quarta-feira, novembro 30, 2005
“Agostinho Neto, uma vida sem tréguas”, é o título de um livro recente coordenado pelo jornalista Acácio Barradas.

O livro reúne testemunhos de diversos jornalistas, historiadores, políticos, familiares, amigos e admiradores de Agostinho Neto e desvenda muitos aspectos da vida deste dirigente político. É claro que quem ler o livro vai ficar com uma imagem idílica de Agostinho Neto, pois no geral toda a gente no livro fala bem dele. Mas a verdade é que Agostinho Neto foi um ditador como muitos outros dirigentes africanos e essa parte mais negra não é abordada no livro. É pena, pois havia muito para contar.

 
posted by Jose Matos at 18:33
Quem teve um nunca mais se esquece. Naquele tempo não existiam blogues, nem net, nem nada destas coisas modernas.
 
posted by Jose Matos at 14:55
Ainda não tinha visto, mas gostei do que vi.
 
posted by Jose Matos at 14:02
Em tempo de aniversário é também tempo de mudar de cara. Espero que esteja com melhor aspecto e que seja mais agradável em termos de leitura.
 
posted by Jose Matos at 13:52
terça-feira, novembro 29, 2005
Dois anos na blogosfera valem pouco. Mas valem sobretudo pela persistência ao longo do tempo. Não é fácil manter um blogue actualizado quando temos outros na mesma situação. Mas dentro do possível este espaço vai sobrevivendo ao desgaste dos dias e da política. Sempre foi um espaço pessoal com a sua própria agenda.

Quando o criei há dois anos foi principalmente para dar voz ao que penso e para estender a minha influência muito para além da minha parca vida pública. E desse ponto de vista sempre resultou, pois nunca necessitei de falar muito em público para que as pessoas soubessem o que penso da nossa vida política. Nem sempre digo tudo o que penso, pois quem anda na política tem que se resguardar de certos pensamentos que podem ser usados mais tarde contra nós. Mas as palavras que publico aqui têm tido algum impacto e arrastam reacções em muitos sítios. Umas vezes más, outras vezes boas, mas não deixam ninguém indiferente.

Mas devo confessar que nem sempre agrado aos do meu partido (que me considerem demasiado brando) e muito menos à oposição que não gosta do que escrevo aqui. Mas este nunca foi um espaço para agradar à oposição e muito menos aos do meu partido. A única preocupação que tive ao longo do tempo foi ser justo e civilizado. Nunca houve neste blogue uma palavra mais odiosa ou menos própria para quem quer que fosse. O que digo aqui posso dizê-lo pessoalmente a quem me lê.

Não sei se ainda cá estarei para o ano para fazer 3 anos. É possível que até lá outros projectos nasçam e outros blogues floresçam. Mas este é sem sombra de dúvidas um dos mais resistentes na nossa blogosfera local. E só por isso merece de minha parte uma atenção especial.

Talvez mude um pouco o tom das reflexões que vou fazendo aqui. Há coisas que leio e vejo todos os dias que ainda não ganharam espaço aqui. Vamos ver se terei tempo para isso.

P.S. O meu obrigado à referência do Vladimiro Jorge. Somos os últimos sobreviventes. Muitos não aguentaram o nosso ritmo e ficaram para trás.
 
posted by Jose Matos at 14:34
segunda-feira, novembro 28, 2005
 
posted by Jose Matos at 21:12
sábado, novembro 26, 2005
Amanhã na RVR pode-se ouvir a discussão sobre o 25 de Novembro e a falta de democracia na Assembleia Municipal. Este último tema surgiu por causa da intervenção da deputada Marisa Macedo, como já tinha referido aqui noutro post. Penso que no programa se chegou a uma conclusão consensual sobre este tema. Em primeiro lugar, que não há obviamente falta de democracia na Assembleia Municipal e em segundo lugar que a deputada em questão cometeu uma gaffe imperdoável ao dizer aquilo. Penso que na próxima assembleia devia começar por corrigir a situação admitindo que exagerou e que o Presidente da Mesa não merecia ouvir aquilo.

Fiquei também contente em saber que o PS não é contra o IMI em termos de reforma de tributação. É que na intervenção da deputada Marisa Macedo fiquei com essa ideia, pois deu a impressão que estava a defender o antigo modelo de tributação e que não gostava nada do actual. Afinal parece que não. Mas era bom que o discurso feito em assembleia fosse publicado on-line para que cada um o pudesse ler e tirar as suas conclusões.

Já agora um aspecto também curioso na última assembleia foi a descoberta que afinal a CDU tem dois deputados, um na bancada e outro na assistência. Gostei do regresso do Matos de Almeida e continuo a ter saudades dele.
 
posted by Jose Matos at 01:02
quinta-feira, novembro 24, 2005
A expressão não é minha, mas a verdade é que Cavaco Silva é uma lebre bem rápida e Soares uma tartaruga bem pesada. E ao contrário da história, a lebre vai chegar primeiro à meta e com um grande avanço sobre a tartaruga.

 
posted by Jose Matos at 14:04
quarta-feira, novembro 23, 2005
E já agora o meu próprio castigo por ter deixado passar esta noite algumas afirmações em branco sem dizer nada, embora fosse preparado para isso. Não volta a acontecer.
Chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada, chibatada!
 
posted by Jose Matos at 00:41
Começou mal o PS na sua 1ª intervenção na Assembleia Municipal. Podia ter estudado melhor o assunto sobre o IMI, podia ter evitado seguir a direcção do voto dos vereadores na câmara. Mas a primeira coisa surpreendente que descobri na assembleia de hoje foi que, afinal de contas, o grupo do PS parece nem sequer concordar com a actual reforma do imposto sobre imóveis. A quantidade de defeitos e de injustiças que apontou ao mesmo só leva a concluir isso. Fiquei surpreendido, pois pensava que concordavam com o espírito da reforma.

Voltaram a usar o argumento de que as taxas máximas penalizam quem investe as suas poupanças na compra de casa. Ora para começar, o IMI penaliza toda a gente e não apenas os que investem as suas poupanças na compra de casa.

Mas vamos lá então ao caso das pessoas que investem as suas poupanças na compra de imóveis. Quem compra uma casa é para habitar nela ou então compra como investimento para alugar ou para passar férias. E quem investe as suas poupanças para comprar uma casa para alugar ou para passar férias concerteza que pode pagar o IMI, pois se a aluga ganha com isso e se é para passar férias concerteza que tem algum poder económico.

