segunda-feira, outubro 31, 2005
No próximo fim-de-semana quando o tempo melhorar e o Sol prevalecer, lá vai o povo dizer que é o Verão de São Martinho. Mas não é. Apenas foi a chuva que deu tréguas ao Sol.

 
posted by Jose Matos at 16:48
Faz amanhã 250 anos que ocorreu o sismo de 1755. Várias publicações têm sido lançadas sobre o assunto. Uma chamada de atenção para os livros que vão sair com o Público. Ver também o site da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica.

 
posted by Jose Matos at 14:57
sexta-feira, outubro 28, 2005
A revista Atlântico que saiu esta semana.
 
posted by Jose Matos at 16:14
Numa cerimónia como a de ontem há sempre impressões que ficam no ar.

Teixeira da Silva - Posso estar enganado, mas fiquei com a impressão que estava profundamente decepcionado com a nova situação política. Não sei ao certo que expectativa tinha antes das eleições, mas parece-me que não estava à espera de perder por tanto. Mas a impressão com que fiquei é de um homem cansado da política. Não sei que planos tem no futuro, mas calculo que se afaste ou não?

Arlindo Cunha – Conheço mal este novo deputado do PS, mas ontem passou a impressão de que estava pouco à vontade naquela nova assembleia. Pode ter sido apenas uma impressão minha, mas tinha um rosto carregado, um ar demasiado grave de quem está a ser personagem num filme que não é o dele. Será que vai cumprir o seu mandato até ao fim?

Aníbal Teixeira – Há muito que deu sinais que não tem disponibilidade profissional para ser deputado. Ontem voltou a fazê-lo faltando à tomada de posse. Cumprirá o mandato até ao fim?

O grupo do PS – Pequeno, encostado a um canto das bancadas. Terá um mandato difícil à sua frente. Tem pessoas com qualidade, mas vamos ver se o líder do grupo (parece-me que vai ser Marisa Macedo) será capaz de actuar em conjunto e se alguns deputados deixarão de agir como atiradores solitários.

O grupo da coligação – Enorme e confiante como nunca esteve. Terá que trabalhar mais neste mandato. Tem pessoas para isso. Tem um bom líder conhecedor do que se passou na câmara nos últimos 4 anos.
A Mesa - Bem liderada e com bons ajudantes. Fará concerteza um bom trabalho nos próximos 4 anos.

Ausências – Há deputados que já não fizeram parte daquele novo colorido. O José Fernando Correia (uma perda enorme), o José Alberto Figueiredo (vou sentir saudades dele), o Vladimiro Jorge (idem).
 
posted by Jose Matos at 15:49
Fico contente que o meu amigo Vladimiro Jorge tente manter a sua actividade política na blogosfera, mas o que ele disse a propósito da liderança da bancada da coligação não tem nada a ver com a realidade. Ontem, quando dei aqui a notícia não expliquei as razões, mas explico hoje.

A liderança da bancada por parte de José Cláudio Vital deve-se principalmente ao facto de ser o deputado que melhor conhece o funcionamento da câmara e também os dossiers mais importantes devido ao trabalho como vereador. Portanto, a sua escolha para o lugar passa por aí e mal seria do meu grupo parlamentar se não aproveitasse uma pessoa com essa experiência para liderar a bancada. Aliás, esta é uma falha que o PS tem, pois dos deputados presentes nenhum passou pela câmara nem conhece a autarquia a fundo.

Quanto à liderança de Alcides Esteves ela não só é bem vista por nós, como foi desde o início uma hipótese que nos agradou, pois tínhamos dentro do partido pessoas capazes de cumprir o mesmo papel, mas entendemos que o actual presidente merecia o lugar. Quanto ao facto de ser o sucessor natural de José Eduardo Matos, não vejo o mínimo sentido nessa ideia até porque o actual presidente poderá continuar para além de 2009.

Aliás, começou já ontem a preparar pacientemente a vitória para daqui a 4 anos.
Mas já agora continuo com pena que o Vladimiro Jorge não tenha ainda dito o que lhe vai na alma a propósito das últimas eleições. Continuo a notar que não quer falar do desastre. Que não quer apontar nomes.
 
posted by Jose Matos at 15:23
quinta-feira, outubro 27, 2005
Hoje foi a tomada de posse da câmara e da assembleia. Foi uma cerimónia concorrida e com um certo colorido. Toda a gente vestiu o seu melhor fato. E eu lá tive que ir comprar um casaco para não destoar muito. Mas fui de calças de ganga para mostrar a minha condição de simples deputado. De homem pobre, sem verbas para comprar fatos. Mas espero que os próximos 4 anos sejam realmente frutuosos.

