sexta-feira, setembro 30, 2005
Embora o resultado de 9 de Outubro seja um mistério, não me parece que a diferença de votação entre a coligação e o PS seja novamente de 3,3% como foi há 4 anos. Arriscaria dizer que seja qual for o resultado, a diferença de votação entre as duas forças será desta vez sempre superior a 10% com vantagem para a coligação. Ora não sei qual será a fasquia para o PS considerar que teve uma derrota? É que mesmo perdendo terá sempre a tentação de mitigar a derrota e dizer que a vitória do adversário não foi grande vitória. Ora será que perder com uma diferença superior a 10% significa uma derrota para o PS? Ou será preciso mais do que isso (20%?) para abalar o partido da rosa?

Para nós perder será ter menos votos do que o adversário, mas sei que nestas alturas surgem uns conceitos engraçados de vitória e de derrota. E estou desconfiado que vão aparecer alguns na noite eleitoral.
 
posted by Jose Matos at 18:20
quinta-feira, setembro 29, 2005
A sondagem que foi publicada ontem no Diário de Aveiro dando uma intenção de voto de 61% à coligação e 30% ao PS deve ser encarada com cautela como é óbvio em todas as sondagens. No entanto, dá um sinal de que a coligação pode obter um resultado histórico nas próximas eleições. E o resultado histórico seria obviamente conseguir eleger 5 elementos para a câmara ficando o PS reduzido a 2 elementos na vereação. O famoso 5/2.

A juntar a isto podemos eleger 12 a 13 elementos para a Assembleia Municipal melhorando também a votação de há 4 anos. É claro que as sondagens valem o que valem. Pode ser que esta seja exagerada, mas parece-me um sinal claro de que o PS vai para estas eleições em clara desvantagem e que se as coisas lhe correrem mal está sujeito a uma derrota de proporções consideráveis. E a derrota não será apenas mérito de quem governa, mas é também um sinal de fraqueza da oposição.

Os tempos são assim difíceis para o PS, pois quem governou soube governar e acima de tudo mostrou que estava preparado para governar. Ora o espaço de insatisfação que o PS podia ocupar é reduzido e por isso arrisca muito nestas eleições. Pode ser pior que há 4 anos, bem pior.

Se os resultados seguirem a tendência da sondagem, a vitória da coligação será um voto de confiança importante. Vamos ter que governar ainda com mais ambição. Os tempos que se avizinham não são de fartura. Ainda não sabemos como vai ser o próximo quadro comunitário de apoio, mas seja o que for não vamos poder desaproveitar nada. Nos últimos anos temos conseguido aproveitar tudo e essa tendência deverá continuar.

Quanto ao PS deverá reflectir no que lhe vai acontecer. Vai ter muito tempo para isso. Mas acho que deve pensar numa coisa. Será que as duas vitórias em 93 e 97 foram apenas uma anomalia por cansaço do adversário ou representaram verdadeiramente uma tendência para a mudança?
Mas voltando à sondagem não tenhamos ilusões. Vale o que vale. E pode valer pouco daqui há algum tempo.
 
posted by Jose Matos at 14:11
O programa eleitoral do PS em Aveiro é digno de nota pela ambição e por algumas medidas emblemáticas. É um programa vasto e tenho sérias dúvidas que alguma vez seja cumprido na totalidade. Mas pelo menos tem pretensão de fazer mais e melhor.

Na parte que diz respeito às nova tecnologias tem medidas com impacto como a instalação de Smart boards em todas as escolas do 1º ciclo e a oferta de um computador portátil aos professores, já para não falar das medidas de apoio na compra de computadores a estudantes do 3º ciclo e de net a estudantes do secundário. Mas a introdução de novas tecnologias nas escolas do 1º ciclo é o que me chama mais atenção e é aquilo que devemos também fazer em Estarreja no futuro.

Uma outra medida importante que temos que implantar entre nós é a gestão energética e ambiental nos edifícios públicos e a redução no consumo de energia eléctrica na iluminação pública (pelo menos em 20%) coisas que o PS em Aveiro quer fazer. O mesmo em reduzir as taxas urbanísticas para projectos que incorporem energias alternativas não poluentes.

Eu diria que deveriam ser duas preocupações fortes para nós no futuro. Novas tecnologias e gestão energética. Não estão claramente expressas no nosso programa, mas sei que há vontade para as fazer avançar.
 
posted by Jose Matos at 14:10
quarta-feira, setembro 28, 2005
Há momentos em que certos eventos extravasam a nossa política local e merecem referência aqui. O eclipse do Sol da próxima Segunda-Feira é um deles. O eclipse será visível em Aveiro a partir das 08h38m e atingirá o auge às 09h53m. O fim está marcado para as 11h16m. Na totalidade teremos 02h38m de duração e no máximo do eclipse veremos que 88,4 % da superfície solar ficará coberta pela Lua. Estarei em Bragança, mas o Dept. de Física realizará uma sessão pública de observação para quem estiver interessado.

 
posted by Jose Matos at 14:33
segunda-feira, setembro 26, 2005
She’s my oblivion - it’s to her I run
Out on the balcony - she waits for me
Out on the boundary - she smiles

She’s my oblivion
Which way to turn?
The edges of our love are in the stars
And on the balcony
She waits for me
Out on the boundary
She smiles

Make this alive
Good days are back
Open your eyes when it falls
Come back to the air

I can’t tell you what you already know
I can’t make you feel what you already feel
I can’t show you what’s in front of you
I can’t heal those scars

She’s my oblivion
And my skin burns
Her hands all over me
She whispers: “The edges of our love are in the stars” (choir)

Good days are alive
Good days are back
Open your eyes when it falls
Come back to the air

So look down to the street below
Don’t look up to the stars above
You look around
See what’s in front of you
Don’t look down, don’t look down

Can you see the light?
It shines onto us tonight
Can you see the light?
It’s all around you

"My Oblivion" Thindersticks
 
posted by Jose Matos at 13:57
quinta-feira, setembro 22, 2005
Não podia obviamente deixar de responder ao meu amigo Vladimiro Jorge a propósito do post das contas. Devo confessar que fiquei espantado com teor da sua resposta e com o nível de fragilidade que a mesma comporta. Mas vale a pena olhar para ela, pois sem querer explica porque razão o PS foi tão mal sucedido na concretização das suas obras mais emblemáticas. Diz ele o seguinte:

Todos sabem que de facto se gastou mais dinheiro em Estarreja nos últimos quatro anos do que nos anteriores.

R- Ainda bem que todos sabem isso, mas a questão não é simplesmente que se gastou mais dinheiro é que tipo de dinheiro foi gasto, ou seja, se foi despesa corrente ou despesa de capital. E os meus dados são sobre despesas de capital.

O que a oposição diz e sempre disse é que se há dinheiro para gastar é porque alguém o conseguiu. E esse alguém não foi o Dr. José Eduardo de Matos, que se limitou a gerir (mal e lentamente) os fundos conquistados no tempo do PS, para já não falar nas oportunidades perdidas:

R- Como já esperava por este tipo de resposta meti também nas contas a captação de receitas de capital ao longo do tempo. Se olharmos para elas vemos que os valores orçamentados aumentaram de forma considerável a partir de 2002, embora a taxa de execução das mesmas em 2003/2004 tenha sido pior que noutros anos. Mas dizer que os fundos destas receitas foram conquistados no tempo do PS é no mínimo pouco rigoroso para não dizer coisa pior, pois só no simples facto de durante 2002/2004, o número de candidaturas a programas de financiamento europeu ter aumentado de forma considerável (e posso aqui meter os números) mostra bem que uma boa parte dessa receita foi conseguida por mérito do poder actual.

Agora quanto a gerir mal os ditos fundos não sei é como é que uma câmara que investiu 40 milhões de euros durante o seu mandato (em comparação com 25 milhões do passado) pode ser acusada de gerir mal e lentamente? Não percebo como é que isso é possível. Se calhar o PS tinha investido mais? Gostava de saber é como? Gostava até de saber qual é o número que o PS apresentaria como sendo bom para estes 4 anos? 50 milhões, 60 milhões, 70 milhões? É que não se percebe qual era a meta do PS a este nível?