Agora quem compra uma casa para habitação própria (e são estes casos que me preocupam) tem de facto uma isenção de vários anos, caso o valor patrimonial da habitação seja inferior a 225 mil euros (45 mil contos na moeda antiga). Caso seja superior não terá obviamente essa isenção, mas também não me parece que uma pessoa que compra uma casa de 250 mil ou 300 mil euros tenha dificuldades económicas para pagar o IMI. Portanto, o argumento de que as taxas máximas penalizam apenas quem gasta as suas poupanças a comprar casa não tem, por isso, qualquer sentido. E se tivessem visto com atenção a documentação fornecida viam que os números do IMT mostram em 2005 uma subida clara na compra de habitação em Estarreja. Portanto, a taxas praticadas não têm afastado as pessoas do concelho. Não é por causa do IMI que as pessoas deixam de comprar casa em Estarreja.

Voltaram também ao argumento de que o IMI prejudica as famílias mais pobres quando, existe isenção do imposto para quem ganha menos do que 10 mil euros/ano (2 mil contos na moeda antiga). Portanto, também acho estranho este tipo de argumento a não ser que na óptica do PS as pessoas carenciadas sejam aquelas que ganham 15 mil ou 20 mil euros/ano? Faltou dizer isso.

Agora é óbvio que muita gente tem tido surpresas desagradáveis com este imposto, pois por intermédio de heranças recebeu prédios sem condições de habitabilidade que tinham um valor patrimonial baixo e que de repente foram avaliados em valores muito superiores. E de repente quem pouco pagava passou a pagar muito mais. Mas mesmo aqui, as pessoas com baixos rendimentos podem pedir isenção.

Agora isto não invalida que existam aspectos na lei do IMI que deviam ser corrigidos e isso devia ser feito para evitar situações desagradáveis. Agora isso nada tem a ver com as taxas, mas com a própria lei em si. O PS tem maioria na Assembleia da República podia desenvolver uma iniciativa no sentido de corrigir as injustiças da lei.

Depois voltaram com o argumento das taxas intermédias para o IMI quando nem sequer se dignaram a propor um valor concreto como fez a CDU. Também não se deram ao trabalho de ver em termos de quebra da receita, que impacto teria isso no orçamento da câmara.

Agora o que me parece imperdoável para quem começa é que depois de terem concordado inicialmente como é que seriam as regras do debate e que já são assim há vários anos, exista uma deputada que tenha a intenção de as subverter e de acusar a Mesa da Assembleia de falta de democraticidade. Penso que até os próprios deputados do PS ficaram surpreendidos com a acusação principalmente os mais velhos que já levam alguns anos de Assembleia. Fiquei também espantado com a acusação e o mesmo se pode dizer do Presidente da Mesa que não a merecia.

Por isso começaram mal este mandato. Deviam ter tido outra postura em relação ao assunto e abster-se como fez o Presidente da Junta de Freguesia de Avanca.

Uma nota marginal como não podia deixar de ser. Todas as deputadas estavam elegantes. Mas a deputada Marisa Macedo estava impecável com aquele casaco preto. Fica-lhe bem e dá-lhe um certo ar de autoridade. Agora tirando o casaco preto esteve mal no resto.
 
posted by Jose Matos at 00:11
segunda-feira, novembro 21, 2005
Escrevi mais um artigo para o Jornal de Estarreja, que deverá ser publicado na próxima edição de Sexta-Feira. Resume aquilo que penso sobre o IMI. Na semana passada saiu um sobre o hospital que aproveito para reproduzir aqui com um pequeno acrescento no fim. Penso que este assunto voltará a ter alguns desenvolvimentos no futuro a nível da RVR, quando as pessoas visadas decidirem falar.
O hospital e os estudos do PS
Um estudo divulgado recentemente sobre a gestão e eficiência em hospitais não trazia o hospital de Salreu entre os primeiros. O estudo incidia sobre o ano de 2003 e parece que o nosso hospital não aparece nesse estudo com grande classificação, um sinal de que a gestão em tempos idos não terá sido das melhores. Ora esses tempos foram os tempos de um administrador nomeado pelo PS no último governo de António Guterres. Sabemos que as nomeações políticas nunca foram boas práticas na nossa democracia e que os gestores hospitalares deviam ser todos admitidos por concurso público independentes da simpatia partidária. Como não se faz nada disso há pessoas que são nomeadas para os lugares errados.

Convém salientar que o estudo não classifica o hospital entre os piores, mas também não o classifica entre os melhores, mas ao certo sabemos que quando o actual administrador lá chegou não encontrou a casa em ordem. A gestão de um hospital tem que ser um processo cooperativo e solidário entre os órgãos de gestão e a direcção clínica e quando isso não funciona, qualquer hospital tem problemas. E nos tempos idos de Nuno Tavares isso não acontecia e o hospital estava praticamente paralisado em termos de gestão.

Quando este administrador chegou meteu em ordem a casa e preocupou-se em rentabilizar os recursos existentes e deu eficiência ao hospital. Portanto, não admira que quando interrogado sobre o assunto tenha dito que as coisas tenham melhorado nos últimos dois anos, embora não tenha explicado que medidas foram tomadas para sustentar a afirmação. Espero que as explique o mais breve possível sob pena de não percebermos se o disse com razão ou sem razão nenhuma. Mas quem visitar o hospital e ver o que foi feito sabe que o hospital está melhor do que estava a vários níveis.

Mas o PS local lá entendeu que o homem estava a mentir, pois se a pessoa nomeada por eles não tinha feito um bom trabalho, este do PSD não podia ser melhor e portanto também tinha que ser mau. A lógica mesquinha por trás disto é que devemos desculpar o mal dos nossos com o mal dos outros, pois se os nossos no passado não eram grande coisa, os de agora também não são. É a mesma lógica que está por trás das nomeações partidárias. O PS justifica as mesmas dizendo que o PSD também as fez no passado e o PSD quando estava no governo fazia o mesmo justificando que o PS também já as tinha feito nos tempos de António Guterres. E andamos nisto eternamente.

Ora mas para validar esta teoria, o PS local tinha obviamente que negar o que o actual administrador disse. Decidiram, por isso, fazer um estudo por conta própria. Ou seja, lançaram um novo ramo de investigação no PS local, que é a gestão de hospitais. Suspeito que devem ter na secção concelhia algum gabinete independente de avaliação só para isso e foi lá que fizeram o referido estudo. Ou então algum médico que tenha gosto no assunto e que goste de agitar as águas de vez em quando. Bem, mas depois do estudo feito vieram dizer que realmente o administrador estava a delirar e que se o tal estudo de 2003 fosse feito agora dava os mesmos resultados.