Na assembleia foram eleitos para Presidente da Mesa, Alcides Esteves; 1º Secretário, José Teixeira Valente e 2º secretário, Isabel Simões Pinto. O líder da bancada da coligação será José Claudio Vital, quanto ao PS não faço a mínima ideia.

Curiosamente todos os deputados exerceram o seu direito de voto em relação à lista apresentada, menos a deputada Carolina Pinho que cismou que não votava, porque o Jornal de Estarreja trazia já a composição da mesa. É claro que o assunto devia ter sido esclarecido com o jornal e não na assembleia, pois não foi a assembleia que publicou a notícia. Mas insistiu em destoar do resto dos deputados do seu grupo que votaram certamente em branco. Começa mal este mandato.
 
posted by Jose Matos at 22:05
quarta-feira, outubro 26, 2005
A moleza do Outono. Hoje foi um dia assim. Mas a luz hoje foi de Verão. Uma luz agradável e nítida. Uma luz que nos anima no mais escuro de nós. Um céu azul e trespassante. Uma ordem natural que não é de agora. Um tempo fora de época. Amanhã dizem que vem chuva. É verdade e vai ficar por cá uns dias. É pena, já estava a gostar desta luz.
 
posted by Jose Matos at 19:30
segunda-feira, outubro 24, 2005
Tem passado na RTP 1 depois do Telejornal um excelente trabalho de memórias de África. São pequenas memórias referentes ao período da descolonização e à independência dos países africanos. A ver.
 
posted by Jose Matos at 21:56
A Queda - As Últimas Horas de Hitler, saiu há tempos em DVD. Vale pena, pois traz um DVD suplementar cheio de extras.

 
posted by Jose Matos at 21:51
sexta-feira, outubro 21, 2005
Ontem, Cavaco foi o homem providencial. O candidato inevitável, o candidato por quem toda a gente esperava. E as televisões deram uma ajuda preciosa ao homem providencial. Ampliaram a providência, deram-lhe uma atenção desmesurada para que ele pudesse brilhar no seu regresso à vida política activa. Durante dez anos este homem geriu as suas aparições públicas com precisão cirúrgica só aparecendo quando era preciso. Nunca se banalizou e soube gerir o silêncio em relação à candidatura a Belém. Ontem deixou cair o silêncio e disse ao que vinha. Mas já sabíamos ao que vinha. Não era preciso ele dizer. Vamos ver agora para a semana qual é o manifesto eleitoral que apresenta. Mas ontem foi igual a si próprio. O ar austero, a convicção de que pode ajudar a salvar o país. A ideia do político não profissional, do homem que está fora do sistema e que só volta para impedir o naufrágio. O homem do leme.
 
posted by Jose Matos at 12:18
quinta-feira, outubro 20, 2005
Um livro escrito por um socialista sobre os 10 anos de Cavaco Silva no Governo. Este livro no fundo é um trabalho académico sobre a década em que Cavaco Silva foi primeiro-ministro. Uma leitura interessante agora que o protagonista volta à ribalta.
 
posted by Jose Matos at 14:02
Logo anunciará aquilo que é há muito esperado. Sabe que desta vez não estará em desvantagem como em 96, quando concorreu contra Sampaio. Sabe que tem o caminho aberto até Belém. Talvez não consiga vencer logo na 1ª volta, mas nunca se sabe? Se as coisas lhe correrem bem vencerá logo no 1º round. Por isso, vai estar sorridente logo à noite. Vai estar confiante, pois sabe que a vitória também lhe sorri.
 
posted by Jose Matos at 13:41
quarta-feira, outubro 19, 2005
 
posted by Jose Matos at 10:28
segunda-feira, outubro 17, 2005
Um barco de ascendência fenícia. Como um fóssil de outros tempos ainda navega na nossa Ria. Mas cada vez menos... cada vez menos.

 
posted by Jose Matos at 11:13
sábado, outubro 15, 2005
Por falar em mudanças lembrei-me hoje se esta mudança política não terá consequências em Estarreja e na nossa política Eco-Empresarial? Como será a política do governo em relação à API? Que política definirá em relação às áreas empresariais? Ficará tudo como dantes ou ocorrerão alterações? Um caso a seguir com atenção.
 
posted by Jose Matos at 21:25
quinta-feira, outubro 13, 2005


É curioso como podemos facilmente cair em depressão pós-eleitoral e ter dificuldade em explicar porque estamos deprimidos.

Quem venceu não necessita muito de explicar a vitória e quem perdeu tem dificuldades em explicar porque perdeu. Diria mesmo que tem dificuldade em perceber o que lhe aconteceu. E tem dificuldade em apontar os culpados e as falhas. É certo que já aqui poupei algum trabalho a esse nível, mas é sempre bom ouvir o outro lado.

