quinta-feira, julho 29, 2004
Tenho visto ultimamente na blogosfera e na TV alguns comentários sobre os Canadair que andam por aí ajudar na extinção dos fogos e que Portugal também os devia ter. Em primeiro lugar, o país chegou a pensar em comprá-los nos anos 80, mas nesse tempo não havia dinheiro. Depois, nos anos 90, alguém achou que não valia a pena comprá-los, mas sim alugá-los. E agora andamos nós a perguntar porque não os temos? Há quem fique obviamente espantado que a Grécia mande para cá alguns, sendo um país pobre como o nosso. Só que a Grécia investiu muito nesse tipo de meios sendo talvez o país da Europa que mais Canadairs tem, ou seja, 24. Daí que possa sempre emprestar alguns. E não foi por deixar de comprar submarinos ou aviões de combate que comprou mais Canadairs. É um falso argumento que corre por aí. São coisas diferentes. E já agora informo também que os gregos possuem mais aviões de combate, mais submarinos, mais navios de guerra, mais carros blindados do que Portugal. E não é por isso que lhe faltam Canadairs.


 
posted by Jose Matos at 17:42
segunda-feira, julho 26, 2004
Tenho pena que também não me tenham convidado para o governo, mas eu só dava para a defesa ou para a ciência. E para a defesa não ia dar-me bem com o ministro actual e para a ciência acho que também não, pois não gosto muito da ministra que lá está. Portanto, continuo por cá.
 
posted by Jose Matos at 19:00
A ida de Regina Bastos para o actual governo é sempre algo que me deixa contente. É que faz falta uma secretária de estado com aquele ar executivo que ela tem. Espero que tudo lhe corra bem. É certo que não é uma especialista no assunto, mas tem capacidade para fazer um bom lugar. Mas achava mais natural que estivesse na Justiça ou na Administração Interna ou mesmo nos Assuntos Sociais do que na Saúde. Aliás, esta coisa da polivalência mete-me alguma impressão. Os advogados dominam tudo, quando na verdade deviam estar restritos a menos áreas da governação. Sou daqueles que defende que os governantes deviam ser especialistas nas pastas que ocupam. Daí que tenha achado alguma graça aquela afirmação do Paulo Portas sobre a possibilidade de Teresa Caiero na Defesa. Para ele o facto de ser filha e neta de militares era uma boa referência para o cargo, como se isso tornasse a mulher uma especialista em questões de defesa. Enfim, coisas que nunca deviam ser ditas e que mostra bem o grau de demagogia por trás de um pensamento destes.
 
posted by Jose Matos at 18:58
Sempre tivemos a mania que sabemos um pouco mais do que os outros, que temos uma doutrina própria para tudo, que somos melhores em várias coisas, quando muitas das nossas teorias ao longo do tempo foram idiotas e ridículas. Os americanos e os ingleses sempre tiveram um certo jeito para lidar connosco. Não tinham por método afrontar-nos ou contrariar muito as nossas posições. Lá iam dizendo que sim, mas por trás faziam as coisas como achavam melhor. E ainda hoje devem de olhar para nós da mesma forma. Devem ter achado graça quando fomos para os Açores naquela famosa cimeira antes da guerra do Iraque. E o nosso Durão Barroso, que não teve senão um papel decorativo pagou nos últimos tempos algumas facturas desse apoio. É pena. Afinal ele fez o que sempre tivemos a mania de fazer, que é pôr-nos em bicos de pés.
 
posted by Jose Matos at 18:56
sexta-feira, julho 16, 2004
Já agora para não ficarem a pensar que o Kofi Annan é mesmo do Sudão como diz o Fernando no seu blogue, convém esclarecer que o homem nasceu no Gana e não no Sudão. É claro que o cargo de Presidente da Comissão Europeia nada tem a ver com o de Secretário-Geral da ONU e a questão de dar ou não prestígio ao país é relativa.  Tudo depende do país em questão. O Gana é um país apagado que muita gente nem sabe onde fica. Não admira que ninguém saiba o país de origem do homem. Sorte diferente tiveram Boutros-Ghali ou Perez de Cuellar cujos países eram mais conhecidos. Na Comissão Europeia a mesma coisa. Sabem qual era o país de origem de Jacques Santer? Será que o Luxemburgo ficou mais conhecido depois da presidência deste homem?  Se calhar um pouco mais. O mesmo vai acontecer com Portugal. Agora se o Presidente da Comissão Europeia fosse maltês será que o efeito seria o mesmo?
 
posted by Jose Matos at 20:49
E no PS temos um novo candidato à liderença. Com devida vénia à Galeria.




 
posted by Jose Matos at 19:31
Santana vai obviamente governar para ganhar eleições. É uma coisa que sabe fazer bem. Por isso, não se admirem nada se ganhar as próximas legislativas. Desejo-lhe boa sorte.
 