Ora o que podiam ter dito em 1º lugar é que realmente o administrador nomeado pelo PS não foi capaz de fazer um bom trabalho no hospital de Salreu e que desconfiavam que o actual não tinha feito melhor, embora não tivessem dados suficientes sobre isso. Mas ao menos podiam esperar mais um ano ou dois até haver um novo estudo sobre a gestão actual e aí sim, ditar a sua sentença. Ou então podiam fazer uma visitinha ao hospital e ver o que foi feito. Mas não anteciparam-se a qualquer estudo independente e decidiram eles próprios fazerem o deles.

Escusado será dizer que estamos perante uma forma pouca séria de fazer política. Seria mais sensato esperar que alguém mais independente e credível faça um estudo a sério sobre isto. Mas até lá, o administrador actual tem o benefício da dúvida.

P.S. A este texto já publicado no referido jornal acrescentava mais uma coisa. Um hospital para funcionar em condições tem que ter uma equipa forte e coesa. Infelizmente nem sempre foi assim e nos tempos idos de Nuno Tavares havia quem apostasse mais na intriga do que no trabalho. E parece que nos tempos que correm continua a existir gente insatisfeita. Ora quem se sente insatisfeito e injustiçado tem obviamente todo o direito em reclamar junto de quem bem entende. Pode escrever para os jornais, pode usar as vias hierárquicas, pode fazê-lo como bem entender. Agora um jornal quando recebe uma carta de fontes anónimas, o que deve fazer é confrontar os visados com as acusações de que são alvo, para que estes se possam defender e replicar. Ora houve um jornal na nossa terra que não fez isso e que de uma carta de fontes anónimas transformou o caso em notícia, como se nada mais existisse a não ser a versão na carta. E fê-lo para provar uma teoria já explicitada por mim no artigo em cima. E a teoria é de que a actual administração é pior ou igual à antiga. Ou seja, se os nossos eram maus (como mostra o estudo de 2003) estes também não são melhores. Para o jornal em questão não lhe interessou saber se as fontes em questão estavam certas ou erradas. O que lhe interessou foi desviar as atenções do estudo de 2003 e denegrir a actual administração. É claro que se a actual administração fosse socialista nada disto tinha acontecido e aposto que o mesmo jornal até podia receber 10 ou 20 cartas, pois não publicaria uma única notícia sobre o assunto. E é contra isto que eu estou contra. Ou se faz jornalismo com um mínimo de seriedade ou então faz-se apenas propaganda contra quem não gostamos. E é isso que o jornal faz, propaganda contra quem não gosta. Está obviamente no seu direito, mas eu também estou no meu de o criticar por isso.
 
posted by Jose Matos at 22:37
Um blogue que não conhecia do Miguel Araújo de Aveiro.
 
posted by Jose Matos at 14:58
A discussão sobre as taxas do IMI vai ser o ponto quente da próxima assembleia. Sei que há pessoas dentro do PS que partilham das minhas críticas sobre a declaração de voto que os vereadores do PS fizeram em reunião de câmara. Percebo que não o possam dizer publicamente, mas o facto de saberem tão bem como eu o erro cometido é bom sinal.

Já sei que o PS andou a prometer em campanha eleitoral que baixava a taxa. Foi uma imprudência como muitas outras que estavam no programa eleitoral. Portanto, o que o partido socialista devia fazer amanhã (caso fosse um partido responsável) era obviamente abster-se na votação que vai decorrer. Eu sei que os deputados do PS vão ter a tentação de dar cobertura política à posição que foi tomada na câmara pelos vereadores, mas se o fizerem estão a justificar um erro com outro erro.

Quanto às razões da taxa máxima em Estarreja serão explicadas amanhã em assembleia e quem estiver presente vai perceber que apesar de ser uma medida pouco popular a câmara de Estarreja tem necessidade de o fazer. Não significa isto que tenha que ser sempre assim, mas neste momento é necessário. Voltarei ao tema depois da reunião de amanhã, mas espero que exista bom senso na bancada da oposição e que não resvalem para o ataque fácil tão habitual nestes temas quentes.
 
posted by Jose Matos at 14:42
sexta-feira, novembro 18, 2005
Num cantinho à direita está escrito Jornal de Informação Regional. Mas a verdade é que não é um jornal de informação regional, mas sim um jornal ao serviço de um partido. Obviamente que não tenho nada contra isso, mas ao menos escusavam de dizer que eram um jornal independente e coisas do género e podiam assumir-se claramente como um jornal partidário. Acho que não vinha daí grande mal ao mundo e tudo ficava mais claro para quem o lê.

Mas a última edição do Voz Regionalista é realmente muito curiosa. Em grande destaque na 1ª página vem o caso do Hospital de Estarreja. Ora para um jornal mensal que na penúltima edição prometia mesmo analisar os resultados eleitorais a fundo e até dar algum destaque aos mesmos, não faz nada do que prometeu.

É claro que se o PS tivesse obtido a vitória já estou a ver qual seria o destaque: “Grande Vitória do PS”. Mas como o PS teve uma derrota pesada nem uma única palavra sobre as razões da mesma. Falam só da tomada de posse dos novos órgãos autárquicos e pouco mais. Percebe-se logo aqui a independência do jornal. Do que não interessa não se fala.

Depois sobre o caso do hospital de Salreu, não se percebe como é que um jornal que recebe uma carta anónima sobre a actual gestão do hospital com várias acusações contra o actual administrador nem sequer se dá ao trabalho de confrontar o administrador com as mesmas. Acho que era o mínimo que devia fazer, ou seja, ouvir a outra parte. Mas nada, nem uma única referência sobre isso? Percebe-se também aqui a independência do jornal.

Mas gostei mais uma vez do editorial da directora. Há quem diga que não é a Dª Irene de Almeida que escreve aqueles editoriais tão simpáticos, mas sim os administradores do jornal. Mas eu acho que não, acho que é ela mesmo que os escreve. Sempre tive por ela uma enorme simpatia e gosto desta sua costela de jornalista. Mas gostei quando ela diz “que aparentemente, os estarrejenses não se importaram nada com certos procedimentos do Dr. José Eduardo Matos”. É verdade, como vê não ligaram nada ao que escreveu durante os últimos 4 anos a respeito do Presidente da Câmara.

E tanto não ligaram que lhe deram uma vitória histórica nas últimas eleições. Por isso, gostava de ver uma análise sua sobre este facto tão interessante, pois parece que o que escreveu ao longo do tempo não influenciou em nada a opinião dos eleitores a até mesmo desconfio que muitos dos seus leitores votaram no Dr. José Eduardo Matos. Portanto, não deixa de ser interessante ver que apesar da campanha acirrada que o jornal moveu contra o Presidente da Câmara, este não só ganhou outra vez as eleições como esmagou o PS em larga escala. Ora será que um dia destes vamos ver uma análise do jornal sobre isto?

