conveniente. Afinal o PS em Estarreja jamais será capaz de influenciar o governo a mudar o traçado. Jamais será capaz de fazer aquilo que nós fizemos no passado que foi trazer o líder do nosso partido a Estarreja e obrigá-lo a comprometer-se com uma solução a poente ainda ele não era primeiro-ministro. E depois no governo obrigá-lo a revogar a solução a nascente e a apresentar uma solução a poente. É pena que tudo tenha acabado com a dissolução da assembleia. Senão hoje a discussão não seria o traçado a nascente.

Por fim uma chamada de atenção para o post do José Claúdio no Vela Latina sobre este mesmo tema e uma pequena correcção histórica. No tempo do 1º governo de António Guterres era João Cravinho ministro da Obras Públicas a solução a poente foi defendida por este ministro e esteve perto de ser executada. Devido a protestos de agricultores e ambientalistas a mesma foi suspensa. Entretanto, o ministro seguinte (Jorge Coelho) mudou de opinião e a solução passou para nascente. Portanto, durante esse tempo o PS mudou de posição duas vezes com o mesmo primeiro-ministro. Em Estarreja Vladimiro Silva foi de início contra a tal mudança e manisfestou desagrado público pela solução adpotada a nascente. Mas depois resignou-se e escreveu mesmo uma carta ao governo a dizer que compreendia a solução a nascente.
 
posted by Jose Matos at 14:24
terça-feira, março 21, 2006
Era una noche azul; la primavera
inundaba mis sienes y mis manos,
y era el mundo, muchacha, un fruto inmenso,
cálido, abierto, mudo y entregado.

Sentí mi carne desprenderse, irse
por el paisaje misterioso y claro,
mi sangre fue con los arroyos lentos,
mi corazón perdióse en el espacio.

Era hermoso en la piel sentir el roce,
hecho leve suspiro, de los astros,
y tener en la mano, dulcemente,
un murmullo de nubes y de pájaros.

Me fundí con el aire, con las cosas,
sentí el fondo del mundo entre los labios
y palpité, en la noche inmensa, grande,
como un tremendo arcángel derramado.

Rafael Morales
 
posted by Jose Matos at 13:48
segunda-feira, março 20, 2006
Os tempos não estão fáceis para quem está na oposição. Na verdade nunca estiveram, mas o Partido Socialista em Estarreja passou grande parte da sua vida na oposição. Portanto, a situação em que se encontra actualmente não é nova. E em tempos difíceis os candidatos são sempre poucos. Portanto, a candidatura de Marisa Macedo acaba por ser natural neste contexto, pois para quem já comandava o partido é lógico que assuma agora esse poder e essa influência. Não terá tempos fáceis à sua frente, mas sobre essa questão escreverei nos próximos dias quando da saída do meu próximo artigo no Jornal de Estarreja. Agora gostaria obviamente de lhe dar resposta a 4 pontos que levantou na longa entrevista que deu ao Jornal de Estarreja.

Boletim Municipal

Em primeiro lugar vejo que a deputada gostaria que o Boletim Municipal tivesse uma secção para o PS dar a conhecer as suas ideias à população. É uma ideia interessante, mas como nenhuma câmara neste país faz isso, suspeito que seja uma ideia demasiado inovadora para o tempo em que vivemos. Também sei que o PS não o faria se fosse ao contrário (ou seja vós no poder e nós na oposição). Mas como escuto frequentemente queixas do PS contra o Boletim Municipal gostava que o PS em Estarreja arranjasse o exemplo de um boletim municipal que não faça a apologia do trabalho da câmara. Quem quiser pode dar uma vista de olhos pela net onde encontra em várias câmaras os boletins on-line. Ora numa pesquisa rápida não encontrei um único com conteúdo autocrítico ou com alguma secção para a oposição ou a dizer que a câmara errou ali e acolá. Ou são muito secos e trazem apenas as deliberações da câmara (coisa que eu acho demasiado árida para um boletim) ou então são semelhantes ao nosso fazendo apologia do trabalho desenvolvido. E o nosso já agora tem uma qualidade gráfica invejável. Portanto, fico à espera que me apresentem o modelo do boletim ideal. Aquele que vocês faziam caso estivessem no poder.

Parque Industrial

É fácil falar dos 2100 milhões de euros que o governo diz que vai atrair para Portugal. Para já no nosso distrito ainda não apareceu nenhum, mas pelo discurso no jornal parece que não custa nada puxar indústria de ponta para Estarreja. Ora como o governo é do mesmo partido da deputada talvez não fosse má ideia a oposição dar-nos umas dicas de como é que vai atrair indústria de ponta para Estarreja? Ou essa história é como aquela dos milhões prometidos para a construção do Parque Industrial dos quais a gente nunca encontrou o rasto? Eu sei que falar é fácil, mas gostava de ver essa ideia na prática até seria um grande trunfo para o PS mostrar à população do concelho. Oposição capta indústria de ponta para o concelho. Dava um excelente título de jornal.