O Estarreja Efervescente podia fazer isso. Mas na sua primeira análise tem também essa dificuldade. Nota-se mesmo uma vontade escondida de falar, mas ao mesmo tempo uma grande contenção para não partir ainda mais a loiça. O Vladimiro Jorge sempre soube ao longo do tempo que houve erros e estratégias mal definidas que se foram acumulando. Nunca as denunciou. Aliás, escreveu mesmo coisas que faziam acreditar no contrário, de que estava tudo bem e a vitória estava ao alcance do PS. Aqui do meu barco sorria sempre quando o via fazer isso, pois percebia que estava a remar contra a maré. Estava a tentar evitar o naufrágio. Estava no fundo a fazer campanha.

É compreensível, mas agora que as eleições já passaram, podia falar à vontade. Mas prefere a contenção. Prefere não meter mais água para dentro do barco. Mas agora que o barco foi ao fundo, a quantidade de água que metemos ou tiramos acaba por ser irrelevante. Portanto, espero que faças uma análise mesmo a sério e até podes usar as memórias deste blogue para te dar uma ajuda.

Não vou repetir muito do que já disse aqui, ou seja, que nunca me pareceu boa ideia que Vladimiro Silva fosse novamente candidato do PS nestas eleições. Nem a mim nem a muita gente dentro do PS. É claro que o seu peso pessoal no contexto local teve relevância no passado nas vitórias que o PS obteve, mas sabe-se que as suas duas vitórias foram em grande parte devido ao cansaço do adversário e alguma dinâmica de vitória que beneficiou em 97 pelo facto de estar no poder. Mas esquecem-se que a sua segunda vitória para a câmara foi por 80 votos, o que já era um sinal de que o PSD estava prestes conquistar de novo o poder. O seu estilo de governação também nunca foi muito conciliardor e polido, o que criou fricções inúteis.

Portanto, a sua vontade de ser candidato de novo foi um erro não só dele como também do partido que o aceitou inicialmente. Mesmo que não tivesse sido afastado teria nestas eleições uma derrota pesada, não diferindo muito do que aconteceu no domingo.

É certo que Teixeira da Silva sempre foi um candidato de recurso e com dificuldade em fazer passar a mensagem do PS, mas soube renovar as listas do partido e até apresentar um bom programa eleitoral, embora com alguma falta de preparação.

O PS sempre esteve e sempre estará em águas adversas. E é isso que tem que perceber de uma vez por todas. O que tem a fazer é preparar pacientemente uma alternativa de poder. Mas ao fazê-lo tem que ter em linha de conta que nunca será fácil conquistar de novo a câmara. E se calhar vai ter que esperar muito tempo para isso. Mas a paciência um dia há-de compensar, quando o PSD estiver cansado e esgotado. Mas isso vai demorar e não será concerteza em 2009.

 
posted by Jose Matos at 12:42
quarta-feira, outubro 12, 2005

 
posted by Jose Matos at 16:19

 
posted by Jose Matos at 13:52
terça-feira, outubro 11, 2005

 
posted by Jose Matos at 17:50
Não o tinha dito ainda aqui, mas é óbvio que tenho pena que o Vladimiro Jorge não tenha sido eleito para a Assembleia Municipal, dado o lugar pouco interessante que ocupava na lista do PS. E desse ponto de vista gostava de perceber porque razão um deputado com o desempenho dele foi relegado na lista do PS para o 8º lugar? Acho que seria natural estar em 5º ou 6º lugar. Quem decidiu os nomes na lista foi pouco justa nesta avaliação. E perdeu-se assim um bom deputado.
 
posted by Jose Matos at 17:40
Já me tinha esquecido desta pequena promessa feita em Maio deste ano. Tinha prometido que estaria cá para lembrar os mais esquecidos. Aqui fica o prometido. Mas a esta distância noto obviamente amargura nestas palavras. Não pelas palavras que li na altura, mas sim pela falta de seriedade e pelo ressentimento que as pessoas têm da vida e do mundo. E também pelo vício de verem o mundo a preto e branco como se as coisas fossem assim tão simples. Mas encerro aqui as lembranças. O tempo é de futuro, não de passado.
"Quando o PS perder as próximas eleições autárquicas, vou estar aqui para lembrar aos ressentidos da política as profecias maravilhosas que fizeram a respeito da vitória do PS. Vou estar aqui para lembrar aos meus amigos anónimos, as palavras amargas que disseram nestes últimos tempos. Vou estar aqui para vos lembrar os erros que cometeram, a falta de coragem política e de projectos alternativos que tiveram em relação ao poder actual. Vou estar aqui para vos lembrar as acusações de perseguições políticas e outras coisas mirabolantes que disseram haver em Estarreja. Sei que o ressentimento continuará depois de Outubro. Mais forte concerteza, pois a derrota poderá ser pesada. Sei que ficarão atónitos e pensativos. Desanimados com a vida. Desanimados com o povo que insiste em não reconhecer o vosso valor. Ou talvez digam aquilo que não têm coragem para dizer agora. Que já sabiam que iam perder, mas que não podiam dizer nada a ninguém. Ou talvez insistam no mesmo caminho de sempre, o de não tirar consequências políticas de nada e de continuar assobiar como se nada fosse".
 
posted by Jose Matos at 17:19
Em Abril deste ano escrevi isto a propósito da escolha do candidato do PS. É com curiosidade que volto as estes posts. Parece que já pressentia o desastre. Parece que já estava tudo escrito há muito tempo. Mas paro por aqui. Já chega de memórias. Já chega de recordar o passado.