Uma última sugestão, vocês não deviam ter dado eco às razões porque os vereadores do PS votaram contra à manutenção da taxa máxima do IMI, pois quando os vereadores em questão dizem que “as taxas máximas do IMI penaliza apenas os que investem as suas poupanças na aquisição de imóveis”, deviam também dizer que quem compra casa tem uma isenção de taxa durante um determinado período de anos e que ninguém vai deixar de comprar casa em Estarreja, em Aveiro ou em Albergaria por causa do IMI. Mas mais, quando os mesmos vereadores dizem que “este imposto municipal tem deixado em situação difícil muitas famílias” deviam também dizer que as famílias mais carenciadas podem pedir isenção do imposto, daí que a afirmação não tenha qualquer sentido. É que ao darem eco destas declarações deixam ficar mal os vossos vereadores, pois ninguém percebe como é que os vereadores votaram contra ao IMI argumentando razões deste teor?
 
posted by Jose Matos at 21:25
Um estudo do Eurostat dizia há tempos que 91% dos estudantes portugueses usam a Internet, o que significa que estamos acima da média europeia que é de 85%. À nossa frente só mesmo os alemães (94%), os dinamarqueses (96%) e os finlandeses (97%). Até aqui tudo bem é um nível de utilização que nos deixa entre os melhores da Europa. Mas quando olhamos para o uso da net em função da escolaridade vemos que no grupo das pessoas com menos instrução (menos que o 12º ano), só 14% usam a Internet. Mas quando olhamos para as pessoas com instrução superior ao 12º ano, o nível de utilização sobe para 84%, o que é uma discrepância enorme. Somos também entre as classes mais idosas aqueles que menos usam a net. Só 3% dos nossos reformados é que a usam contra os 20% dos finlandeses, 23% dos alemães, 34% dos dinamarqueses ou 54% dos holandeses. Numa semana em que o coordenador do plano tecnológico se demitiu e o mesmo plano parece que choca com as mais diferentes visões dentro do governo, não deixa de ser interessante reflectir sobre estes números.
 
posted by Jose Matos at 17:32
quinta-feira, novembro 17, 2005
Que fazer contigo,
trombeta de palha,
lince da areia,
insecto das águas?
Lavrador do tempo,
espero
o vento
que nos desune
-porém, que fazer de mim?
Orlando Neves
 
posted by Jose Matos at 18:20
O Bioria tem um site, muito animado, mas com pouca informação. Calculo que tenham em mente melhorar o conteúdo no futuro. Este é daqueles projectos que a câmara em boa hora apoiou. Amanhã vamos falar do assunto na RVR.

 
posted by Jose Matos at 18:04
quarta-feira, novembro 16, 2005
Tenho pelo ministro António Costa uma grande consideração, pois parece-me que se trata de um ministro sóbrio e com sentido político. Custa-me por isso ver o projecto de reforma administrativa proposto por este ministro que visa extinguir freguesias com menos de mil eleitores seja nas grandes cidades como nos meios rurais.

Os critérios para a extinção e fusão de freguesias ainda não estão completamente definidos (haverão outros além dos populacionais), mas o simples facto da lei estar em laboração é um péssimo sinal de insensatez política. E parece que além das freguesias se seguirão os concelhos menos populosos.
 
posted by Jose Matos at 18:08
terça-feira, novembro 15, 2005
"Era uma vez um rapaz que perguntou a uma rapariga:
– Queres casar comigo?
Ela respondeu:
– Não. Já tenho computador e ligação à internet."
 
posted by Jose Matos at 12:02
Como era de esperar Cavaco Silva tem também a sua parte digital. Uma página e blogues.
 
posted by Jose Matos at 11:57
Quem está em cargos políticos autárquicos tem ter alguma cautela com as notícias de fontes desconhecidas com as coscuvilhices ou com as maledicências ditas à boca pequena. Diz-se muita coisa sobre coisas que acontecem ali e acolá e muitas vezes não passa de maledicência ou de pequenos casos que não podem ser julgados pelo todo.

Todos nós temos queixas da administração pública. Somos, por vezes mal atendidos, prestam-nos más informações e nem sempre resolvem os nossos problemas em tempo útil. Agora isto não significa que toda a administração pública seja assim.

No caso da câmara da Estarreja houve um esforço enorme nos últimos anos em modernizar a câmara e em oferecer aos funcionários condições mais dignas de trabalho. O esforço que foi feito nesse sentido foi enorme e tem resultados à vista. Quem vai à câmara hoje em dia tem um atendimento moderno e muito mais eficiente que em tempos idos. Os funcionários também receberam formação e estão concerteza melhor preparados hoje do que no passado. Isto não significa que não existam falhas pontuais, mas serão concerteza uma excepção no contexto geral.

Acho que muitos dos funcionários que estão na câmara estão hoje em dia mais motivados para o seu trabalho do que no passado e sentem que houve uma melhoria nas condições de trabalho.

Sentem também que há mais rigor na gestão e que isso é importante para o bom funcionamento da câmara. De facto, há rigor na gestão da câmara e os custos com pessoal nunca estiveram tão controlados como agora.

Mas se alguém é mal tratado aqui ou acolá deve obviamente queixar-se e fazer chegar o caso a quem manda. Agora dizer que ouviu dizer isto ou aquilo é alimentar coscuvilhices. Percebe-se que o povo diga, mas um membro de um cargo político não.
 
posted by Jose Matos at 11:36
segunda-feira, novembro 14, 2005
Como as pessoas, os médicos também se aborrecem, também sentem invejas, também são seres humanos como nós. Muitos também andam na política e gostam de lançar as suas alfinetadelas. Ora parece-me cada vez mais que no caso da história criada pelo PS à volta do hospital de Salreu temos uma situação dessas. As minhas fontes internas no PS dizem-me isso: "São coisas de médicos, não ligues." Não sei se é isso ou não, mas agora é obviamente indesculpável tentar desculpar a anterior administração e tentar passar por cima dos maus resultados como se nada fosse.
 
posted by Jose Matos at 17:53
Uma das coisas que me deixa ainda a pensar passado este tempo todo (e já lá vão quase dois anos de blogue) é que ainda existam anónimos na blogosfera espantados com o facto dos blogues de direita não terem um espaço para comentários, como se o comentário fosse uma característica dos blogues de esquerda.

Em primeiro lugar, a designação de blogues de direita é polémica, pois este espaço não é um espaço de direita nem de esquerda, mas sim apenas um espaço pessoal e de autor. E como tal não é um espaço para vincar ideias de direita ou de esquerda.