Cultura

Penso que a deputada não leu o nosso programa eleitoral, pois se tivesse lido não dizia o que diz. O vereador da cultura participou na elaboração do mesmo e sabe que a cultura em Estarreja passa por 4 vectores que descrevi aqui noutro post. Aliás, não é preciso ser vereador para saber aquilo que eu escrevi. Agora a dúvida que tenho é que tipo de cultura defende o PS para Estarreja? Já não me lembro do que vinha no programa eleitoral e como o site do PS permanece em remodelação (já lá vão 5 meses de remodelação) não há maneira de saber que tipo de política cultural defende o PS para Estarreja? É a mesma do passado ou tem algumas inovações?

IC 1

Se há coisa que conhecemos sobre o Presidente da Câmara de Estarreja é o que pensa a respeito do IC 1 a nascente, pois já o manifestou em entrevista e em plena assembleia. E o que ele pensa é que é uma solução errada para os interesses do concelho. Sempre o disse e continuará a dizer. Outra coisa que também sabemos é que nunca vai enviar uma carta ao governo a dizer (como aconteceu no tempo de Vladimiro Silva) que aceita a solução a nascente. Também sabemos que quem governa agora vai suspender o traçado a poente e fazê-lo a nascente. E quem governa agora não é o nosso partido. Portanto, sabemos bem quem quer fazer o traçado a nascente e concerteza não é o Presidente da Câmara. Agora o que continuamos sem saber é o que pensa o PS em Estarreja a respeito das intenções do governo de fazer o IC 1 a nascente. É a favor ou contra? É que até agora continuamos sem saber?

Voltaremos a este tema um dia destes.
 
posted by Jose Matos at 18:26
Por desconhecimento nada escrevi aqui quando da morte de António Pinto Barbosa há 2 semanas atrás. Só há poucos dias tomei conhecimento do seu falecimento e por isso não podia deixar de evocar a sua memória. Oriundo da Murtosa foi o protagonista de uma importante reforma no ensino da Economia em Portugal no final dos anos 40. Professor no antigo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras percebeu que o ensino da Economia em Portugal estava completamente ultrapassado e fez com que ganhasse novos contornos introduzindo novas matérias e abordagens.

Depois com apenas 33 anos foi para o governo como subsecretário do Tesouro chegando em 55 a ministro das Finanças. Durante uma década esteve à frente do Ministério das Finanças tornando-se depois governador do Banco de Portugal até à altura da revolução de Abril. Era um académico respeitado sendo professor jubilado da Universidade Nova de Lisboa. E era também um homem com uma longevidade invejável. Morreu com 88 anos.


A morte de Fernando Gil pegou-me de surpresa. Nem sequer sabia que estava doente. Gostava dos seus escritos e é pena que tenha falecido. Mas é isto que nos resta a todos: a morte. E quanto a isso nada se pode fazer a não ser viver.
 
posted by Jose Matos at 14:48
sexta-feira, março 17, 2006
Um das coisas que o 25 de Abril realmente trouxe foi a liberdade de publicação sem censura. Daí que em 76 começaram aparecer no mercado algumas publicações sobre temas eróticos que eram impensáveis antes de Abril de 74. Séries como “Lutas Ardentes” “Semana Erótica” ou esta banda desenhada erótica eram vendidas para maiores de 18 anos. Diga-se de passagem que eram um pouco caras para a época, pois 12$50 por uma revista destas em 76 não era nada barato. Estão agora à venda por 1,25 euros aqui.

 
posted by Jose Matos at 15:38
quinta-feira, março 16, 2006
No Porto na Rua do Bonjardim por trás da câmara municipal existe um alfarrabista que descobri há tempos. Físicamente o espaço da livraria é pequeno, mas tem coisas interessantes que ainda não tive tempo de explorar. Mas talvez o mais interessante desta livraria é seu site na net, que é do melhor que vi até hoje numa livraria destas. Muito bem organizado permite pesquisas rápidas e uma boa ideia do que a livraria possui. Mas o que dá mais gosto é encontrar coisas que já lemos há muito tempo.
 
posted by Jose Matos at 14:02
quarta-feira, março 15, 2006
Um dos indicadores de desenvolvimento de um país é obviamente a sua taxa de cobertura de saneamento e de água. É uma das coisas que distingue os países pobres dos países ricos. É claro que um país pobre como o nosso não tinha fundos para fazer este tipo de coisas sozinho, por isso, os nossos amigos alemães deram-nos uma grande ajuda e pagaram o nosso saneamento e a nossa água.