"O PS tem finalmente candidato. Vamos ter uma campanha serena e ainda bem. A entrevista que deu ao Jornal da Ria mostra isso. Um candidato sereno. A ideia que apresenta no final da entrevista de termos em Estarreja um pólo da universidade não é má ideia, não senhor. Só que está mal expressa. Um departamento da UA em Estarreja? A universidade não faz deslocalização de departamentos. A única coisa que podia fazer era criar um curso de nível IV em parceria com a segundária de Estarreja na área da química de forma a termos quadros técnicos de outro nível. O nível IV corresponde ao 12º ano + 1 e permite formar técnicos mais habilitados em diversas áreas do saber. Aqui fica a ideia registada.

Mas este tipo de afirmações mostra que o candidato em questão ainda não está bem preparado. Tem que estudar melhor as coisas, tem que preparar-se o mais breve possível com ideias e projectos alternativos para Estarreja. Sei que depois do Verão há-de apresentar um programa. Sei que há-de ter uma equipa com ele e sei que acredita que mesmo em terreno adverso pode ter um resultado honroso livrando o partido do desastre total. Mas o risco que corre de perder por muitos é elevado e vamos ver se consegue evitar isso. É que nos últimos 4 anos a coligação construiu pacientemente a sua vitória e vai lutar para que essa vitória seja esmagadora. E é bom que o candidato do PS não se esqueça disto, pois corre riscos elevados nas próximas eleições."
 
posted by Jose Matos at 16:52
segunda-feira, outubro 10, 2005
Tenha pena que esta mulher não tenha entrado para a vereação. Tinha dado uma excelente vereadora. Mais 30 votos e tinha lá chegado. Ao menos na Assembleia conseguimos eleger duas mulheres jovens e atraentes. É pena que o mesmo não tenha acontecido na câmara.

 
posted by Jose Matos at 16:47
Em Julho escrevi isto a propósito do candidato Teixeira da Silva.

"Quem tem boa memória sabe bem que o PS começou mal nesta história. A trapalhada à volta da escolha de Vladimiro Silva foi um mau tiro de partida e as hesitações de Teixeira de Silva também não foram um bom sinal. Mas perante a falta de outros candidatos interessados o seu nome acabou por se impor com alguma naturalidade. Não me espanta por isso que tenha sido uma solução consensual perante a falta de outros nomes fortes. Mas há que reconhecer que deu a cara num momento difícil mesmo sabendo lá no fundo que as hipóteses de vencer em Outubro são praticamente nulas. Mas é bom que se lembrem disso dentro do PS para que no dia seguinte às eleições não exista a tentação de crucificá-lo por causa dos resultados. Como já disse aqui em tempos está a prestar um grande serviço ao partido e é bom que não se tente apagar isso."
Vamos ver se nos próximos tempos se existe ou não essa tentação? Embora a derrota tenha sido pesada há que reconhecer que este homem fez um esforço grande para renovar o partido e não se resignar a uma derrota mais que certa. Mas como também disse aqui várias vezes o problema também estava nele. Era um candidato pouco mobilizador. Não tinha qualquer hipótese contra o poder actual. Mas o PS também não tinha outra solução à mão. E fosse qual fosse a solução, o resultado seria sempre o mesmo. Portanto, ele fez o possível para evitar o desastre. Mesmo assim, não conseguiu. Agora há gente na sombra que provavelmente está com vontade de o crucificar. Vamos ver se a vontade se transforma em actos ou palavras?
 