Mas há uma coisa que percebi desde o primeiro momento em que o criei é que uma secção de comentários só valia a pena se realmente existisse uma discussão séria e civilizada a respeito do que escrevo aqui. Ora o único exemplo que tinha como referência era o do blogue do Vladimiro Jorge e o exemplo era mau e continua a ser mau, como qualquer pessoa pode ver se passar por lá.

Já aqui o disse várias vezes que não vale a pena ter uma secção de comentários num blogue, quando a discussão que existe, não é discussão, mas sim o insulto e a calúnia debaixo da capa do anonimato. Ora uma discussão não é isto e usar um blogue para caluniar os outros por tudo e por nada não é discussão, mas sim má educação. Ora o autor de um blogue tem que ter responsabilidade pelo espaço que usa e acho que deve ter a sensatez para perceber que uma secção de comentários em tais circunstâncias é um péssimo exemplo de discussão.
Se alguém se desse ao trabalho de fazer um levantamento do nº de insultos em dois anos de Estarreja Efervescente ficaria se calhar espantado com o resultado. Só eu tenho uma conta razoável e o presidente da câmara também. A mim já me chamaram de tudo, desde burro a mau profissional, sem me conhecerem de lado nenhum. Até insinuaram uma vez que eu era gay, só por vestir de forma simples e pobre. Ora onde está a discussão no meio de tanto insulto? É uma coisa que eu gostava de saber?

É claro que este problema existe em muitos blogues espalhados pela blogosfera e a única forma de o combater de forma eficiente é não permitir que um blogue seja manchado por isso. Há quem ache que mesmo assim compensa, mas eu acho que não. Nos imensos fóruns de discussão que existem na net quando isso acontece o utilizador é banido, na blogosfera é possível apagar os comentários, mas entre o apagar e o não apagar a calúnia pode sempre passar.

Como já disse várias vezes não tenho qualquer problema com a crítica e com a discordância. Sempre que posso participo em fóruns de discussão e tenho os outros blogues com comentários. Agora obviamente não gosto de má educação, nem de gente anónima que aproveita esse facto para caluniar sem assumir daí as devidas consequências.

Enquanto a nossa blogosfera local for assim, este blogue jamais terá uma secção de comentários, nem os outros ditos de “direita”, pois não estamos disponíveis para abrigar gente que não sabe discutir e que está carregada de ódio político por quem governa. Falam dos outros como se fossem todos uns patifes e um bando de criminosos. E isto para mim é incompreensível, pois quando não era o meu partido que estava no poder nunca nutri qualquer ódio pelo executivo da altura e mesmo nos períodos mais quentes respeitei sempre as pessoas que lá estavam. Fizeram o melhor que sabiam e podiam pela terra.
Como suspeito infelizmente que isto nunca vai mudar em Estarreja, acredito que os comentários vão continuar ausentes. E tenho pena que o Vladimiro Jorge no blogue dele continue a dar abrigo a uma secção que nunca foi de discussão, mas sim de ofensa pura e dura.

E continuo também à espera que ele diga o que lhe vai no coração a propósito das últimas eleições. Já é a terceira vez que lhe faço o desafio, mas ele continua renitente.
 
posted by Jose Matos at 17:00
A agitação e o descontentamento que se vive actualmente nas escolas entre os professores já era de esperar desde o começo do ano lectivo, pois o ministério tem actuado neste sector de forma pouco sensata fazendo passar a ideia de que os professores trabalham pouco, ganham bem e estão cheios de privilégios. É um tipo de mensagem errada, como já tinha acontecido no caso dos juízes. Não significa isto que esteja tudo bem e que em certos casos não existam privilégios que devem ser cortados. Mas é preciso ter sensatez nas medidas e nas exigências.

Esta insatisfação tem várias origens, algumas válidas outras nem por isso:

- Mudança nas regras de aposentação que passa a ser mais tarde como acontece no resto da função pública. Concordo com a medida, pois se não for assim o sistema de segurança social entraria um dia em colapso. Aqui os professores deviam perceber isto e ser solidários com esta medida. Acho que não deviam fazer greve por isto.

- A não contagem do tempo de serviço para progressão de carreira até final de 2006. Acho isto caricato, pois afinal de contas os professores estão a trabalhar e este tempo de serviço não conta para progressão na carreira. É como se não estivessem a trabalhar. Tinha mais sentido o congelamento de salários. Esta medida também se aplica ao resto da função pública e acho que também aí não tem grande sentido. Portanto, aqui têm razão para protestar.

- Os prolongamento de horários nas escolas do 1º ciclo. A medida visava a introdução do inglês no 1º ciclo e outras actividades extracurriculares facultativas. O governo anunciou isto com grande aparato na assembleia pela voz do primeiro-ministro dando mesmo a impressão que o inglês ia ser obrigatório (quando não é). Mas lendo depois o despacho nº16795/2005 de 3 Agosto vemos que afinal o inglês nem consta do despacho, mas sim uma língua estrangeira que até pode não ser o inglês. Portanto, o primeiro-ministro não sabia muito bem do que estava a falar ou então foi mal aconselhado. Mas depois do anúncio passou a batata quente para as autarquias e para os agrupamentos de escolas. Ora o que aconteceu em muitas escolas foi que os professores tiveram que assegurar esse prolongamento dentro do seu horário de componente não lectiva. Até aqui tudo bem, mas o que estão assegurar em muitos casos são actividades de animação cultural ou mesmo de guarda das crianças não tendo grandes hipóteses por falta de tempo de desenvolver um projecto de complemento às aulas que tenha verdadeiramente interesse para os alunos. Portanto, tomam no fundo conta das crianças e estão lá a entretê-las com jogos e brincadeiras. Ora esta situação tem provocado revolta entre o corpo docente e há alguma razão nisso, pois trabalhar sem um projecto de fundo acaba por ser pouco proveitoso para os alunos. Aliás, quem olha para o despacho nº16795/2005 de 3 Agosto que regulamenta esta situação a ideia com que fica é que quiserem transformar a escola num atelier de tempos livres com actividades de animação e de apoio à família. Mas se isto já era assegurado em muitos casos por instituições particulares porque diabo foram agora querer fazer o mesmo na escola? E se era por causa do inglês porque diabo esta língua não é então obrigatória sendo apenas facultativa? E já agora como justificar as discrepâncias que podem surgir entre alunos que chegam ao 2º ciclo já com dois anos de inglês e outros que por opção ou mesmo por falta de condições não tiveram inglês no 3º e 4º ano? A trapalhada desta medida é típica de quem não estuda as coisas e lança medidas avulso.