Há 6 anos, no tempo de António Guterres era Sócrates ministro do ambiente, foi lançado o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, o chamado PEAASAR, que dizia que 90% dos portugueses deviam ter saneamento básico até 2006 e que 95% deviam ter água pública. Ora chegados ao dito ano, o que vemos é que o saneamento ainda só cobre 80% da população portuguesa, o que significa que há 2 milhões de pessoas sem saneamento e a água 93%. Como era de calcular, o plano ficou aquém da realidade e vamos agora tentar recuperar o atraso com o PEAASAR II.

Parece que os objectivos do primeiro eram irrealistas, pois seriam necessários 3.100 milhões de euros para cumprir o plano e a dotação inicial do PEAASAR era de 1.900 milhões de euros, mas parece também que várias autarquias desviaram os fundos previstos para este tipo de obras para outro tipo de prioridades.

O PEAASAR II vai ter 5.000 milhões de euros e pretende até 2013, que o saneamento chegue a 85% dos portugueses e a água potável a 95%. Perante as actuais taxas de cobertura parece-me um objectivo perfeitamente alcançável. Portanto, os nossos amigos alemães estão novamente a dar-nos uma oportunidade para que a gente tenha água e saneamento à porta. Espero bem que a gente saiba aproveitar a oportunidade e que não existam novamente desvios de fundos para outras prioridades. Mesmo assim, em 2013 não vamos ter os 100% de cobertura, o que me faz pensar no seguinte: para quando os 100% de cobertura?
 
posted by Jose Matos at 12:08
terça-feira, março 14, 2006
Um dia destes a gripe aviária vai chegar cá e aí vamos ver o medo e o pânico generalizado. Mas até lá é escusado as pessoas terem medo e deixarem gatos ao abandono, pois os gatos abandonados vão-se dedicar à caça nomeadamente de aves e aumentar assim o risco de contágio. O curioso é que na aldeia ninguém está preocupado com a dita gripe. E por isso nem as galinhas nem os gatos são ainda fonte de preocupação. Por cá, os galos, as galinhas e os gatos continuam a passear alegremente como se não fosse nada com eles. Como este que decidiu apreciar a luz da Primavera. Apreciar a vida que desponta em cada canto. Saberá ele o perigo que corre? Saberá ele o que é estar doente? Saberá ele o que é a morte? Saberá ele que um dia acabará num tacho para contentamento dos humanos?

 
posted by Jose Matos at 14:27
segunda-feira, março 13, 2006
Há finalmente uma luz de Primavera no ar. Uma luz nítida, uma luz morna que anuncia dias mais claros e quentes. O Inverno despede-se lentamente e a natureza alegra-se e floresce. E eu deixo também a letargia dos dias tristes e dou as boas-vindas à luz que recorta as formas. Finalmente a luz. Quanto esperei por ela!
 
posted by Jose Matos at 14:30
sexta-feira, março 10, 2006
Para quem gosta de BD uma livraria muito interessante.

 
posted by Jose Matos at 22:14
Depois de uma ausência de duas semanas o "Passos do Concelho" está de volta amanhã entre as 11 e o meio-dia.
 
posted by Jose Matos at 21:39
Governar nunca foi tarefa fácil em lado nenhum. Mesmo o autarca que governa uma pequena câmara tem que estar preparado e ter capacidade para resistir às mais diversas pressões. Quando em Agosto do ano passado, o ex-vice-presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais, denunciava que tinha sido alvo de várias pressões ilegítimas e que existiam negócios que financiavam dirigentes, campanhas e partidos políticos estava a falar daquilo que muita gente sabe, mas que não gosta de falar em público. Há obviamente pressões da mais diversa ordem nas câmaras deste país. E muitas delas passam pela oferta de dinheiro seja para os partidos e campanhas seja para os próprios autarcas como aconteceu recentemente em Lisboa com José Sá Fernandes. Mas nesta como noutras questões existe um silêncio absoluto que de vez em quando é quebrado por alguém mais afoito, mas que de resto não se fala em público.

Muitas destas pressões são feitas de forma discreta, ou seja, não deixam rasto. Um autarca pode receber um telefonema ou ter uma conversa com alguém, mas mesmo que seja pressionado como é que depois vai provar que alguém lhe telefonou a oferecer X ou que alguém lhe disse que lhe dava isto ou aquilo? Não é fácil e quem pressiona sabe isso e portanto usa sempre o método mais evasivo possível. E sendo assim, o melhor é ignorar e não falar disso é que o pensam muitos autarcas. E quem pressiona também sabe disto e também sabe que neste país existe uma longa tradição de pressão sobre o poder autárquico e que ali e acolá vai dando os seus frutos. Portanto, muitos empresários sabem de histórias de negócios fabulosos que foram viabilizados por pressões ilegítimas e sabem que esse caminho é trilhado por muita gente. Portanto, fazem uso das mesmas técnicas.