posted by Jose Matos at 16:21
É curioso como olhando agora para trás leio nos meus arquivos vários posts em que avisava o PS para a possibilidade de uma derrota pesada. Falei várias vezes disso aqui. Ninguém ligou. Continuaram com o discurso de sempre. De que podiam ganhar, de que a coligação não prestava. De que o PS podia atingir a vitória.
Ainda há poucos dias escrevi isto a propósito da sondagem publicada no Diário de Aveiro:
"dá um sinal de que a coligação pode obter um resultado histórico nas próximas eleições. E o resultado histórico seria obviamente conseguir eleger 5 elementos para a câmara ficando o PS reduzido a 2 elementos na vereação. O famoso 5/2."
"parece-me um sinal claro de que o PS vai para estas eleições em clara desvantagem e que se as coisas lhe correrem mal está sujeito a uma derrota de proporções consideráveis. E a derrota não será apenas mérito de quem governa, mas é também um sinal de fraqueza da oposição".
Mais uma vez não ligaram. Continuaram a achar que estavam no bom caminho e que eu queria era sepultar o PS. Pois como podem ver agora eu tinha alguma razão quando vos avisei. Calculo que alguns tenham pensado que eu estava a fazer campanha quando disse o que disse. Mas não estava. Estava mesmo a falar sério. Como sempre faço aqui.
 
posted by Jose Matos at 16:02
Alguns números que fazem pensar.

A coligação teve para a câmara 64.7% dos votos contra 26,45% do PS. Isto significa que a coligação subiu 17,35% em relação a 2001 e o PS desceu 17,64%. A CDU teve 4,63%, mas desceu ligeiramente em relação a 2001. Na Assembleia Municipal a coligação teve 60,51% e o PS 29,34%. Há uma subida de 10,78% para a coligação e uma descida de 10,86% para o PS. A CDU desceu ligeiramente.

Nas Juntas e começando por Avanca, o PS teve aqui a sua única vitória com 52,62% dos votos. A coligação curiosamente subiu ligeiramente, pois passou de 37,32% em 2001 para 38,12% agora. Parece que muitos dos votos da lista independente em 2001 foram parar desta vez ao PS.

No resto das freguesias há um claro reforço da votação em Beduído, Canelas, Pardilhó e Salreu. O resultado de Pardilhó é histórico com 71,18% dos votos. Em Veiros e Fermelã houve descida da coligação. No caso de Veiros passou de 71,47% em 2001 para 67,85% agora. No entanto, o PS em Veiros manteve a votação de 2001, nos 25%. Já agora convém recordar que a coligação teve em 2001 em Veiros o melhor resultado para uma Junta passando a barreira dos 70%. Portanto, esta variação não é significativa e continua a ser um dos melhores resultados do concelho em Juntas, pois fica apenas atrás de Pardilhó e Canelas.

Já em Fermelã o caso é diferente. A coligação passou de 60,18% em 2001 para 50,28% agora. E o PS passou de 29,04% para 36,38%. De salientar que em 2001, os piores resultados do PS em Juntas tinham sido obtidos em Fermelã e em Veiros. Em Veiros manteve, mas em Fermelã subiu. Aliás, tirando o caso de Avanca, em Fermelã foi onde o PS teve a maior subida. A CDU também teve um resultado muito bom em Fermelã com 11,36% dos votos. Embora a vitória de Sílvio Marques seja folgada a verdade é que há aqui um desempenho eleitoral pior que há 4 anos, que merece reflexão.

No geral, a derrota do PS tem proporções consideráveis. Na câmara e na assembleia é notória, mas também o é nas freguesias. Em grande parte delas (tirando Fermelã e Avanca), a coligação teve percentagens para as Juntas superiores a praticamente 60% (Beduído teve 59,85%, portanto, muito perto dos 60%). Em relação ao nº de mandatos, na câmara a coligação passa para 5 e na assembleia para 14, como já tinha dito ontem.
Mas a derrota do PS deve-se obviamente a uma grande transferência de votos para a coligação, dado que a CDU manteve o seu resultado estável (tirando apenas o caso de Fermelã para a Junta). Ou seja, muitas das pessoas que votaram no PS há 4 anos entenderam votar agora na coligação.
Espero agora que ambas as forças políticas percebam o significado destes resultados. Quem ganhou obviamente recebeu um enorme voto de confiança do eleitorado e acho que o deve assumir como tal fazendo mais e melhor. Quem perdeu deve pensar seriamente no assunto e deve perceber porque razão uma boa parte do eleitorado não confiou nem nos candidatos nem nas propostas do PS. E acho que não devem procurar razões exteriores ao contexto local para explicar a derrota. As pessoas ontem votaram sabendo perfeitamente no que estavam a votar. E não vale a pena procurar razões fora daqui.
 
posted by Jose Matos at 14:41
A coligação e principalmente o PSD tiveram hoje uma vitória de proporções históricas em Estarreja. Ficamos a 30 votos de eleger o 6º vereador. Na Assembleia passamos de 11 para 14 mandatos e em grande parte das Juntas reforçamos a votação, tendo mesmo em Pardilhó uma vitória esmagadora.

Esta dinâmica de vitória foi gerada pelo poder actual e embora possa ter aproveitado algum descontentamento em relação ao PS no geral, não me parece que em Estarreja isso tenha tido grande influência no resultado final.

