As minhas últimas palavras este ano são para desejar Bom Ano a toda a gente. Aos meus leitores, à oposição, ao poder e a todos de uma forma em geral.


Quase que me esquecia, mas foi também um assunto falado na última assembleia. O presidente reforçou a sua aposta na iluminação pública do concelho. Doeu-me ouvir aquilo, pois sei que a política que está ser seguida devia ser corrigida. Há um desperdício enorme em luz que é enviada para o ar sem utilidade nenhuma. Há desperdício também no uso de lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão, quando as mais económicas são as de vapor de sódio de baixa pressão, pouco usadas em Portugal. Portanto, esta é uma das áreas onde a política da câmara devia mudar substancialmente, no sentido da poupança e da racionalidade. No que estiver ao meu alcance tudo farei para que isso aconteça, mas sei que não vai ser fácil convencer o meu camarada de partido a mudar de política. É que ele gosta mesmo de luz, quando para mim toda a luz tem que ser com peso, conta e medida. A ver vamos se o converto a uma nova luz mais amiga do ambiente e da tesouraria da câmara. 

Na última assembleia vários deputados do PS perguntaram-me quem era o autor deste curioso blogue. Sei que uma das pessoas que me perguntou deve saber quem é o autor. Mas para mim a resposta sempre foi clara. Trata-se obviamente de alguém da esfera do PS, portanto, da oposição. Disse-o desde a primeira hora e parece que tinha razão. É óbvio que isto em si não tem mal nenhum, pois toda a gente é livre de criar blogues e falar mal da câmara ou do presidente da câmara. Agora o que obviamente fica mal é falar mal e não assinar com nome próprio. É que vivemos numa terra livre, onde as pessoas podem falar e assinar por baixo sem medo de censura. O tempo da ditadura já acabou. Todos nós que andamos neste espaço virtual assinamos por baixo e assim sabem quem somos e ao que andamos. Tenho, por isso, pena que o autor do blogue em questão não diga quem é e que se esconda no anonimato. Mesmo assim, tenho todo o gosto em que ele permaneça na blogosfera e sei que ele não me leva a mal em chamar-lhe o blogue da oposição, pois não há nada de negativo nessa minha designação.
A questão arbórea não podia obviamente passar em branco na última assembleia. Os arboricultores de serviço puxaram o assunto. É claro que o Presidente da Câmara já sabia que ia ser assim por causa da discussão na blogosfera e vinha preparado. A lista de árvores que apresentou e que vão ser plantadas no parque municipal do Antuã e na nova rotunda do hospital era enorme e fiquei perdido no meio de tantas árvores. E acho que toda a gente ficou arborizada com tanto verde. Mas mais uma vez se mostrou que os arboricultores de serviço exageraram nas preocupações. Aliás, foi dito que tanto num projecto como noutro houve acompanhamento de um arquitecto paisagista. Portanto, parece-me que não se justificava tanta indignação arbórea.
Parece evidente que a actual câmara não tem grande interesse em ter uma linha de alta velocidade a passar pelo concelho. Não traz vantagens nenhumas para nós e é mais uma barreira artificial que nos metem aqui. Acho que o presidente da câmara foi claro a este respeito e estou de acordo com ele. É claro que não sabemos ainda qual é a opção que vai ser tomada em relação ao TGV. Neste momento, existem dois traçados em cima da mesa e tanto num caso como noutro passam por Aveiro, só que diferem ao passar na nossa zona, pois tudo depende do tipo de ligação vamos ter a Espanha, ou seja, se é por Salamanca ou por Cáceres? Seja como for, é um tipo de linha que escusa de passar por cá.
É um facto que este é maior o orçamento de sempre. Também é um facto que isto parece não convencer a oposição, pois argumentam sempre que a taxa de execução é baixa (30%-40%). Mas há logo aqui uma contradição. Se eu tenho um orçamento de 1000 euros e executo 30% quer dizer que gastei 300 euros. Mas se no ano seguinte o orçamento é de 1500 euros é óbvio que mesmo a 30% vou gastar mais dinheiro. Ora se o orçamento da câmara é o maior de sempre é óbvio que mesmo com uma execução de 30%, o investimento é maior que noutros anos. Outra coisa que salta à vista na gestão deste executivo é uma redução nas despesas correntes conseguida obviamente (mas não só) à custa de alguma poupança. É claro que o orçamento continua a ser demasiado virtual, mas isso já não é um problema da câmara, mas sim da própria lei. Aliás, é triste vivermos num país onde ninguém tem coragem para mexer nas regras de orçamentação do sector público, onde ainda está tudo na pré-história.

Não se percebeu a posição da CDU na votação do orçamento. O deputado Matos de Almeida disse que vinha disposto a abster-se, mas que depois de ouvir algumas intervenções da coligação mudou de ideias, pois segundo ele ninguém defendeu o orçamento. É estranha esta forma de agir, ou seja, parece que foram os deputados da coligação que o convenceram a votar contra, mas é curioso que este estranho efeito dos deputados da coligação só tenha influenciado o deputado da CDU. O resto da oposição optou pela abstenção. Mas o mais estranho é esta adesão da CDU aos deputados da coligação. Ou melhor dizendo esta falta de posição em que um deputado muda de rumo (numa matéria tão importante) consoante o decorrer da assembleia. Todas as pessoas podem obviamente mudar de opinião, mas não deixa de ser um episódio estranho. Mas com toda esta influência que temos sobre ele, nas próximas eleições ainda vai às tantas aparecer numa lista das nossas. 

Há coisas estranhas no Natal. E há mesmo factos que me deixam preocupado pela contradição e pela crueldade. A estrela de Belém e os magos são dessas coisas do Natal que me deixam a pensar. Segundo reza a Bíblia quando Jesus nasceu apareceu uma estrela no céu para guiar os magos que vinham do Oriente. Sempre me pareceu haver exagero nesta história. Esta coisa das estrelas já é velha. Júlio César também teve direito a uma quando nasceu e Eneias, depois ter partido de Tróia, seguia todos os dias a estrela de Vénus. Mas fazer explodir uma estrela para guiar três tipos que vem do Oriente à procura do menino é realmente demais. Não podia o Senhor ter inventado uma coisa menos violenta para guiar os reis magos? Vai logo estourar com uma estrela! Mas já agora diga-se de passagem que não foi a primeira nem última a estourar por causa de um nascimento. Quando Kim Jong-Il nasceu na Coreia do Norte em 1942, conta-se que a natureza também não foi indiferente ao seu nascimento, fazendo surgir no céu um duplo arco-íris e uma estrela brilhante. Mas logo aqui há descriminação. Porque raio o Kim teve direito a um arco-íris + uma estrela e o Jesus só teve direito a uma estrela? Não devia o Jesus ter direito a mais sinais do que o Kim ou mesmo que Júlio César? Que raio de crueldade é esta em que se dá apenas uma estrela ao Jesus (que até foi uma excelente pessoa) enquanto que o Kim (que parece não ser grande peça) leva com um arco-íris e uma estrela?