Mas há aqui outra coisa muito mal explicada. Então se o PS andou 4 anos a conquistar fundos para a coligação gastar a seguir, como é que o PS não teve a esperteza de gastar essas verbas no tempo em que esteve no poder? Ou seja, andava amealhar para o mandato seguinte, o que é muito estranho, pois nunca sabemos quem vem a seguir? Mas se o PS é um especialista em amealhar sempre para o mandato seguinte então porque razão no seu 1º mandato não andou a amealhar para o 2º? É que se olharmos para a captação de receitas do 2º mandato elas pouco aumentaram em relação ao 1º? Mas esta teoria do amealhar para quem vem a seguir é curiosa, pois parece que explica finalmente a razão de terem deixado as obras mais emblemáticas para o mandato seguinte. Agora percebo que as andavam a guardar para o próximo mandato. Muito bem. Não sabia disso. Mas gostei desta teoria. Ou se calhar esta falta de capacidade de investir durante o tempo em que governamos não mostra outro tipo de problema?

E aqui a teoria do meu amigo Vladimiro (caso estivesse correcta) era terrível para o PS, pois além de mostrar que este não conseguiu completar uma única obra emblemática deixando tudo para os outros acabar, mostrava também que o PS tinha andado 4 anos a conquistar receitas para os outros gastar. Ou seja, além de deixar as obras à coligação tinha também deixado o dinheiro todo. Ora se isto não é o máximo da incompetência política num partido que governa, não sei que mais posso dizer?

O anterior Presidente da Câmara de Estarreja, em Fevereiro de 2002, disse em plena Assembleia Municipal extraordinária que tinha garantias do financiamento do Parque Industrial e que estaria disposto a colaborar com o novo executivo, explicando o que se deveria fazer. José Eduardo de Matos recusou orgulhosamente. E esse orgulho custou mais de 1 milhão de contos a Estarreja.

R- É verdade que isto aconteceu e também é verdade que Vladimiro Silva nessa afirmação estava a exagerar, pois pelos vistos tinha apenas a palavra de um governante nesse sentido. Quando o actual poder inquiriu junto do ministério em questão, foi-lhe dito que não havia nenhuma verba garantida. Portanto, este é daqueles episódios que nem vale a pena recordar. Ainda hoje estamos para saber onde é que anda o dito milhão de contos? Ainda hoje estamos à espera que Vladimiro Silva nos diga onde anda esse famoso milhão de contos?

O que o José Matos deveria comparar era a o valor do investimento conseguido pelo PS com o investimento conseguido pelo PSD/CDS, para já não falar no investimento perdido pelos partidos da coligação.

R- Seguem os números dentro em breve

O investimento do concelho de Estarreja pode ser comparado com um carro que circulava a alta velocidade e cada vez mais depressa, que em 16 de Dezembro de 2001 foi obrigado a travar a fundo. E tal como para qualquer carro que circule nessas condições, em que a distância de travagem necessária para que o carro se imobilize completamente é considerável, o investimento em Estarreja ainda aguentou 4 anos e vai durar ainda mais 1 ou 2.

R- A teoria bonita, mas os números não dizem isso. Mas parece-me mais que na perspectiva do meu amigo Vladimiro a teoria seria outra. O carro era novo em folha e o PS andou 4 anos muito devagarinho para poupar nos quilómetros e não gastar muito o carro. E ao final de 4 anos deu o carro à coligação e disse: "podem andar à vontade andamos 4 anos a poupar o automóvel para vocês agora poderem gozar aquilo que nós não gozamos."

A questão que todos colocam é o que é que vai acontecer ao concelho quando o cinema, a biblioteca, a praça do município, etc. estiverem finalmente concluídos... nesse caso (se JEM continuar), restarão as rotundas, os portões, as bateiras e o porco no espeto. Porque a avaliar pelo que se passou até agora não haverá dinheiro nem dinâmica para mais nada.

R- É o que nós vamos ver. Mas tenho outras previsões a esse respeito.

Mas a teoria do meu amigo Vladimiro comporta ainda um outro pressuposto interessante. É que nesta história do poder que vem a seguir gastar o dinheiro que o poder anterior conquistou, pode-se facilmente concluir que no seu 1º mandato Vladimiro Silva andou então a gastar o dinheiro conseguido por Lurdes de Breu. Aliás, a própria num artigo de opinião recente no Jornal da Ria apontava algumas setas nesse sentido.

Mas mais, o PSD no último mandato de Lurdes de Breu investiu no concelho 10 milhões de euros. O PS no mandato seguinte gastou 13 milhões, ou seja, conseguiu aumentar as despesas de capital em 3 milhões de euros. Ora se o meu amigo Vladimiro diz que actual poder geriu mal e lentamente os fundos, presumo que quer dizer que o actual poder não devia ter investido 40 milhões de euros, mas sim 50 ou 60 ou até mais. Então o que chamaríamos nós ao 1º mandato de Vladimiro Silva em comparação com o de Lurdes de Breu? Lento ou terrivelmente vagaroso? Um mandato onde a grande ideia de modernidade para Estarreja era uma incineradora dita pelo próprio presidente em assembleia. Gostava de saber qual é a palavra certa para isto?

Terminava dizendo o seguinte. É claro que um partido deixa sempre alguma coisa para quem vem a seguir. No caso concreto do PS, parece que estamos perante um partido muito generoso, pois além de ter deixado as obras para os vindouros, deixou também o dinheiro. Ora eu já tinha aqui agradecido pelas obras, mas pelo dinheiro ainda não. Portanto, muito obrigado do fundo do coração.

Mas lembro aqui que também o PSD de Lurdes de Breu, deixou para o PS verbas programadas para uma nova bibliotece e para o cine-teatro, assimo como para a água e o saneamento. A própria o disse num artigo recente de opinião. Ora se o PS no 1º mandato andou um pouco à boleia dessas verbas e no 2º mandato andou a juntar dinheiro para a coligação, então que raio andou o PS a fazer 8 anos? Beneficiência?
 
posted by Jose Matos at 17:43
quarta-feira, setembro 21, 2005
Os números que faltavam aqui para tornar esta discussão mais clara. Os primeiros números referem-se apenas a despesas de capital, ou seja, de investimento. Ora se fizermos as contas olhando para o valor executado, vemos que o PS no seu último mandato (1997-2001), investiu no concelho cerca de 25.309 milhões de euros. Isto em 4 anos. Ora a coligação em 3 anos (até 2004) investiu cerca de 31.039 milhões de euros. Ou seja, em 3 anos investiu mais 6 milhões de euros do que o PS em 4 anos.

Se acrescentarmos futuramente a estes valores o exercício de 2005, esta diferença será ainda maior. Se tomarmos como referência o valor de 2004 (9 milhões de euros), a diferença andará à volta de 15 milhões de euros. Portanto, em 4 anos de mandato, o actual poder terá investido no concelho cerca de 40 milhões de euros e o PS no último mandato 25 milhões de euros. Mas se olharmos para os 8 anos do PS, vemos que no 1º mandato o executivo de Vladimiro Silva gastou no concelho 13.840 milhões de euros. Ora se somarmos isto ao valor do 2º mandato temos 39 milhões de euros investidos pelo PS durante o 8 anos. Ora o actual o poder em 4 anos investiu mais do que o PS em 8, é o que pode ver olhando para os números (embora não tenha posto aqui os números do 1º mandato do PS para não sobrecarregar). Ora esta diferença de investimento é abismal e mostra que no passado o investimento no concelho foi muito abaixo do actual. É claro que a capacidade do PS captar receita (como veremos mais à frente) também não foi famosa e isso também explica a razão de números tão esmagadores.
Qualquer pessoa perante estes valores começa a perceber que o poder actual tem razões para estar satisfeito em relação ao trabalho desenvolvido. E também aqui se percebe que as pessoas actualmente no poder estão melhor preparadas para governar e são capazes de executar mais do que no passado. Os números falam por si. É óbvio que isto merece uma outra análise sobre o desempenho da actual equipa e sobre o que se fez no passado. Mas deixo para já os números. Acho que vale a pena reflectir sobre isto.