Os votos que tivemos são um sinal de uma confiança enorme nos candidatos e nos projectos que apresentamos e mais do que nunca não podemos decepcionar as pessoas que votaram em nós. Vamos ter que estar à altura deste resultado histórico.

Agradeço a votação expressiva que tivemos para a Assembleia. Garanto-vos que irei mudar a minha postura e que o próximo mandato não será como o último.

O palpite que dei aqui nos últimos tempos foi ultrapassado em larga escala. Fico contente por isso. O PS deve também reflectir em tudo isto e perceber como foi possível chegar a este resultado.

Serão reflexões para os próximos tempos…
P. S. E já agora lá muito longe em São João da Pesqueira, Vladimiro Silva, (que foi eleito vereador) deve estar a pensar que tinha razão em tudo o que disse. Mas continuo a achar que não. Se fosse ele o candidato acho que a derrota tinha sido na mesma pesada.
 
posted by Jose Matos at 00:27
sexta-feira, outubro 07, 2005
Há quem pense que os blogues têm um grande impacto. Depende de que blogues estamos a falar, mas os nossos locais estão reduzidos a muito poucos e pouca gente os lê. Também há quem acredite que as páginas dos partidos na net são muito lidas e que têm alguma influência em termos de campanha. Mas quem pensa isso é capaz de estar enganado. Pouca gente leu blogues nesta campanha e o que foi aqui escrito ou noutros pouca influência teve. O mesmo se passa nas páginas.

Grande parte das pessoas que vão votar no Domingo já têm a sua opinião formada. E não é pelo que escrevemos que vão mudar de opinião. O mesmo acontece com a página do PS na net. As pequenas demagogias que estão por lá semeadas contam pouco para Domingo. Pouca gente as lê. Pouca influência terão no resultado final.

Mas o que eu gostava de ver para a semana, era um texto do PS no seu site a explicar as razões da derrota. Isso sim, é que podia ser um texto interessante para ser discutido na nossa pequena rede local. Mas já sei que depois de Domingo tudo o que foi dito cairá no esquecimento. E que os sites e as pequenas demagogias perderão sentido. E que a vida voltará à normalidade. E quando a vida voltar à normalidade talvez seja possível discutir porque razão uns perderam e outros ganharam.
 
posted by Jose Matos at 14:38
quinta-feira, outubro 06, 2005
Há meses atrás tinha o palpite que mais blogues de discussão surgiriam neste período eleitoral. Enganei-me. O clima manteve-se morno como o tempo que atravessamos.

Não vou escrever novamente nos próximos dias a respeito das escolhas de Domingo nem de mais nada. A campanha eleitoral termina hoje para mim. As propostas e os candidatos estão em cima da mesa. Cabe a cada um escolher. Por mim votarei em quem está e em mim próprio.

Mas desejo boa sorte a todos os candidatos. E não se esqueçam de mim que estou na borda de água. Vamos lá ver se votam na minha lista e me ajudam a chegar à eleição directa. Seria uma perda para humanidade a minha não eleição. Portanto, vejam lá o que vão fazer.
 
posted by Jose Matos at 15:25
Saber governar sempre foi uma arte. Mas estar preparado é importante para que esse saber se transforme em arte. Penso que é essa a grande escolha que vamos ter que fazer no próximo Domingo. Escolher entre quem está preparado para governar e quem ainda não está preparado para tal tarefa.

As inconsistências que fui aqui apontando nos últimos tempos a respeito do PS em Estarreja e mesmo nas freguesias mostram que apesar da ambição em querer governar de novo, há alguma falta de preparação nas propostas apresentadas. E esta falta de preparação sempre foi uma constante ao longo da história do PS no concelho.

Os muitos anos na oposição, as constantes derrotas, a acção em terreno hostil dificultaram sempre a preparação do partido a esse nível. E quando tomou o poder por cansaço do adversário mostrou essas fragilidades.

O primeiro mandato à frente da câmara foi frágil e marcado por polémicas e por ideias de modernidade pouco apelativas. Não admira que em 1997, a diferença eleitoral para a câmara em relação ao PSD fosse reduzida apenas a 80 e poucos votos.

No segundo mandato o desempenho melhorou de forma notória em relação ao primeiro, embora não conseguisse criar uma dinâmica vitoriosa para vencer as eleições de 2001.

A derrota em relação ao adversário foi leve, mas remeteu o PS de novo para o limbo da oposição, ou seja, o campo onde praticamente o partido sempre militou ao longo da vida.

E o afastamento do poder congela a experiência de governação e gera novas fragilidades.

O que vai acontecer no Domingo deve-se em grande parte à dinâmica de vitória que a coligação soube criar nos últimos anos. Mas também se deve em parte à fraqueza do adversário, que não conseguiu contrariar essa dinâmica.