posted by Jose Matos at 19:29
1-     Cumpre pouco do que promete
2-     Deixa tudo a meio
3-     Quando está num cargo já está a pensar noutro
4-     É populista
5-     É muito vaidoso
6-     Tem uma atracção terrível por arquitectos famosos e caros
7-     Gasta muito dinheiro em publicidade
8-     Levou a revista Sábado à falência
9-     Andou a fazer férias no Parlamento europeu quando lá esteve
10-   No jogo da bola quando perdia agarrava a bola e ia-se embora
 
posted by Jose Matos at 19:28
1-     É um lutador
2-     Sabe ganhar eleições
3-     É do Sporting
4-     Gosta da Kapital
5-     É adepto do e-Government
6-     Ganhou Lisboa contra a esquerda coligada
7-     Quer tirar o governo de Lisboa
8-     Vai pôr Portugal na moda
9-     É um cavalheiro
10-   E é bom pai
 
posted by Jose Matos at 19:26
quinta-feira, julho 15, 2004
Enquanto suturava uma laceração na mão de um velho lavrador (ferido por um caco de vidro indevidamente deitado na terra), o médico e o doente começaram a conversar sobre o Santana Lopes.

E o velhinho disse:
- Bom, o senhor sabe...o Santana é uma tartaruga num poste...

Sem saber o que o camponês quer dizer, o médico perguntou o que era uma tartaruga num poste.

A resposta foi:
- É quando o senhor vai por uma estradinha e vê um poste da vedação de arame farpado com uma tartaruga equilibrando-se em cima dele. Isto é uma tartaruga num poste...

O velho camponês olhou para a cara de espanto do médico e continuou com a explicação:
- Você não entende como ela chegou lá;
- Você não acredita que ela esteja lá;
- Você sabe que ela não subiu lá sozinha;
- Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;
- Você sabe que ela não vai conseguir fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;
- Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá!
 
posted by Jose Matos at 16:32
domingo, julho 11, 2004
 
posted by Jose Matos at 20:37
Um excelente blogue.
 
posted by Jose Matos at 20:35
terça-feira, julho 06, 2004
Era um mundo devastado aquele em que Conan vivia com o seu avô e sua amiga Lana. No ano 2028, uma década depois da III Guerra Mundial, os sobreviventes da grande devastação tentavam levar as suas vidas em harmonia com a natureza. Mas havia quem quisesse reconstruir uma cidade com todos os pecados que levaram a humanidade à destruição. É contra este grupo que Conan vai lutar até à sua destruição. Era esta a história de Conan, o rapaz de futuro, que passava na RTP nos distantes sábados de 1983. Quem como eu gostava de animação japonesa não perdia um único episódio nem as proezas sobre-humanas de Conan. Era um bom motivo para me levantar de manhã. A série foi agora lançada em DVD. É da autoria de Hayo Miyazaki, o mesmo realizador de A Princesa Mononoke ou mais recentemente a Viagem de Chihiro. É um realizador em que o tema do confronto entre a natureza e a técnica está sempre presente na sua obra. Em 78, quando fez Conan, a perspectiva da III Guerra Mundial não era uma ideia tão absurda quanto isso. Parecia ser mesmo uma forte possibilidade. Hoje perdeu sentido e já ninguém se lembra da guerra fria. Dos mísseis americanos com ogivas nucleares estacionados na Europa, do Pacto de Varsóvia, dos jogos de espiões, do Muro, da cortina de ferro, do Brejenev, da Guerra das Estrelas do Reagan, dos submarinos soviéticos a passar ao largo de Portugal. Tudo isto parece distante 20 anos depois. Tudo isto parece uma série de ficção à Miyazaki. Mas não foi. Mas hoje quando vemos Miyazaki vemos que os temas são os mesmos. Que o homem continua a insistir na ecologia. Não mudou nada em 20 anos.
 
posted by Jose Matos at 00:24
sexta-feira, julho 02, 2004
Procuras a mudança
Passas a terceira
Travas suavemente
E viras de repente
Os cavalos do motor
Estão sempre ao teu dispor
É um silêncio, coisas a potência
Saindo de viés desvias-te da trajectória

Quero ser o teu Volkswagen...

Desperta os instintos
Reage aos movimentos
E responde com sucesso
Às ordens do teu braço
Escolhes a velocidade
E o grau de suavidade
Sem excesso de rotação
Com brandura na aceleração

Quero ser o teu Volkswagen...

Direcção assistida
Conforto na auto-estrada
Segurança garantida
Quilometragem ilimitada

Quero ser o teu Volkswagen...