Despesas de Capital
1997
Orçamentado - 9.595.923,80
Executado - 4.427.584,70
Taxa - 46,1%

1998
Orçamentado - 8.484.552,20
Executado - 5.162.622,70
Taxa - 60,80%

1999
Orçamentado - 10.392.005,30
Executado - 5.961.448,90
Taxa - 57,40%

2000
Orçamentado - 10.150.382,60
Executado - 6.279.992,40
Taxa - 61,90%

2001
Orçamentado - 13.866.277,30
Executado - 7.907.603,90
Taxa - 57,00%

2002
Orçamentado - 19.722.044,75
Executado - 12.240.878,20
Taxa - 62,10%

2003
Orçamentado - 21.079.859,91
Executado - 9.317.773,59
Taxa - 44,20%

2004
Orçamentado - 20.408.229,98
Executado - 9.482.209,32
Taxa - 46,50%


Receitas

Em relação às receitas também se pode ver que o poder actual foi muito mais capaz de captar receitas do que no tempo dos mandatos de Vladimiro Silva. E foi capaz disso num tempo de vacas magras e restrições orçamentais.

1997
Orçamentado - 9.042.308,00
Executado - 3.831.381, 40
Taxa - 42,37%

1998
Orçamentado - 7.916.970,10
Executado - 4.831.795, 90
Taxa - 61,00%

1999
Orçamentado - 8.817.549,70
Executado - 4.257.884,50
Taxa - 48,20%

2000
Orçamentado - 8.210.536,30
Executado - 5.068.027,60
Taxa - 61,70%

2001
Orçamentado - 12.928.602,00
Executado - 6.089.362,40
Taxa - 47,10%

2002
Orçamentado - 19.523.448,85
Executado - 11.812.739,70
Taxa - 60,50%

2003
Orçamentado - 20.594.400,37
Executado - 6.544.047,37
Taxa - 31,70%

2004
Orçamentado - 19.172.220,40
Executado - 7.207.419,91
Taxa - 37,60%
 
posted by Jose Matos at 19:46
terça-feira, setembro 20, 2005
Uma das tentações em campanha é dizer obviamente que no passado não se fez nada e que agora é que se faz tudo. O PS e a coligação jogam nisso com frequência. É claro que uma pessoa atenta sabe que isso não é lógico, nem é razoável de parte a parte. Portanto, isso é uma discussão que não me interessa aqui. E o Vladimiro Jorge no comentário que faz ao texto da coligação também sabe isso, embora faça de conta que não.

O PS esteve 8 anos na câmara. Em dois mandatos elaborou e aprovou 8 Planos de Actividades e 8 Relatórios de Contas. Não sei de cabeça o montante global do investimento que fez durante esses 8 anos (mas vou tentar encontrar o número certo) mas concerteza que fez alguma coisa e seria absurdo pensar que não. Portanto, o problema não está aqui.

O problema está em que a grande falha do PS durante esses dois mandatos e que já foi aqui apontada por mim diversas vezes (e que gostaria que o Vladimiro comentasse) é que o PS falhou na concretização das suas 3 obras mais emblemáticas. Estamos a falar da Biblioteca, do Cine-Teatro e do Parque Industrial. Não conseguiu em 8 anos terminar nenhuma delas e o atraso que as 3 tinham quando a coligação chegou ao poder era significativo. Como é que isto aconteceu é uma questão interessante e que podia ser debatida entre nós os dois. Mas parece-me que no essencial, o que aconteceu foi que o PS geriu mal a evolução e a concretização destas 3 obras emblemáticas. É claro que aqui o Vladimiro Jorge pode ter uma explicação diferente da minha, mas também gostaria de saber qual é a explicação que ele encontra para este falhanço?

Ao falhar neste objectivo é óbvio que o PS deixou estas obras para a coligação que lhes deu continuidade. Já agradeci aqui muitas vezes a benfeitoria e sei que foi um gesto de grande simpatia para nós. Mais não posso fazer.

Vamos agora à coligação. Durante estes 4 anos, o poder actual elaborou e aprovou 4 Planos de Actividades e 4 Relatórios de Contas. E o que se nota nesses documentos com base nos Relatórios de Contas é que o investimento aumentou de forma evidente em relação aos mandatos anteriores mantendo taxas de execução semelhantes. Ora isto significa obviamente que teve que haver mais investimento no concelho do que no passado até porque as despesas correntes foram controladas de forma rigorosa. Como é que isto aconteceu? Bem, porque este executivo soube aproveitar melhor os fundos comunitários como também está escrito no blogue da coligação. Por outro lado, adoptou modelos de gestão diferentes do passado, o que permitiu poupar em certas áreas e também gerir obras com outra eficiência como no caso do Parque Eco-Empresarial.

Não sei se o meu amigo Vladimiro tem outra explicação para o sucedido, mas tal como eu, tem os documentos da câmara a esse respeito e é só olhar para os números e comparar. Espero que ele faça essa comparação para toda a gente perceber do que estamos a falar.
 
posted by Jose Matos at 15:20
O programa do PS já está on-line aqui. Fico contente que tenham feito aquela pequena emenda no desporto. Acho que foi uma decisão sábia. O programa é um pouco extenso como é normal, mas quando tiver tempo farei devida comparação com o da coligação que ainda não está publicado.
 
posted by Jose Matos at 14:41
A Revista Sábado está a publicar uma série de ouro sobre Banda Desenhada. São 19 volumes com heróis ligados à Marvel e DC. Os livros tem boa qualidade gráfica e vale a pena coleccionar.

 
posted by Jose Matos at 14:30
A dúvida, o sentir desconfiança são sentimentos normais na nossa acção política. A hesitação entre opiniões diversas ou várias possibilidades de acção também. Eu que até pertenço a uma associação de cépticos também duvido de muita coisa. Mas não sou propriamente adepto da dúvida hiperbólica, ou seja, da dúvida levada ao extremo. Nem agora nem quando estava na oposição. Mas quando estamos na oposição temos tendência para isso e no poder também em relação às propostas da oposição.

Também não sou daqueles que digo que quem esteve antes no poder nunca fez nada (concerteza que fez alguma coisa) ou que quem está agora no poder é que faz tudo (concerteza que deixa coisas por fazer e por cumprir). Acho que é no equilíbrio entre as duas posições que devemos estar.

Acho também que os vereadores que estão na câmara são pessoas sensatas e ponderadas e quando aprovam por unanimidade regulamentos ou certas propostas que são trazidas para a assembleia alguma razão deve haver nisso. Por vezes, na assembleia vemos coisas que passaram nas reuniões de câmara, é verdade, mas é incompreensível o nível de dúvidas e descrença que geram certos documentos na assembleia. Não se percebe se é dúvida é mesmo genuína ou se é mais uma dúvida hiperbólica. Desconfio muito desta última hipótese. E continuamos, por isso, a perder muito tempo em discursos hiperbólicos só para dizer que falamos, que estamos lá, que existimos, que percebemos alguma coisa daquilo. Ora isto choca-me um pouco e remete-me muitas vezes para o silêncio. Não preciso de falar para dizer que estou lá. Não preciso de falar sempre para ser ouvido.

O discurso que o José Fernando Correia fez na última assembleia no Sábado vem ao encontro disto. Ele disse uma coisa que me pesou cá dentro. Damos mais importância ao pouco que nos separa do que ao muito que nos une. Ora a nossa assembleia está cheio destes casos que emperram o sistema, que nos fazem perder tempo, que pouca rentabilidade dão ao nosso trabalho. Ainda ontem, na discussão do Regulamento da Escola Municipal de Desporto caímos na mesma armadilha.

Ora ele pelos vistos fartou-se disto e decidiu não voltar numa próxima incarnação. E há nisto algo de chocante para mim e que devia chocar toda a gente. Um deputado válido que vai embora porque está farto de ver um plenário afundado na pequena política e nas hipérboles que alguns tecem para mostrar presença, para mostrar que trabalham e que fazem oposição à câmara. É óbvio que isto não é de agora e porventura no passado também acontecia (tendo aí o meu partido pecado de igual forma, pois também alimentou o mesmo sistema quando estava na oposição).