Noutros níveis de ensino, a componente não lectiva dos professores foi também ocupada com a substituição de aulas gerando situações caricatas de professores a dar aulas que nada tinham a ver com a sua área. Mais uma vez o que se nota aqui é a falta de um projecto de fundo que ocupe verdadeiramente os alunos numa actividade rentável e não apenas uma acção tapa-buracos.

Em suma, há algumas razões para os protestos e para a greve. É claro que o nosso ensino continua a ter falhas graves e os professores como agentes de ensino devem trabalhar mais para melhorar isso. Mas para isso precisam de mais formação, tempo para estruturar projectos e se calhar de melhores condições nas escolas. Precisam também de faltar menos e de se aplicarem mais no seu trabalho. Mas também precisam de mais autoridade na escola e de sentirem que a sua imagem e função é valorizada pela sociedade e pelo poder político.

É que a sociedade tem um papel importante na educação. E em Portugal a sociedade têm-se demitido. E penso que aí as razões residem justamente no nosso atraso cultural e escolar. Eu sou de uma geração que andou numa escola muito pior do que a actual, onde o nível de aproveitamento e de desistência eram elevados. Muitos dos que andaram comigo nunca completaram o ensino básico, nem desenvolveram hábitos culturais ao longo da vida. Não sei o que o pensam da escola, mas são os pais dos alunos que andam agora na escola. E talvez isto também nos diga alguma coisa.
 
posted by Jose Matos at 14:51
É curioso como o site do PS entrou em remodelação depois das eleições e nunca mais voltou à actividade. Pensei que aproveitassem o espaço para explicar a derrota, mas nada. Nem uma palavra.
 
posted by Jose Matos at 14:47
Escrevi um texto sobre o assunto que sairá no Jornal de Estarreja. No essencial refiro o que já tinha dito aqui. O estudo incidia sobre o ano de 2003 e parece que o nosso hospital não aparece nesse estudo com grande classificação, um sinal de que a gestão em tempos idos não terá sido as melhores. Ora, a gestão de um hospital tem que ser um processo cooperativo e solidário entre os órgãos de gestão e a direcção clínica e quando isso não funciona, qualquer hospital tem problemas.
E nos tempos idos de Nuno Tavares (e não está aqui em causa a pessoa) isso não acontecia e o hospital estava praticamente paralisado em termos de gestão. Cheguei a estar presente uma vez numa reunião com enfermeiros, em que eles se queixavam disso mesmo e apelavam para que alguma coisa fosse feita para ultrapassar a situação. Entretanto, veio-me à memória uma intervenção em assembleia do deputado Valdemar Ramos, que está na comissão municipal de saúde, onde ele dizia que quem visitar o hospital e ver o que foi feito sabe que o hospital está melhor do que estava a vários níveis. Daí o voto de louvor que esta administração recebeu. Até na gestão deixou de dar prejuizo como acontecia noutros tempos.
E volto a dizer aquilo que já tinha dito noutro post, que suspeito cada vez mais que o PS local tem um gabinete de estudos de gestão hospitalar ou então segundo apurei algum médico que tenha gosto no assunto e que goste de agitar as águas de vez em quando. E é curioso que começo a inclinar-me para esta última hipótese. Algum médico que não gosta da actual gestão e que decidiu lançar esta história.
 
posted by Jose Matos at 14:29
Um dos temas que foi abordado no programa da RVR (e que passa hoje de novo na rádio ao final do dia) foi que é mais barato comprar casa em Albergaria do que em Estarreja. Quem o disse tinha essa experiência no terreno e parece que isso realmente acontece, embora os preços da habitação em Albergaria estejam a subir. No essencial esta diferença de preço prende-se muito com a localização e com o preço dos terrenos. Há alguns anos atrás, Albergaria não tinha ainda os acessos que tem hoje e portanto em termos de localização os prédios não estavam tão valorizados como em Estarreja. Suspeito que essa diferença esteja hoje mais esbatida. Convém também dizer que as pessoas também procuram a habitação em função do emprego e Albergaria tem uma zona industrial dinâmica. Por isso, Estarreja tem que ter um parque que traga novas empresas para o concelho e que gere emprego. Sem isso as pessoas vão continuar a procurar outras paragens.

 
posted by Jose Matos at 14:17
sábado, novembro 12, 2005
Não deixa também de ser um pouco delirante (embora admito que bem intencionada) a declaração de voto dos vereadores Teixeira da Silva e Manuel Pinho Ferreira na câmara a propósito da taxa do IMI. Dizem eles o seguinte: “Por entendermos que o imposto onera bastante aqueles que investem na compra de imóveis, criando dificuldades muitas vezes na altura em que menos podem, propomos uma taxa intermédia e não as máxima, pelo que votamos contra”.

Ora quem anda à procura de casa em Estarreja ou mesmo no concelho jamais algum dia vai perguntar qual é a taxa do IMI? Quem anda à procura de casa preocupa-se é com o preço que vai pagar na aquisição, com a localização, com os acessos, com a qualidade de construção e etc… Nunca ouvi ninguém perguntar quanto é que é o IMI em Estarreja nem em lado nenhum. Portanto, votar contra à taxa por isto é no mínimo incompreensível ou mesmo delirante. Não é obviamente pelo IMI que as pessoas vão deixar de comprar casa em Estarreja ou vão mudar de concelho. Há outras razões muito mais fortes do que isso.

P.S. Já agora o uso da palavra "delirante" neste e noutros posts é obviamente metafórico e não literal e serve apenas para expressar a minha estranheza pelo que leio. O seu uso não tem obviamente a intenção de pôr em causa a seriedade com que as pessoas lançam este tipo de ideias, embora as considere erradas.
 
posted by Jose Matos at 19:53
O meu amigo José Cláudio Vital tem sido um mestre do silêncio em relação à sua saída da câmara. Sei que lá fundo se diverte ao ver as teorias delirantes que se constroem à volta do assunto. Ele e o próprio presidente da câmara, que segundo o Vladimiro Jorge se sentia ameaçado pelo protagonismo do vereador da cultura.
É claro que antes das eleições também diziam que o vereador Abílio Silveira é que queria ser presidente da câmara e coisas do género e até espanta que seguindo esta lógica delirante, o Abílio Silveira também não tenha sido afastado pelo presidente da câmara, pois nesse caso até era uma ameaça maior.

Por isso, um dia quando o José Cláudio entender falar sobre o assunto, muita gente se vai rir do que foi escrito a este propósito.