Não sei se essa dinâmica será esmagadora ou não em relação ao PS, mas mantenho o meu palpite que em relação à câmara a diferença entre o 1º e o 2º classificado nunca será inferior a 10%. Ora ao ampliar a vitória de 2001, a coligação sairá reforçada destas eleições e o PS um pouco mais enfraquecido. É claro que isto é apenas um palpite, tanto pode estar certo como errado. No Domingo veremos se ganhamos por 5 ou por 10%?

Mas isto não significa obviamente que o PS esteja condenado a militar na oposição a vida inteira. Lá virá um dia em que o cansaço do adversário lhe dará nova oportunidade. Mas até lá a espera será longa e aborrecida.

Sei que há gente na sombra à espera da oportunidade. Gente que agora pouco arriscou, porque o risco de perder muito era grande. Como eu sabem que o terreno é hostil, mas que melhores dias virão. O que dirão na noite de Domingo? Que o candidato não era bom? Que o partido falhou por inteiro? Que era impossível derrotar a coligação? Ou ficarão no silêncio?

E os anónimos do costume, alguns ilustres militantes do PS? Que teoria avançarão para a derrota? Que o povo é burro? Que houve fraude? Que os eleitores andam todos enganados? Que só eles é que estão certos? Ou há qualquer coisa que lhes escapa nas análises? Ou ficarão também no silêncio? Ou continuarão no insulto, que é um dos poucos métodos de disucusão que conhecem?
 
posted by Jose Matos at 15:24
terça-feira, outubro 04, 2005
Há sempre tendência para a demagogia quando andamos em campanha eleitoral. Devem ser denunciadas, pois turvam o discurso político. Todos os partidos as cometem, mas deviam de evitá-las.

O PS em Estarreja não é um caso único. Mas o facto de estar na oposição aguça a tendência nesse sentido. Recebi hoje um infomail destes meus camaradas com várias.
O panfleto está bem feito, mas esperava um discurso mais equilibrado, menos agressivo e menos demagógico. Percebo que queira assim marcar um certo contraste em relação à coligação, mas podia fazer isso de forma mais inteligente e menos demagógica. Dando enfânse às propostas do programa como um projecto alternativo de poder e não com comentários comicieiros.

Percebo, no entanto, agora a razão do lema do PS. É que segundo os meus camaradas socialistas não se fez nada de novo em Estarreja, nos últimos 4 anos. É um discurso típico de campanha, mas que os partidos deviam de evitar pela inverosimilhança do mesmo.

É que se isto fosse verdade, então seria impossível explicar como é que um executivo que em despesas de capital executadas passou de uma média de 6 milhões de euros/ano (no tempo do PS), para 10 milhões de euros/ano (no tempo actual) não fez nada? É que se não fez nada com este nível de investimento, então o PS no passado como níveis inferiores deve ter feito menos do que nada.

Portanto, acho que aquilo que o PS podia obviamente discutir nos tempos actuais era a autoria das obras. E aí assim podia munir-se de argumentos, embora o problema das obras mais emblemáticas subsista, pois a verdade é que as obras na biblioteca e no cinema só começaram em 2001, ou seja, levaram dois mandatos do PS para começarem a ver a luz do dia.

Também é demagógico o argumento que as despesas correntes da câmara não pararam de aumentar, pois se olharmos com atenção vemos que isso também aconteceu no tempo do PS (e aconteceu sempre ao longo do tempo) e com percentagens de aumento porventura maiores do que as actuais. E se a câmara tem mais infra-estruturas e serviços para manter é óbvio que as despesas aumentam.

Também não deixa de ser demagógico o discurso das árvores destruídas e coisas do género. Ainda estou para saber qual era o projecto de rotunda do PS em Salreu e como é que esse projecto poupava as árvores? Ou como é que fazia o Parque do Antuã?

Mas além destas pequenas demagogias, quando olhamos para o programa eleitoral vemos uma coisa que gera alguma perplexidade, que é o anúncio de medidas que já estão em fase de implementação ou outras desfasadas da realidade ou mesmo inviáveis. Como o programa é vasto escolhi 6 áreas para demonstrar isso. É claro que esta análise não significa que também não existam propostas válidas. Elas existem obviamente, mas estão misturadas com outras coisas menos válidas. Espero que isto dê uma pequena ajuda para separar o mau do bom.

Educação

O prolongamento dos horários do 1º ciclo é algo em curso. O pugnar pela escola EBI no sul do concelho é uma consequência prática da carta educativa (que o PS nunca fez), a criação de cursos profissionais artísticos não compete à câmara, mas sim às escolas.

Criar uma rede de apoio à prática desportiva no 1º ciclo é o que a câmara actualmente faz com a escola municipal de desporto. Portanto, não se percebe que ideia é esta agora?