Mas esta insatisfação do José Fernando Correia fará mais baixas no futuro. Eu próprio (se for eleito, coisa que ainda não sei?) também não estou disponível para voltar ao mesmo num próximo mandato. E como eu estou convencido que há mais gente. Veremos se as coisas mudam ou não na próxima legislatura. Mas há coisas que vão deixar de passar em branco por mim.

Mas sinto uma certa tristeza por ele ir embora. E digo-o aqui para ele saber, pois era um dos melhores deputados naquela assembleia.
 
posted by Jose Matos at 14:18
É óbvio que nenhuma pessoa com funções políticas pode levar a sério os insultos que aparecem numa secção de comentários de um blogue. Por isso, fiquei obviamente espantado que a deputada Carolina Pinho tenha levado o assunto para a última assembleia de Sábado ainda por cima sem especificar porque razão estava a falar naquilo. Muita gente não percebeu nada do que se estava a passar. Mas a título de se achar descriminada falou no assunto, quando isso é um tema que jamais algum deputado devia dar importância, pois está bem acima disso.

Mas a queixa que fez encaminhou-se ainda para territórios mais estranhos ao dizer que tinha sido descriminada no jantar de Natal, por causa de um deputado lhe ter dito que uma cadeira numa mesa estava ocupada para outro deputado que ainda não tinha chegado.

Eu, por acaso, quando cheguei a esse jantar também não me deixaram sentar numa mesa cheia de Presidentes de Junta porque o lugar que restava estava guardado para uma pessoa que ainda não tinha chegado. Rumei a outra mesa e sentei-me noutro lugar com naturalidade. Não há nisto nada de mal.

Agora imaginem que 10 meses depois dizia em plena assembleia que tinha sido descriminado pelos Presidentes da Junta porque não me deixaram sentar na mesa deles? Ou que numa secção de comentários de um blogue me chamaram burro, estúpido e mais uma série de insultos? Ou que um segurança à entrada da câmara me tinha perguntado quem eu era (o que já me aconteceu)? Será que é concebível uma coisa destas? Ora, um deputado não pode descer a um nível destes numa assembleia, pois corre um risco sério de risibilidade. E ser risível é das piores coisas que nos pode acontecer em política, embora esteja solidário com a deputada no que diz respeito aos comentários no blogue.
 
posted by Jose Matos at 14:16
Há momentos na nossa blogosfera em que somos solidários. Compreendo aquilo que o Vladimiro Jorge disse no seu post a propósito do que se passa na secção de comentários. Acho que ele fez bem em escrever o que escreveu. É claro que já existem muitos comentadores aflitos com a possibilidade de ele acabar com a secção de comentários. Mas descansem que ele para já não vos vai apagar do mapa até um dia se fartar e perceber que o único caminho é mesmo esse. É claro que pelas reacções ao post dele vemos que alguns não perceberam que quem está a contribuir para que isso aconteça são os anónimos do costume.

É que um blogue não é um clube fechado de amigos, é um espaço público que toda a gente lê. É óbvio que é bom que qualquer pessoa possa comentar o que se escreve, foi uma das novidades que os blogues trouxeram, mas há uma coisa que se chama boa educação, e essa devia estar presente quando comentamos alguma coisa. Podemos ser contra o PSD ou contra o PS ou contra este ou contra aquele, mas devemos tratar as pessoas com educação e com respeito da mesma forma com que gostamos ser tratados. Podemos participar e discutir qualquer tema, mas se logo de seguida a um comentário somos alvo de chacota ou de insultos é óbvio que deixamos de ter condições para comentar e para participar. Lembro-me de alguém uma vez me dizer isso. Como é que eu posso participar de forma séria e honesta se logo de seguida sou insultado por gente anónima?

Ora este problema existe nas secções de comentários, pois qualquer um a coberto do anonimato pode caluniar este ou aquele sem problema, pois sabe que jamais alguém lhe pedirá contas por isso. É claro que alguns comentadores dizem que não podem falar à vontade com medo de represálias, mas isto é obviamente um pretexto para continuar no anonimato a denegrir quem bem lhes apetece. Os deputados da oposição, os vereadores ou outras pessoas que não concordam com o actual poder sempre falaram à vontade e com educação e ninguém foi morto ou preso por causa disso. O próprio Vladimiro é um crítico do poder actual e que eu saiba nunca sofreu represálias por isso. É claro que se passamos a vida a chamar equídeo aos outros é natural que haja represálias, pois não é um comportamento normal nem muito aceitável em sociedade. Mas se tratamos as pessoas com educação estou certo que nunca teremos problemas.

Aliás, quando falamos de forma aberta, todos sabem quem somos e é difícil sermos penalizados por isso, pois mais facilmente isso salta à vista de todos e é denunciado. Por outro lado, o que dizemos pode ser escrutinado e podemos ou não ter razão ou cair mesmo no ridículo. Se digo aqui uma tolice (e digo muitas concerteza) qualquer um pode chamar-me atenção e fazer-me ver que estou a ser tonto. Há mal nisso? Penso que não. É assim que as coisas funcionam no espaço público. Agora chamar atenção não é meter as pessoas constantemente na família dos animais com casco, por muito respeito que esses animais nos mereçam.

Portanto, o anonimato serve apenas para esconder quem difama e nada mais do que isso. Também não percebo qual é o gosto na difamação? Nunca percebi isso? Que diabo! Será que dá assim tanto gosto difamar alguém só porque não gostamos da pessoa? Ganha-se alguma coisa com isso? Vivemos ou morremos mais felizes?

Portanto, quando as pessoas não são em condições de comentar com educação e com frontalidade o que acham mal deviam abster-se e ter um pouco de estima pelo autor do blogue, pois estão a prestar um péssimo serviço ao espaço público que aloja os seus comentários.

Para mim, o problema até não é tanto do anonimato que existe nestas coisas, mas sim na falta de educação. Não tenho nada contra anonimato desde que usado com correcção. Ora só há um blogue em Estarreja onde isto acontece e esse blogue é justamente o do Vladimiro Jorge. Reparem que há muitos blogues com secções de comentários, mas em nenhum outro se passa o mesmo que no Estarreja Efervescente. Criou-se mesmo o péssimo hábito de responder à calúnia com mais calúnia em cima e uma secção que podia ser um espaço interessante de debate tornou-se num vespeiro de má educação.

Tenho aí a minha conta de insultos. Já me chamaram quantos nomes quiserem desde equídeo de pequeno porte (mais conhecido por burro) até coisas bem piores. Numa lista de insultos devo estar num lugar cimeiro a par do Presidente da Câmara. Felizmente ainda não descobriram que eu estive preso na tropa por desviar uma caixa de granadas senão já era ladrão e tudo. Até se deram ao trabalho de criar um blogue primo deste para continuar com o insulto como se isso fosse de gente normal. Foi coisa breve é certo, pois a sua existência não tinha qualquer sentido, mas o simples acto da sua criação mostra que estamos a lidar com pessoas mal educadas que usam o insulto e a calúnia por tudo e por nada.

Mas como eu, outros já provaram do mesmo veneno. O Vice-Presidente ainda há pouco era acusado de ter comprado o curso e de ser isto e ser aquilo, quando o pobre do homem tirou o curso numa das universidades mais exigentes deste país. E a deputada Carolina Pinho foi acusada de nem sequer ser licenciada e do marido ter levado o BPA à falência, quando na verdade ela é licenciada e o BPA continua a ser o banco de sempre.

Ora como tudo isto está alojado num blogue conhecido e feito por um autor conhecido há sempre o risco do autor ao não condenar isto passar por cúmplice. Por isso, percebo o texto do Vladimiro. E acho que ele um dia também se vai fartar e vai perceber que o valor de um blogue não está na secção de comentários, mas sim nos textos e no prestígio do autor. Se o autor é bom, o blogue é visitado mesmo que não tenha comentários on-line. Aliás, o facto de estarem on-line ou ocultos, não invalida a participação de ninguém. O Abrupto não tem comentários on-line e é dos mais lidos e os leitores não deixam de ter lá a sua opinião. Qualquer pessoa que queira participar num blogue pode escrever ao autor e enviar a sua participação. E esta desde que educada certamente será publicada. Portanto, não é pelo facto de ter comentários on-line que um blogue é mais livre ou menos livre. Caluniar e difamar não são propriamente atributos de liberdade. Sempre foram atributos condenáveis mesmo em democracia e liberdade.