Outro delírio é que a inclusão de dois novos vereadores sem experiência política foi pensada para dar protagonismo político ao presidente da câmara. Quem conhece por dentro o processo sabe que a ideia é delirante, mas quem está fora acha a teoria credível.

Talvez exista alguém na oposição com clarividência suficiente para perceber onde está o delírio. Mas ainda não vi ninguém com essa clarividência.
 
posted by Jose Matos at 19:52
Todos nós temos os nossos delírios políticos. Habitualmente são ideias erróneas baseadas em falsas conclusões que insistimos em manter por convicções interiores que podem estar desfasadas da realidade. Também podem surgir porque conhecemos apenas uma pequena parte da realidade e como estamos fora depois temos tendência para delirar sobre o que não conhecemos. E na política como noutras artes não é fácil manter o nosso índice de disparates baixo. Faço por isso, mas nem sempre sou bem sucedido. Também tenho problemas de percepção, há coisas que me escapam, que não entendo, mas tento manter algum equilíbrio, alguma cautela para não cair no reino do fantástico. Umas vezes lá consigo outras nem por isso. Mas não me tenho dado mal.

Tenho um camarada na blogosfera que também é assim. Diz coisas acertadas e gosto de o ler, mas também tem o seu sistema de ideias delirantes de aspecto convincente que gosta de divulgar. Cismou que o modelo de gestão do ecoparque é um erro e não há maneira de o convencer do contrário. Ainda não estava o modelo implantado e já dizia que era um erro. Ainda mal começou a funcionar e já diz que é um fracasso. Eu prefiro esperar algum tempo e ver se um dia estes delírios têm razão de ser, mas ele não e já está certo de tudo. Mas vamos ao caso.

A prioridade que o actual executivo decidiu dar ao desenvolvimento económico com a criação de um pelouro nessa área é importante e tem que dar frutos nos próximos quatro anos. Agora quem pensa que este pelouro vai substituir a gestão do ecoparque está muito mal enganado. O que este pelouro vai fazer é obviamente ajudar a que se faça uma gestão ajustada não só do ecoparque como também do tecido empresarial mais antigo. Mas o que foi acordado em relação à gestão do ecoparque é para cumprir e a câmara vai obviamente fazer por isso. É claro que os profetas da desgraça continuam a achar que o modelo de gestão escolhido para o ecoparque foi mal escolhido e que vai ser um fracasso, mas eu continuo a dizer o que já disse em tempos, que seria um erro tremendo pôr a câmara a gerir o ecoparque como noutros tempos se queria fazer. Se a gestão da ParqueEsta vai ser boa ou má ainda vamos ver, mas meter a câmara a gerir um parque industrial é apostar num modelo obsoleto e ultrapassado. E dentro de alguns anos vamos ver quem tinha razão. Vamos ver quem é que está delirar. Posso ser eu, mas também pode ser que não. Pode ser que a câmara também tenha delirado quando escolheu o modelo que escolheu, mas também pode ser que não.

Agora há uma coisa onde a câmara concerteza não delirou que foi ter optado por construir uma nova piscina municipal em vez de um pavilhão multiusos. Devo confessar que em 2001, quando elaboramos o programa eleitoral, a ideia de um pavilhão multiusos tinha sentido na nossa cabeça, mas é óbvio que agora à distância vejo que estávamos todos um pouco a delirar quando pensamos nisso. E o PS a mesma coisa quando o prometeu nas últimas eleições. Mas cá está foi um delírio de campanha.

No tempo do PS na câmara, a questão da piscina municipal sempre foi resolvida com remendos e nunca foi pensado um projecto mais que óbvio que era a construção de uma nova piscina. O actual poder entendeu que era isso que devia ser feito e lançou o projecto. E acho que fez bem e será uma das obras mais importantes neste mandato.

Quanto ao IC1 não é obra da câmara, embora sempre tenha lutado por ele. Infelizmente o silêncio do governo actual sobre este projecto é revelador de que o defunto está mesmo morto e enterrado. E tenho pena que o PS local se tenha calado sobre o assunto e já não fale como noutros tempos pedindo a construção do mesmo.
 
posted by Jose Matos at 19:47
É curiosa a forma como o PS local pegou na questão da gestão do hospital de Salreu e a tentou embrulhar com um papel de embrulho diferente. Hoje para quem ouviu o debate na RVR percebeu isso facilmente. Mas no essencial acho que deviam ter ficado em silêncio e não falar muito no assunto, pois ainda é cedo para avaliar a actual administração. Mas ao terem respondido ao administrador actual entraram num território perigoso escusadamente.

O estudo revelado recentemente sobre a gestão do hospital incidia sobre o ano de 2003, quando a gestão vinha de um administrador nomeado pelo PS no governo de António Guterres. O estudo não deu uma boa classificação ao hospital a esse nível, o que até não admira dado o facto do hospital ter passado por períodos conturbados em termos de gestão. Foi assim que o actual administrador nomeado pelo PSD encontrou o hospital quando lá chegou. E quando interrogado sobre o assunto disse que as coisas tinham melhorado nos últimos dois anos, embora não tenha explicado que medidas foram tomadas para sustentar a afirmação.

Ora, o PS local lá entendeu que o homem estava a mentir, pois se a pessoa nomeada por eles tinha feito um mau trabalho, este do PSD não podia ser melhor e portanto também tinha que ser mau. A lógica mesquinha por trás disto é que devemos desculpar o mal dos nossos com o mal dos outros, pois se os nossos no passado não eram grande coisa, os de agora também não são. É a mesma lógica que está por trás das nomeações partidárias. O PS justifica as mesmas dizendo que o PSD também as fez no passado e o PSD quando estava no governo fazia o mesmo justificando que o PS também já as tinha feito nos tempos de António Guterres. E andamos nisto sem ninguém bater com o punho na mesa e dizer: basta!

Ora mas para validar esta teoria, o PS local tinha obviamente que negar o que o actual administrador disse. Ora os meus camaradas socialistas decidiram fazer um estudo sobre o assunto. Sim, eles próprios lançaram um novo ramo de investigação no PS local, que é a gestão de hospitais. Suspeito que devem ter na secção concelhia algum gabinete independente de avaliação só para isso e foi lá que fizeram o estudo. Bem, e depois do estudo feito (no qual a minha amiga Catarina deve ter participado) vieram dizer que realmente o administrador está a delirar e que se o tal estudo de 2003 fosse feito agora dava os mesmos resultados. Bem, e em seguida aproveitaram o debate na RVR para divulgar o referido estudo tendo a Catarina sido a porta-voz da avaliação realizada.