Mas esta pressão não é apenas exercida sobre quem detém o poder político. Também os funcionários de muitas autarquias são um alvo apetecível. Afinal também possuem poder e se estiverem do nosso lado as coisas podem correr melhor. E aí pressão nem precisa de ser em dinheiro vivo pode ser em ofertas, em prendas, em tratamentos preferenciais, que tornam o funcionário devedor de algo que um dia será cobrado. Portanto, a teia de pressões não é apenas sobre o poder político (como se fala), mas atinge também os próprios funcionários.

Lutar contra isto não é fácil, pois estamos perante hábitos muito enraizados na nossa sociedade e estamos perante um problema que não tem soluções mágicas nem instantâneas. É claro que o poder judicial tem que actuar e se calhar tem mesmo que começar pelos grandes negócios para dar o exemplo. Mas não pode apenas concentrar-se nisso. Tem que ir mais longe. Os próprios autarcas também têm que dar o exemplo e têm que saber resistir sempre às pressões e denunciá-las quando for preciso. Acredito que muitos sejam pessoas sérias, mas também há quem tenha caído em tentação, embora em muitos casos jamais se saiba quem foi.

E se calhar os métodos de decisão sobre os grandes negócios ou as grandes empreitadas têm que ser mais claros. E os procedimentos administrativos também, pois devido à sua complexidade é que se criam muitas vezes atalhos e subterfúgios. E estas regras de transparência também têm que se aplicar aos funcionários. Quem trabalha nas autarquias tem que perceber que tal e qual como o poder político tem que dar o exemplo.
 
posted by Jose Matos at 21:36
terça-feira, março 07, 2006
Parece-me que realmente o aumento nas taxas moderadoras nas várias unidades de saúde se destina a financiar o SNS, embora o valor final de receita a esse nível não seja muito significativo no bolo global do orçamento da saúde, mas é sempre mais alguma coisa que entra nas receitas.

Também me parece que há uma clara tentativa de penalizar quem usa as urgências dos hospitais, pois é aí que o aumento é mais significativo. No entanto, o uso destas taxas para moderar o acesso às urgências tem-se revelado um fiasco, pois as pessoas por falta de alternativas continuam a ir às urgências principalmente de noite. E é aqui que o governo realmente devia de intervir ao criar serviços que permitissem que uma pessoa de noite pudesse recorrer a um serviço diferente das urgências para resolver um pequeno problema de saúde. Como não existe nada disso é óbvio que temos que recorrer ao hospital.

Desta forma, as próprias taxas moderadoras de pouco servem, pois não é por causa de 8 euros, que as pessoas vão deixar de recorrer aos hospitais. E se realmente contam pouco no orçamento global da saúde como diz o governo então o melhor era a sua abolição pura e simples. Só que 43 milhões de euros no final do ano fazem sempre jeito e por isso é que o governo não as suspende.

Dito isto, é obviamente impensável que um dia fechem as urgências do nosso hospital durante a noite como se comentou ultimamente. Seria um absurdo dado a falta de alternativas.
 
posted by Jose Matos at 15:26
segunda-feira, março 06, 2006
Jorge Sampaio foi durante estes 10 anos um Presidente à medida da sua discrição. Preocupou-se, lançou alertas, mas manteve sempre uma grande discrição e só interveio a fundo quando já não podia fazer mais nada. A grande falhar que teve foi realmente com a saída de Durão Barroso para Bruxelas ao não impor condições e deixar Santana Lopes assumir o governo. E mesmo quando Guterres saiu em 2001, Sampaio dissolveu a contra gosto. Penso que não deixará nada de marcante na Presidência a não ser justamente a sua descrição.
 
posted by Jose Matos at 13:20
sábado, março 04, 2006
Aumentar a competência dos professores na área da informática.
 
posted by Jose Matos at 17:47
sexta-feira, março 03, 2006
Não são livros que recomende muito, mas aqui fica a referência. São os dois da Bizâncio.




 
posted by Jose Matos at 15:29
quinta-feira, março 02, 2006
Há livros que procuramos anos a fio, livros que nos fixam a memória e a imaginação. E um dia entramos num sítio cheio deles e encontramos lá numa estante o livro que tanto procuravámos. E há de repente uma alegria imensa em encontrar aquele livro, aquele que estava ali há nossa espera numa estante obscura num alfarrabista de bairro. Quem diria que ele estava ali à nossa espera? E quem o terá vendido como se nada valesse? E não era um, eram quatro livros de uma velha colecção de fascículos. Todos ali à minha espera e a bom preço. Levei tudo comigo. Mas enquanto falava com o dono do sítio lá me contou os negócios fabulosos neste mercado dos livros. E eu fiquei a pensar nos meus. Que destino terão um dia?
 
posted by Jose Matos at 18:33