Portanto, quando ele perceber isso alguma coisa vai ser apagada no Estarreja Efervescente. E os insultos nesse dia vão acabar. E o blogue vai ficar mais limpo e saudável. E quem quiser comentar terá sempre à disposição o mail do Vladimiro. Portanto, enquanto ele não fizer isso corre sempre o risco de cumplicidade naquilo que o blogue acolhe. E isso é aborrecido para ele.
É claro que depois deste post mais insultos virão e o vespeiro de má educação continuará. Por isso, jamais podia transformar o meu blogue num espaço igual. Sei que alguns gostariam disso para ter mais um palco para o insulto e para a calúnia, mas acredito que grande parte dos meus leitores não estariam interessados em ver o espectáculo. E como tenho respeito por eles não entro nesse jogo.
 
posted by Jose Matos at 14:02
sábado, setembro 17, 2005
O texto que se segue foi publicado no Jornal de Estarreja em Agosto referindo-se a uma assembleia em Junho. Se o tivesse lido hoje na assembleia na totalidade estava tudo dito sobre o que foi esta legislatura. Optei por cortar algumas partes para não quebrar o clima amistoso da mesma. Mas aqui está completo. Já agora para quem queria saber as razões da saída de José Fernando Correira da lista da assembleia ele hoje foi bastante claro sobre isso. E curiosamente algumas das desilusões apontadas por ele constam do texto em baixo. Por isso, percebi bem as razões da sua saída e não deixo de ter uma certa simpatia pelas mesmas.

O Presidente

Desta vez, o Presidente da Mesa esteve presente e a jeito de despedida lá explicou as razões porque não lhe foi possível cumprir devidamente o seu mandato. A presença no governo como Ministro da Economia e mais recentemente a sua ida para Bruxelas como conselheiro político de Durão Barroso roubaram-lhe tempo para a assembleia de Estarreja, o que motivou a sua ausência frequente. Penso que todos os deputados presentes sempre compreenderam isso e que desse ponto de vista nunca teceram grandes considerações sobre as constantes ausências do Presidente da Mesa. Mesmo durante o período em que estava no governo, calculo que fosse muito complicado qualquer deslocação a Estarreja e o facto de as ter feito revela interesse e esforço em estar presente. Mas agora que estamos no fim do mandato, acho que é notório que a partir de um certo momento Carlos Tavares deixou de ter condições para exercer o cargo de Presidente da Mesa e que o facto de nunca ter suspendido o mandato é até um certo ponto incompreensível.
Calculo que lá fundo, tenha entendido estar presente de forma a cumprir minimamente o mandato para que foi eleito. Sempre notei nele um certo interesse por Estarreja e pelo atraso da vila e um certo voluntarismo para ajudar ou contribuir para resolver esse atraso. As suas intervenções ao longo do tempo sempre foram nesse sentido. E quando a coligação o convidou há quatro anos tinha esperança que o seu contributo ajudasse a Câmara a conseguir esse objectivo. A ida para o governo alterou tudo, mas a sua presença na Assembleia nem sempre foi correcta com quem governa. Por algumas vezes levantou problemas à Câmara que não tinham razão de ser e que muito deliciaram a oposição, o que ensombra um pouco outras intervenções brilhantes que teve a propósito de outras matérias. Guardo em boa memória o que disse a respeito do parque Eco-Empresarial. Mas no geral a sua constante ausência criou um problema na direcção da Mesa da Assembleia. É certo que os dois secretários da Mesa souberam gerir bem a situação e a Assembleia esteve sempre com eles, pois mostraram que estavam à altura do lugar que ocupavam. É por isso natural que o actual cabeça de lista da coligação à Assembleia seja Alcides Esteves, pois é um reconhecimento pela sua capacidade durante este tempo de mandato. Mas como disse anteriormente, Carlos Tavares devia ter pedido a suspensão do mandato, pois devido à sua presença no governo deixou de ter condições para estar presente ou para acompanhar com atenção as matérias que eram discutidas em Assembleia. Como não o fez deixou constantemente um certo suspense no ar sobre a sua continuação ou não. E quando estava presente nem sempre estava bem preparado para acompanhar as matérias em discussão. Penso que foi por isso que entrou algumas vezes em colisão com a Câmara. E neste fim de mandato não podia deixar de manifestar esta minha decepção pelo Presidente que não tivemos. Sei que ele não vai levar a mal estas minhas palavras, mas foi algo que sentimos ao longo do mandato.

Eleitos e eleitores

Mas a Assembleia foi muito mais do que isto. Podemos dizer que foi um mandato morno. A oposição foi calma nas suas intervenções e a bancada da coligação não teve necessidade de se preocupar muito com isso. Também foi uma Assembleia onde vários deputados da oposição continuaram a insistir em trazer para as reuniões os pequenos casos do quotidiano ou as pequenas birras políticas que encravaram muitas vezes os períodos antes da ordem do dia. Também foi uma Assembleia onde se falava muitas vezes quando não era preciso falar ou só para dizer que se falou. Também foi uma Assembleia de actas intermináveis que ninguém lia. Também foi uma Assembleia onde o público continuou ausente e onde as matérias importantes continuaram a ser discutidas em circuito fechado sem ninguém querer saber o que andam os deputados a fazer ou a discutir. Poucas vezes, o público esteve presente de forma marcante a não ser na história dos apeadeiros de Salreu e Canelas, no IC1 em Avanca e na discussão da auditoria aos serviços da Câmara. De resto, pouca assistência teve. E isto é um dos problemas que os próximos deputados em conjunto com a Câmara deviam de analisar seriamente. Penso que a Assembleia devia ter um boletim próprio que fosse distribuído juntamente com o boletim informativo da Câmara para que as pessoas conhecessem minimamente o que andam a fazer os deputados. É claro que este desinteresse não é só culpa de quem é eleito. Quem vota também tem culpa, pois também não se interessa minimamente por saber o que andam a fazer as pessoas em quem votou. Há aqui, portanto, um círculo vicioso onde eleitores e eleitos se ignoram mutuamente. Falta obviamente comunicação entre uns e outros.

IC 1 ou a estrada do nunca

Foi uma decepção. Tantas vezes falado em Assembleia, tantas vezes discutido e morreu sem grandes cerimónias. A Câmara empenhou-se sempre a fundo nesta questão e no tempo do governo de Durão Barroso, o assunto teve desenvolvimentos com a suspensão do traçado a nascente e a apresentação de um traçado a poente. Mas depois de Barroso tudo parou e ficou em estudos que nunca mais acabaram. Este governo não disse ainda uma única palavra sobre o assunto. Fui talvez o primeiro a dizer que o assunto estava morto e enterrado. Talvez esteja enganado, quem sabe? Talvez um dia o governo ressuscite esta estrada do nunca. Talvez, quem sabe? Mas duvido muito.

Parque Eco-Empresarial

A Assembleia teve porventura os seus melhores momentos na discussão do modelo do Parque Eco-Empresarial. O Presidente da Mesa teve aqui uma participação importante, mas o trabalho que um grupo de deputados da Assembleia fez sobre o modelo de gestão e de promoção foi notável. Foi este tipo de reflexão de fundo que fez falta este mandato em certas matérias. É claro que uma reflexão de fundo exige disponibilidade dos deputados e nota-se que isso inviabiliza muita coisa. Mesmo a própria comissão permanente da Assembleia, onde sempre existiu um trabalho de reflexão era pouco frequentada. Muitas das dúvidas que depois surgiam em plenário eram discutidas nas reuniões da comissão permanente. Mas como os deputados faltavam às reuniões, depois iam para o plenário puxar pelo mesmo assunto. Espero que no futuro isso mude e que o trabalho seja mais proveitoso.

Blogues

Ainda são uma insignificância no panorama local, mas dois deles (Estarreja Light e Estarreja Efervescente) funcionaram como câmara de ressonância de certas matérias discutidas em Assembleia. Os seus autores foram capazes de trazer os assuntos para a praça pública e qualquer pessoa com acesso à Internet podia ler o que andava a ser discutido. Não sei se seria interessante a Assembleia ter futuramente um blogue só para ela, mas aqui fica a ideia.
 
posted by Jose Matos at 22:10
quinta-feira, setembro 15, 2005
Em Aveiro, Alberto Souto parte para as próximas eleições autárquicas confiante numa boa vitória. Sabe que enquanto quiser continuar na Presidência da Câmara de Aveiro tem a confiança de grande parte dos eleitores.