Balla
 
posted by Jose Matos at 20:51
Ontem, Pacheco Pereira descrevia bem no Público, o que é o populismo. É uma acção política baseada no espectáculo, na habilidade de bem comunicar, de bem publicitar e principalmente baseada numa forte personalização da política com constante visibilidade na televisão e na restante comunicação social. O populista gosta de espectáculo, de dar nas vistas, de obras emblemáticas, embora muita da sua política seja pouco consistente e habitualmente cara. No fundo, há uma constante preocupação em ter projecção e visibilidade. Santana Lopes sempre teve essa preocupação consigo. E as suas vitórias na Figueira e em Lisboa devem-se um pouco a isso. Ou seja, a aura populista funcionou a seu favor. O que as pessoas queriam era um presidente de câmara que desse visibilidade à sua terra. E há logo uma sensação que se o presidente for conhecido isso acaba por acontecer. Vejam o caso de Valetim Loureiro em Gondomar ou outros casos pelo país. Mas uma política populista tem os seus perigos. Em vez de fazermos coisas que são realmente importantes gastamos recursos em flores. Uma rede de saneamento não se vê, mas uma fonte luminosa toda cheia de cores à noite enche mais olho do que os canos debaixo do chão. Mas é óbvio que passamos melhor sem a fonte do que sem os canos. Em Aveiro, vemos obras que enchem o olho e que em alguns casos eram mesmo necessárias, mas continuamos a circular por uma cidade com estradas degradadas e cheias de buracos e desacertos no alcatrão. Isto não quer dizer que o presidente da câmara seja populista, mas tem tido obviamente uma componente populista em algumas das obras que vemos. Mas dizem-me que é assim que se ganham eleições. O problema é encontrar um equilíbrio, entre aquilo que é necessário e aquilo que é acessório. Santana Lopes no governo vai ter esse problema e não sabemos bem se vai conseguir estabelecer um equilíbrio. Ontem disse que o rigor nas contas públicas é para manter, mas não podia dizer outra coisa. A ver vamos se consegue resistir ao populismo.
 
posted by Jose Matos at 20:45
quinta-feira, julho 01, 2004
O homem que tinha apanhado uma derrota tremenda há 3 semanas, o homem que todos diziam que nunca chegava a primeiro-ministro, o homem de quem diziam que não fazia mais do que uma legislatura, vai agora ser presidente da Comissão Européia. Deve estar a rir-se do que tudo o que disseram sobre ele no passado. Vai ocupar o maior cargo internacional que alguma vez um português ocupou. Sai pela porta grande para aquilo que sempre gostou: as relações internacionais. Deixa um país cheio de problemas como sempre e com mais um para resolver: o da sua sucessão. Mas percebo a sua opção. É uma oportunidade única na vida que lhe traz um enorme prestígio. Mas deixa na calha da sua sucessão um homem que parece não agradar ninguém. Um homem que não tem a aura de estadista, um homem sobre o qual não se conhece uma visão para o país, sobre o qual pesa uma idéia terrível de populismo. Talvez Santana Lopes não seja assim tão mau como o pintam, mas a sua ascensão a primeiro-ministro provoca uma tremenda desconfiança, uma terrível sensação de insegurança. E depois não foi nele que votaram nas eleições de 2002. Daí que o melhor seja mesmo haver eleições em Outubro. Mas compreendo porque o PS e a oposição as defendem. Cheira-lhes a poder e a vitória, depois do resultado das européias. É claro que o PSD não as quer, pois ainda mal aqueceu o lugar no governo e agora que a retoma estava à porta deixa os frutos para o PS. É triste, não é? Mas ainda não sabemos o que Jorge Sampaio vai fazer. Talvez o presidente não dissolva o parlamento. É esse o meu pressentimento. Mas o que pensará Santana Lopes neste momento? Não achará estranho que tanta gente desconfie dele? Que ao longo da vida muitos o tenham achado pouco capaz para certas funções? Estará arrependido do cruzeiro de Verão da Kapital com o lenço vermelho na cabeça e de outras histórias parecidas? Penso que muitas vezes deve sentir-se magoado, afinal o povo sempre gostou dele e até o partido e ganhou mesmo eleições difíceis como as de Lisboa. Mas não se livra da imagem de noctívago, de mulherengo, de boa vida. E é isso que provoca desconfiança. É que para primeiro-ministro gostamos de estadistas, de tipos que não vão à discoteca, que não andam com mulheres bonitas, que não aparecem nas revistas do coração. É isso que dá seriedade a um estadista. E o ar de Rodolfo Valentino dos subúrbios, como dizia Saldanha Sanches há tempos, não ajuda muito a isso. Mas convém dizer que este Rodolfo Valentino tem 48 anos e que tudo indica que tem uma longa vida política à sua frente. Portanto, um dia poderá chegar longe mesmo que não seja a primeiro-ministro. E um dia quando lá chegar talvez olhe para trás e se ria de todos aquele que não davam nada por ele. Como Durão Barroso agora.
 
posted by Jose Matos at 16:22