Vamos agora ao caso da noite passada que mete tachos e garotos. Já em reunião de câmara o vereador Vladimiro Silva tinha falado que havia pessoal amigo a ser contratado pela actual câmara. É a velha história das amizades políticas. É uma acusação habitual e que muitas vezes carece de fundamento. Mas sobre este assunto foi devidamente esclarecido pelo vereador Abílio Silveira e devo confessar que a explicação foi bastante boa. Perante tal explicação era bem escusado o assunto ter voltado ontem à assembléia pela mão do deputado Esmeraldo Drumond, durante a discussão do orçamento. Foi um erro e que mostra que as pessoas não leram a acta da câmara e a explicação dada às mesmas dúvidas. Calculo que o PS goste de mandar estas pedradas para o ar, só que depois esquece que tem telhados de vidro. Quem está no poder tem obviamente tendência para contratar acessores políticos e coisas do género. Não posso dizer que seja uma boa prática, mas é uma prática bem à portuguesa. Agora quando estamos a falar de monitores para desporto, natação ou internet, acho a acusação perfeitamente disparatada. E é disso que estamos a falar. Ora, o deputado em questão foi no tempo do PS acessor político para o ambiente. E digo político porque foi isso mesmo que aconteceu. Foi contratado não só por ser um especialista em ambiente, mas também por simpatia política. E não vale a pena escondermos isso. São práticas habituais de quem está no poder e que temos aceitado. Portanto, não o vou criticar por isso. Até acho que ele estava bem para o lugar. Só não achei bem na altura que uma pessoa a meio tempo como era o caso dele ganhasse mais de 1500 euros/mês, quando a câmara actual tem acessores na mesma condição a ganhar 500 euros/mês. Digamos que deve haver algum bom senso e contenção nestes ordenados e que a câmara anterior não teve bom senso nem contenção neste aspecto. Foi um erro tanto para quem aceitou como para quem deu tal ordenado. Ora foi este mesmo deputado que veio acusar o executivo de contratações políticas quando o assunto já tinha sido esclarecido em reunião de câmara. Na resposta, o presidente foi duro e teve obviamente que lhe lembrar o passado. E o homem enervou-se e chamou garoto ao nosso jovem presidente. É a desvantagem de quem tem 40 e poucos anos. Pode sempre apanhar com esta coisa do garoto. Se ele tivesse 60 ou 70 anos de idade, já não podia ser garoto. Talvez velhaco fosse melhor nesse caso de avançada idade. Mas o engraçado é que depois o PS queria um pedido de desculpas do presidente. Quer dizer chamam garoto ao homem e ainda por cima ele tem que pedir desculpas. Mas não houve desculpas e o caso ficou por ali.