Élio Maia parte para as mesmas eleições confiante numa vitória. Sabe que não vai ser fácil vencer o seu adversário, mas espera dar a volta às expectativas e às sondagens.

Um dos dois vai obviamente perder e quem ande um pouco por Aveiro sabe que Alberto Souto tem tudo a seu favor e que Élio Maia tem tudo contra ele. Souto bem ou mal tem obra feita. A cidade progrediu e transformou-se durante este tempo em que esteve no poder. É uma coisa que se vê e que se sente. E quanto a isto pouco há a fazer. É claro que é sempre possível dizer que Souto podia ter feito mais e melhor com as condições que teve e com o apoio constante do governo central, mas isso é um argumento estafado que não leva a lado nenhum. Fazer mais onde e em quê? E com que dinheiro?

Portanto, Élio Maia só se pode afirmar se apostar num projecto alternativo e mais ambicioso do que o de Souto. Mas se apostar nisso tem que dizer onde vai buscar o dinheiro e o que vai fazer ao certo? Não adianta dizer que vai gerir a câmara ao cêntimo, pois isso não é um projecto alternativo, mas sim um método de gestão contabilística. Não adianta dizer se concordam com as actuais taxas camarárias, pois se cortar nelas vai ter que ir buscar dinheiro a outro sítio. Não adianta perguntar se concordam com o estádio, pois na altura certa ninguém discordou nem ninguém vai agora demoli-lo.

Quanto a Souto sabe que embora a factura da sua gestão ambiciosa seja elevada nos cofres da câmara há-de um dia alguém pagar a factura e as dívidas que ele arranjou. Sabe também que o trabalho desenvolvido fala por ele e que não vai precisar de se esforçar muito para ter uma vitória sobre Élio Maia. Quem está no poder está sempre em vantagem a não ser que seja um inapto para gerir essa vantagem. E Souto parece ser tudo menos inapto.

Élio Maia corre, por isso, para marcar terreno. Corre porque alguém tinha que correr e dar cara pelo espaço da direita. Mas penso que sabe lá no fundo que este ainda não é tempo certo para uma vitória da oposição. Tem, no entanto, uma boa candidata à Assembleia Municipal. Concorre contra um dinossauro. E os dinossauros são difícies de derrubar. Mas um dia, quem sabe, poderá dar uma excelente candidata à câmara. Quando chegar o tempo certo…
 
posted by Jose Matos at 18:55
Quando me referia aqui para a pouca interacção informática das Juntas de Freguesia com os cidadões esqueci-me de referir que Pardilhó foge a este regra, pois temos aqui um excelente exemplo do que deve ser o futuro a este nível.
 
posted by Jose Matos at 15:38
Faz o Governo saber que, até nova ordem e tendo em consideração a actual situação das contas públicas e como medida de contenção de despesas, a luz ao fundo do túnel será desligada.
 
posted by Jose Matos at 15:01
O PS e a coligação também estão on-line. Ver aqui e aqui.
 
posted by Jose Matos at 14:59
Há tempos deixei aqui nota positiva sobre o site do candidato do PS a Salreu. Continuo a manter o que disse, pois considero que é sempre positivo que um candidato publique as suas ideias na net. Desta forma, tornam-se acessíveis a todos e qualquer pessoa as pode ver e escrutinar. Calculo que mais nenhum outro candidato a uma Junta venha a fazer o mesmo. Portanto, o candidato em questão merece uma palavra de apoio e é um exemplo a seguir.

Mas devo confessar que fiquei um pouco decepcionado quando fui ver o manifesto eleitoral. Há coisas que são consensuais e perfeitamente lógicas em termos de exigência. Mas há outras que estão mal esclarecidas e até mesmo mal formuladas. Daí que me parece que o candidato ou foi mal aconselhado em algumas medidas ou então acredita mesmo no que está escrito e aí fico um pouco espantado, pois percebe-se em algumas propostas que ele não sabe o que já foi feito e o que ainda falta fazer. Ora este sindroma parece estar a afectar o PS local.

Já há tempos tinha aqui falado do assunto quando o PS apresentou as suas propostas para o desporto no concelho (já agora espero que não cometam o erro de as pôr no programa eleitoral tal como foram formuladas, pois seria grave). Agora volto a ver o mesmo no manifesto eleitoral de Salreu. Ora este tipo de descuido dá logo a impressão de impreparação para governar, pois prometer coisas que já estão programadas e orçamentadas e mais que gizadas pelo actual executivo não é boa política. Imagino que tal aconteça por desconhecimento e desatenção, mas quem quer governar não pode andar assim tão distraído.

Mas vamos então às propostas (em azul), seguidas do meu comentário.

P- Exigir a REQUALIFICAÇÂO da estrada nacional 1-12 que liga Salreu a Albergaria-a-Nova

Comentário – Como é que um candidato pode prometer uma coisa destas? Qualquer político atento sabe perfeitamente que o concurso para esta obra já foi aberto e que neste momento já estamos na fase de análise de propostas. Qualquer político atento deve ter ouvido falar disto há tempos e sabe perfeitamente que há financiamento para a obra e que poderemos ver ainda o seu arranque ainda este ano. Foi algo noticiado na imprensa local tanto em Estarreja como em Albergaria. Ora, sendo assim, como é que o PS vem agora exigir uma coisa que já está orçamentada e prestes a começar no terreno. Como é que se pode prometer uma coisa destas? Sinto muito, mas não posso deixar passar uma coisa destas em branco.

P- Exigir a Imediata Aprovação do plano de URBANIZAÇÂO para Salreu.

Comentário – É uma exigência lógica e legítima e algo que foi atrasado durante muito tempo, mas nunca esteve parado durante o presente mandato, nem nunca foi esquecido. Tanto assim é que está já numa fase final de ultimação, mas como disse é uma exigência legítima embora “imediata aprovação” é um termo que mostra pouco conhecimento da complexidade e da morosidade do processo.

P- Pressionar o Executivo para BAIXAR O IMI (Imposto municipal sobre imóveis), antiga contribuição autárquica, actualmente no máximo.

Comentário – Qualquer um de nós é em princípio a favor desta proposta. Desde que existam condições para isso, qualquer executivo baixa o IMI. Vamos ver se isso será possível no próximo ano. Mas é preciso explicar às pessoas que embora seja uma medida popular tem sempre consequências nos cofres da câmara.

P- Criação de um novo CENTRO CIVICO

Comentário – Onde e como? Calculo que o actual seja no Largo da Igreja, mas se a ideia é criar um novo devia estar explicito nesta proposta onde vai ser esse novo centro cívico, pois não estou a ver onde? Portanto, falta aqui uma ideia mais completa.

P - Construção do primeiro PARQUE INFANTIL na nossa freguesia.

Comentário – É uma proposta consensual embora também não seja claro onde vai ser este parque?

P- Construção da ESCOLA BÁSICA INTEGRADA PARA O 2º e 3º CICLO (Conforme Obra efectuada na freguesia de Pardilhó)

Comentário – Se é uma Escola Básica e Integrada é desde do 1º Ciclo e não só para o 2º e 3º Ciclo? É assim em Pardilhó. A proposta é consensual e todas as forças políticas estão concerteza a favor dela.

P- Requalificação da ZONA DO ESTEIRO de Salreu

Comentário – Não se percebe bem qual é a zona de intervenção desta proposta? Se é a requalificação do esteiro ela já foi iniciada pelo actual executivo. Se é da zona evolvente abaixo da linha do comboio era bom que a proposta fosse mais clara, pois não se percebe bem a ideia do candidato?

P- Apoiar as obras de restauro na CAPELA DE SANTA CRISTINA

Comentário – Parece-me consensual e a santa agradece lá no céu.