Ora o que podiam ter dito em 1º lugar é que realmente o administrador nomeado pelo PS não fez um bom trabalho no hospital de Salreu e que desconfiavam que o actual não tinha feito melhor, embora não tivessem dados suficientes sobre isso. Mas ao menos podiam esperar mais um ano ou dois até haver um novo estudo sobre a gestão actual e aí sim, ditar a sua sentença. Mas não anteciparam-se a qualquer estudo independente e decidiram eles próprios fazerem o deles.

Escusado será dizer que toda a gente ficou desconfiada deste estudo e que eu próprio prefiro esperar que alguém mais independente e credível faça um estudo a sério sobre isto. Mas até lá, o administrador actual tem o benefício da dúvida e se um dia se provar que foi mau administrado como o foi o do PS, cá estarei para o criticar. Mas não antes como fez a minha amiga Catarina. Tenho pena é que não tenha admitido no debate que o administrador do PS fez realmente um mau trabalho. Mas o programa continua e um dia destes havemos de voltar a falar disto.


 
posted by Jose Matos at 19:41
sexta-feira, novembro 11, 2005
Amanhã temos de novo na RVR o nosso programa semanal. Desta vez o ambiente aqueceu um pouco devido à discussão em torno do hospital de Salreu. Acho que o administrador devia explicar obviamente porque considera que a gestão do hospital está melhor agora do que em 2003 e apresentar números sobre isso, mas fazer um julgamento precipitado sobre o assunto sem dados fundamentados é algo pouco prudente para quem está fora como nós. Mas percebo que o julgamento seja mais político que outra coisa.
 
posted by Jose Matos at 22:15
quarta-feira, novembro 09, 2005
Escusado será dizer que este candidato da CDU não atingiu os objectivos que pretendia. É que os mortos não votam, mas ficam na memória dos vivos. E os vivos parece que não gostaram do cartaz.
 
posted by Jose Matos at 19:31
As consequências da gripe na Arca de Noé. Coisas que o tempo apagou, mas que agora estão de volta.
 
posted by Jose Matos at 19:04
segunda-feira, novembro 07, 2005
O Castelo Andante de Hayao Miyazaki, uma pequena obra-prima, recheada de aventuras, magia e imaginação.
 
posted by Jose Matos at 11:32
Ainda na senda dos resultados das últimas eleições, acho que o vereador Teixeira da Silva fez bem em pedir a suspensão do mandato na câmara, embora não perceba porque razão o fez só por 6 meses?

Mas em certo sentido, parece que foi ao encontro da impressão expressa aqui por mim, quando da tomada de posse. Tinha um ar de cansado da política. Percebo, por isso, que se afaste. Como já tinha dito aqui, ele fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar uma derrota desastrosa. Mesmo assim, o que fez não foi suficiente e é natural que esteja decepcionado com a vida política. Além disso, é daquelas pessoas que nunca precisou da política para nada e vive bem fora dela.

Agora também acho que não tirou logo as devidas consequências da derrota eleitoral. O que ele devia ter feito no dia a seguir às eleições era colocar o seu lugar de presidente da comissão política do PS à disposição e afastar-se de qualquer cargo directivo. Fez bem na câmara ao ter pedido a suspensão do mandato, mas também fazia bem no partido. Percebo que por razões de organização interna, o PS não queira eleições antes das presidenciais, mas, mesmo assim, ele devia ter assumido as consequências do resultado eleitoral.

Outra coisa que me fez pensar estes dias, foi que o disse a minha camarada socialista de debate na RVR, ao dizer que tinham espetado umas lanças à esquerda. Na altura não percebi bem de quem estava a falar, mas agora vejo que era do vereador Manuel Pinho Ferreira.

Conheço mal a pessoa e não sabia que tinha sido um homem com um trajecto político na área do PCP. Tanto que pelos vistos foi convidado para ser o candidato da CDU à câmara nas últimas eleições. Na altura, alegou motivos de ordem pessoal para não ser, mas o estranho é que passado um tempo era candidato na lista do PS? Calculo que tenha deixado de ser marxista-leninista e que tenha descoberto de repente as virtudes do pensamento socialista. Mas não deixa de ser estranho esta mudança ideológica. Mas na política como na vida cada um livre de mudar de opinião quando bem entende. Como pessoa livre que é, tem todo o direito de aceitar os convintes que bem entender. Espero que faça um bom mandato como vereador do PS.

E já agora uma última palavra para o ex-deputado da CDU Matos de Almeida. Tenho pena que não continue na assembleia. Era um bom deputado com uma grande capacidade de trabalho e que representou bem a CDU nos últimos 4 anos.
 
posted by Jose Matos at 11:05
sexta-feira, novembro 04, 2005
O programa Passos do Concelho passa amanhã depois das 11 horas na RVR e repete na Segunda depois das 18 horas (90.2FM). É um programa interessante e informal e vai abrir uma nova frente de comentário político. Somos três comentadores, um homem e duas mulheres. Fiquei contente por isso. Estar rodeado por duas mulheres interessantes é sempre um gosto enorme. Prometo trazer para aqui vários dos temas lá debatidos. Para já fiquei a saber que o vereador Teixeira da Silva já pediu suspensão do mandato por 6 meses para dar lugar aos mais novos.

Fiquei também a saber que na 1ª reunião da CME, o PS decidiu insistir que não vê qualquer sentido em mais um vereador a tempo inteiro e que a despesa do lugar não se justifica. Bem, penso que começou mal neste aspecto, pois o que me importa não é despesa do lugar (que é uma gota de água no orçamento anual da câmara), mas sim se o vereador vai trabalhar bem e vai apresentar trabalho que justifique o estar a tempo inteiro. E é nesse campo que o PS deve pedir contas daqui a um ano.
 
posted by Jose Matos at 20:54
Começa a partir de amanhã na rádio Voz da Ria uma nova série do programa "Passos do Concelho". Vou ser um comentador permanente juntamente com a Catarina do PS e com alguém da CDU. Hoje gravamos o primeiro. Penso que o tema principal serão as últimas eleições. O programa passa amanhã de manhã na rádio.

 
posted by Jose Matos at 12:47
quinta-feira, novembro 03, 2005
Foi uma das coisas mais interessantes em termos de sinalização de passadeiras que apareceu no concelho. Vários foram mal colocados com os painéis solares para norte, onde o Sol nunca anda. Mas lá foram funcionando até que um dia destes alguns espertos começaram a dar cabo deles e a roubar-lhes as baterias. Puros actos de vandalismo que eram bem escusados e que vão levar a câmara a retirar o resto. Como dizia um amigo hoje, muita gente não merece nada.

 
posted by Jose Matos at 20:28
 
posted by Jose Matos at 16:39
 
posted by Jose Matos at 15:04