Saúde

O Centro de Saúde de Veiros já está protocolado, não é preciso prometer a sua construção, pois é algo que advém do protocolo.

Trânsito e Transportes

A ideia dos Minibus ecológicos servindo todas as freguesias é daquelas ideias muito mal estudadas. A ideia é completamente inviável no concelho por razões de custo (o executivo actual já fez um estudo sobre isso), no entanto, é prometida sem qualquer fundamentação séria.

Também não se percebe para que é o observatório municipal de trânsito e qual a sua utilidade prática?

Desenvolvimento económico

Apostar no Parque Industrial é uma coisa que qualquer um faz, mas foi uma coisa que o PS não conseguiu fazer em dois mandatos e ainda por cima enredou-se numa empreitada para a sua construção que não tinha qualquer sentido de realidade.

Captar incentivos para a modernização do comércio local já é feito há muito tempo em Estarreja.

Obras Públicas

Criar um Pavilhão Multiusos é uma ideia que o PS pode obviamente defender, mas neste caso tem que dizer claramente que não vai fazer uma nova piscina em Estarreja, pois não pode fazer as 2 coisas ao mesmo tempo. Calculo que não queira fazer mesmo isso, pois não consta do seu programa, mas acho que o devia dizer claramente e justificar porque razão um pavilhão multiusos é mais importante do que uma piscina?

Requalificar o Rio Antuã é uma ideia bonita, mas a câmara não tem jurisdição nessa área. Portanto, como é que vão fazer isso sem ter jurisdição sobre o rio?

Solucionar problemas de acessibilidades para pessoas com deficiência foi o que foi feito recentemente em Assembleia Municipal com a aprovação de uma programa de acção nesse sentido. Portanto, não se percebe para quê a repetição de uma coisa já aprovada?


Ambiente

Dizer que vão implementar um verdadeiro sistema de limpeza pública e higiene urbana no concelho só pode ser uma brincadeira, pois foi isso que o poder actual fez nos últimos 4 anos rompendo com o que era feito no passado. Ou seja, gostava de saber que solução milagrosa é essa que o PS agora descobriu?
 
posted by Jose Matos at 18:01
sábado, outubro 01, 2005
Alguém escreveu recentemente: "(...) No caso de Mário Soares, o PS foi longe de mais na intenção de aumentar a idade de reforma...(...)".
 
posted by Jose Matos at 18:09
É a nova ferramenta do Google. Facilmente pode encontrar-se um blogue. Ao escrever Estarreja este humilde blogue aparece logo à cabeça.
 
posted by Jose Matos at 17:51
Em tempos quando alguém morria na aldeia fechavam-se as janelas de luto, arranjava-se o melhor compartimento da casa, vestia-se toda a gente de preto e convivia-se com o morto aqueles últimos momentos. O defunto ficava lá em casa. Dormia-se com ele ao nosso lado a lembrar-nos que a morte existe. A morte era normal e a vida continuava mesmo para aqueles que queriam morrer com o morto. Em pouco tempo recompunham-se do acidente e faziam por esquecer a tragédia.

Mas os tempos mudaram e a morte deixou de habitar as casas. Quisemos correr com ela para não nos lembrar os nossos limites. Quisemos correr com ela porque amanhã simplesmente não estaremos cá e isso causa-nos terror. Inventou-se então uma casa para a morte. Um sítio arrumado onde o morto fique sem nos lembrar muito que a morte existe. Um sítio que dê pouco nas vistas, arrumado da povoação.

As casas mortuárias tornaram-se assim nas casas da morte, embora com um nome mais suave. Como o agente funerário que dantes era o cangalheiro, mas que agora é apenas um empresário como outro qualquer, embora num negócio onde os clientes nunca acabam.

Cá na terra inauguram há poucos dias uma casa dessas. É uma obra que não dá votos, porque os utilizadores da mesma já não votam. Portanto, não se preocupem com isso. Mas é um obra que foi prioritária nos planos locais de governação. A sua inauguração deixou muita gente contente, principalmente aqueles para quem morte já não é uma coisa distante.

É que cada idade traz consigo uma preocupação. A do jovem é viver, mas a do velho é morrer com dignidade. E é por isso natural que se preocupe com a morte e que a olhe com respeito e proximidade. Mas o jovem não olha da mesma forma. Olha mesmo com distância para o velho que é um sinal da morte e do fim. Na velhice a morte é já normal. Na juventude é uma coisa distante e sem sentido.

Percebe-se por isso que os mais velhos se preocupem com a morte e com uma casa onde esta possa repousar. Percebe-se por isso que uma casa mortuária os deixe orgulhosos e com sentido de dever cumprido. Tudo é preciso. E a morte também merece uma casa.
 
posted by Jose Matos at 16:40