P- Construção do primeiro PARQUE DESPORTIVO de Salreu

Comentário – Será que Salreu precisa de mais infra-estruturas desportivas? Porque fazer um parque desportivo por fazer é gastar recursos para nada. Portanto, aqui é preciso esclarecer se Salreu precisa mesmo de um parque destes? E sobre isso não tenho grandes certezas, mas estou aberto a ideias.

P- LOTEAR OS TERRENOS já existentes para que sejam vendidos a preços controlados a jovens de Salreu.

Comentário – Parece-me consensual.

P - Aumentar o HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO da junta de freguesia para atendimento ao público e disponibilizar pequenas informações jurídicas gratuitas aos cidadãos.

Comentário – Nada a obstar.

P- Aquisição de terrenos para aumento do CEMITERIO e melhorar o seu funcionamento.

Comentário – Nada a obstar.

P - Continuar o processo de melhoramentos nas VIAS da nossa freguesia.

Comentário – Este é um trabalho que nunca acaba.

P - Exigir o reforço da SEGURANÇA RODOVIARIA na E.N.109, bem como a sinalização adequada nas ruas especialmente junto ás Escolas

Comentário – É uma proposta relevante, mas a actual câmara tem actuado junto das Estradas de Portugal para que isso seja feito. E ultimamente avançou mesmo sozinha com a colocação de sinais inovadores que assinalam as passagens de peões em toda a extensão da 109.

P - Exigir um nó de ligação em Salreu ao IC1

Comentário – Esta é uma proposta demagógica e acho que era perfeitamente escusada neste manifesto. Falar de defuntos e exigir ligações a coisas que já morreram é perder tempo. Mas mesmo que não fosse um defunto este tipo de exigência é perfeitamente irrealista. Por esta lógica, Canelas e Fermelã também tinham direito a uma ligação. Portanto, eram ligações de 3 em 3 quilómetros. Ora quem percebe um pouco do assunto sabe que isto é perfeitamente irrealista e demagógico. Acho que deviam de exigir era uma alternativa à 109, agora uma ligação ao IC1 é vender ilusões.

Comentário final - Em suma, este manifesto precisa de umas melhorais e de uns retoques. Compreendo que seja agora difícil recuar em certas medidas, mas há coisas mal explicadas e outras mesmo irrealistas. Mas o simples facto de estar on-line permite que quem se interessa por Salreu medite sobre ele e que lhe faça reparos ou elogios. Este espírito de abertura do candidato é bom e devia ser seguido por todos os outros.

Mas é curioso que embora seja um candidato on-line não apareça no programa uma única medida a esse nível. Ou seja, a criação de uma página na net só para a Junta de Salreu seria uma coisa simples e interessante. Mas uma página que fosse útil com utilidades como o pedido de certidões pela net. Um candidato on-line podia lançar ideias a este nível. Mas parece que ninguém no PS se lembrou de um bocadinho de modernidade no discurso.

É pena, pois se olharmos um pouco com atenção para este campo vemos que as nossas juntas de freguesia ainda estão na pré-história informática, embora tenham computadores. Mas o uso que dão à informática no relacionamento com o cidadão ainda é diminuto e reduzido em termos de aplicações. Convinha inovar mais um pouco a este nível. Fica a sugestão, embora esteja convicto que o meu partido vai trabalhar nesse assunto no próximo mandato.
Também não há nada sobre cultura no programa eleitoral, o que é estranho numa lista com tanta gente nova e bem formada?

Por fim, uma nota positiva também para a nº2 na lista. É uma óptima escolha e estou convencido que dará uma excelente deputada na Assembleia de Freguesia de Salreu. E digo deputada porque obviamente não prevejo outro destino senão esse. Mas também é preciso alguém de valor na oposição. Vai calhar-vos a vós. Mas tinha que calhar a alguém. É assim a democracia. Alguém tem que ficar na oposição e alguém tem que ficar no poder. E os mais preparados ficarão no poder, mas isto não significa obviamente que a oposição não tenha também os seus valores.
 
posted by Jose Matos at 14:24
“Os partidos são bandos de assalto ao poder”. A frase começa a ganhar títulos de entrevistas e já tinha sido explorada pelo Vice-Presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais. Agora é António Borges a repeti-la na Visão de hoje. E não deixam de ter a sua razão em dizê-lo, pois tanto o PS como o PSD têm dado péssimos sinais nesse sentido. Eventualmente alguns pensariam que o PS de Sócrates seria diferente. Mas estavam obviamente enganados. Já aqui o tinha escrito em tempos. O assalto ao poder é constante. E o meu partido não foge muito à regra. É claro que quando estamos na oposição enchemos o peito de ar e clamamos contra isso. Já o PS tinha feito o mesmo quando era oposição. Mas depois quando chegamos ao poder esquecemos tudo o que dissemos e fazemos o mesmo.
 
posted by Jose Matos at 14:21
Talvez para amenizar as nomeações políticas que fez para a Caixa Geral de Depósitos e para a Galpenergia, o governo nomeou na semana passada Carlos Tavares para presidir a Comissão do Mercado de Capitais (CMVM). Acho que foi uma boa ideia embora a nomeação recente de Oliveira Martins para o Tribunal de Contas venha apagar qualquer dúvida sobre o tipo de política que o governo tem seguido nas nomeações. E a política que tem seguido tem dado péssimos sinais para a opinião pública. Tem causado mesmo uma péssima impressão de assalto ao poder.

Carlos Tavares deixa assim Bruxelas onde esteve à frente do GOPA, um órgão de reflexão política que apoia o Presidente da Comissão. Não deixa marcas a sua presidência e o GOPA é cada vez mais visto em Bruxelas como um sítio para empregar políticos desempregados sempre ligados aos Presidentes da Comissão. Penso, no entanto, que poderá fazer um bom mandado na CMVM. Afinal está no seu meio.
 
posted by Jose Matos at 14:20
sexta-feira, setembro 09, 2005
O erro ortográfico no famoso portão de Estarreja é mais um fait-divers que outra coisa, mas reflecte um problema grave que temos em Portugal há muitos anos que é nosso fraco domínio da língua. Todos nós aprendemos a escrever mal na escola, todos nós escrevemos mal a nossa língua. E este escrever mal reflecte-se a todos os níveis e tem episódios caricatos que podem ser vistos com frequência no Portugal no seu melhor. Desta vez, calhou-nos também a sorte a nós. Mas este fraco domínio da língua reflecte-se também na pobreza do nosso vocabulário, no nosso falar quotidiano. É um falar simplório com um vocabulário reduzido. É este o país que temos.
 
posted by Jose Matos at 15:31
quinta-feira, setembro 08, 2005
Não é fácil fazer um blogue sobre as invenções e contradições bíblicas, pois são de perder de vista. Por isso, tenho que enaltecer o autor deste blogue. Espero que não desista da tarefa. Sempre que puder dou uma ajuda. Já agora uma excelente obra nesse domínio e que já em tempos aqui citei.

 
posted by Jose Matos at 19:42
terça-feira, setembro 06, 2005
O texto nos 7 meses sobre os condutores e certas marcas de automóveis está excelente e vale a pena lê-lo. A ver se um dia destes desenvolvo o tema.
 
posted by Jose Matos at 18:21
O site do candidato do PS a Salreu parece realmente ser o único no concelho como já assinalou o Vladimiro Jorge. Está bem construido e merece parabéns. Já agora o José Eduardo Matos também vai ter um blogue.
 
posted by Jose Matos at 18:15
Hoje é dia de lembrar. Mesmo quando o tempo é longo e a memória tende a esquecer. É dia de lembrar a casa em chamas e a irresponsabilidade de quem a incendiou. E a justiça que nunca se fez.
 
posted by Jose Matos at 13:33
Ontem ao ouvir os discursos dos candidatos da coligação na sede de campanha pensei de novo que na política há realmente aqueles que estão de passagem e outros que querem fazer da política modo de vida. Não é que os primeiros sejam melhores do que os últimos, mas há gente na política que não tem uma profissão de retaguarda. Ou seja, se deixarem de ser políticos ficam no desemprego. Ora isso provoca uma dependência grande da política. E o apego à carreira política. Não é que isso seja sempre mau, mas nem sempre é bom.

Mas as pessoas que ouvi ontem estão de facto de passagem. Um dia quando deixarem a política têm o seu emprego à espera e continuam a viver a sua vida normal. No fundo são pessoas normais que não precisam da política, nem do partido para nada. São pessoas que não vão enriquecer por estarem na câmara ou na assembleia. Talvez até percam dinheiro em alguns casos. E também passavam bem sem as chatices que arranjam na política. Mas estão ali para ajudar um pouco esta terra a progredir. Não vão fazer milagres, não vão fazer revoluções, mas vão deixar alguma coisa para os vindouros e um dia poderão sempre dizer, fui eu que mandei fazer isto ou aquilo. Talvez esse seja um dos maiores gostos da política. Passarmos por uma coisa nossa, uma coisa que existiu porque nós estivemos lá no momento certo e na hora certa.
 
posted by Jose Matos at 13:28
É a ideia é do Hilário Matos da JSD, mas terá que ser a próxima Assembleia a pôr a ideia em prática. Á semelhança daquilo que se faz na Assembleia da República, porque não criar uma Assembleia Municipal com os jovens da Escola Secundária de Estarreja, onde estes desempenhem o papel de deputados e exponham os seus problemas?
 
posted by Jose Matos at 13:28
Depois daquele lema que não lembra nem ao diabo e daquelas promessas aéreas sobre o desporto em Estarreja, o PS está na rua com um excelente cartaz. Os meus parabéns, pois é um cartaz bem concebido graficamente e com uma boa foto do candidato. É claro que não é um cartaz que ganha as eleições, mas um cartaz bem feito ajuda sempre um pouco.

Mesmo assim, não resisto a transcrever um comentário que uma senhora de idade em Pardilhó fez ao cartaz. Ao ver a figura e ao ler o nome perguntou a uma pessoa do meu partido: “Aquele Teixeira da Silva é alguém lá de Estarreja? É que nunca o vi por aqui!”
 
posted by Jose Matos at 13:26
Sempre soube que o meu amigo Vladimiro Jorge era um jovem preocupado com o meu partido e com a importância deste no contexto político local. Afinal estamos a falar do maior partido que existe no concelho e isso é relevante em qualquer discussão. Não sabia é que ele estava tão preocupado ao ponto de ver uma tragédia onde mais ninguém vê.

Uma coisa que é sempre um péssimo sinal na discussão política é a mercearia dos lugares. Quando a critico aqui é porque acho que são essas discussões que desacreditam a política. É claro que os nomes que vão numa lista autárquica são importantes, pois de certa forma olhamos para eles quando votamos. É claro que os cabeças de lista são importantes, pois é neles que acreditamos quando votamos.

Agora toda a discussão à volta de lugares numa lista, ou seja, se fulano vai em 10º e outro vai em 8º, se o candidato x saiu da lista y e foi para a lista z, tudo isso é discussão de merceeiro ou melhor dizendo é uma discussão para alimentar intrigas e conversas nos jornais.

E começo pelo meu caso que pouco vale, mas que cito aqui. Que me importa a mim ir em 12º lugar numa lista ou em 5º ou 6º? Rigorosamente nada. E se tivesse passado da lista da assembleia para a lista da câmara, que importaria isso? Rigorosamente nada.

Habituei-me a uma coisa no partido onde estou. Dizemos se estamos ou não disponíveis e em função disso metem-nos no lugar que bem entendem. Se não estamos satisfeitos podemos sempre recusar e ir embora. É tão simples quanto isto. Portanto, quem vem para o PSD à procura de lugares está mal arranjado. Porque está sujeito a ficar de fora ou então a ir num lugar que não gosta. É claro que toda a gente é livre de aceitar ou não um lugar. E também toda a gente é livre de não querer ir mesmo quando lhe oferecem um lugar elegível. É certo que num partido destes há quem possa ficar zangado com esta filosofia e é por isso que o PSD é um grande fornecedor de recursos humanos para outros partidos (principalmente para o PS), pois há quem não goste destas regras e mude de partido a ver se arranja um lugar melhor.

Já discuti aqui em tempos, as trapalhadas do PS com o candidato Vladimiro Silva. E foram trapalhadas importantes porque se tratava de um cabeça de lista. Não ocupava um lugar qualquer na lista. Mas depois do assunto resolvido não voltei a isso. É claro que podia dizer que o candidato que não serviu ao PS de Estarreja serve agora ao PS de outro concelho, mas como disse na altura, acho que Vladimiro Silva nunca devia se ter metido na alhada em que se meteu e acho que ele devia mesmo abandonar a política activa, pois há vida para além da política. Agora não me viram aqui discutir o facto da lista actual do PS à câmara ser bastante diferente de há 4 anos. E não discuti isso porque acho que o partido fez muito bem em renovar-se e em apresentar novas caras. Também não me viram aqui assinalar o facto de o nº1 da lista do PS à assembleia ser agora o nº3. Muitos podem ver aqui uma despromoção, mas para mim isso pouco interessa. O que interessa é obviamente a qualidade das pessoas e a disponibilidade que demonstram para continuar a participar num projecto. É isso que conta.

Portanto, percebo perfeitamente que o meu amigo Vladimiro Jorge queira desempenhar o seu papel de agitador com frases do tipo: “que no PSD se está a assistir a uma debandada geral de pessoas de reconhecido mérito e que algumas das principais figuras do partido foram compulsiva ou voluntariamente afastadas das listas é motivo de preocupação para qualquer um”. Ora eu que, por acaso, até pertenço a esse partido não tenho conhecimento de nenhuma figura do partido que tenha sido afastada das listas. Conheço sim, um caso ou dois de pessoas que se afastaram voluntariamente das listas, mas que continuam a trabalhar connosco como dantes. E nunca as ouvi criticar actual liderança. Portanto, não percebo onde está a tal debandada geral?

Também não percebo onde estão as tais vozes críticas que foram afastadas das listas? Não conheço nenhuma, mas talvez alguém saiba os nomes que eu desconheço? Ou as declarações de tais vozes críticas.

E já agora sobre Carlos Tavares acho impressionante que se diga que ele foi afastado quando actualmente reside praticamente em Bruxelas. Ou seja, parece que noto que alguns saudosos acham natural que um homem que tem a sua vida sediada em Bruxelas fosse novamente cabeça de lista para a assembleia! Só se tivesse uma máquina de teletransporte para estar presente nas reuniões e mesmo assim não sei se conseguia. Portanto, mesmo que ele quisesse ser candidato (e já disse que não quer devido à sua situação) não teria condições para sê-lo. Acho que isto é facilmente perceptível.

Portanto, esta discussão em torno das listas da coligação (do PS ninguém fala é curioso?) serve apenas para alimentar a nossa pequena blogosfera e um jornal local ligado ao PS, dado que noutros jornais não notei grande relevância em relação a este assunto dos lugares. Por isso, acho que é uma discussão estéril e sem interesse nenhum a não ser para a oposição que tenta arranjar algum lume para acender fogos onde eles não existem.
 
posted by Jose Matos at 13:23
sexta-feira, setembro 02, 2005
Agora que o tempo é de apresentação de listas onde estão afinal os independentes e os insatisfeitos deste pedaço de terra? Tinham uma oportunidade fabulosa de se apresentar nestas eleições com um projecto alternativo. Com um projecto que revolucionasse Estarreja. Mas não. Não se vê ninguém. Bem, talvez estejam todos no PS. Talvez estejam por lá a laborar em projectos fantásticos para este bocado de terra. Esperemos é que sejam realmente coisas novas e não daquelas que já existem.
 
posted by Jose Matos at 19:02
quinta-feira, setembro 01, 2005
Quantos boatos e intrigas se geram em redor das listas autárquicas? E tudo isto é apenas poeira. Apenas vazio de ideias. Que interessa se o candidato x ou y já não vai na lista? Ou se um subiu não sei quantos lugares e outro desceu outros tantos? Que relevância tem isso para o progresso de uma terra? E a resposta é nenhuma. Nada disso interessa a não ser para alimentar intrigas e especulações. O tempo que se perde com isso é um péssimo sinal do que é a nossa política local e mesmo nacional. Andamos entretidos com frivolidades com lugares com tachos ali e acolá. Quando nada disso interessa para nada. O que interessa é quem lidera.
 
posted by Jose Matos at 19:36