domingo, fevereiro 27, 2005
A ideia apresentada por Alcides Esteves na última assembleia municipal sobre um Plano Municipal de Turismo deixou-me a pensar. É uma ideia que tem o seu sentido e agora que Estarreja vai ter uma unidade hoteleira digna desse nome faz cada vez mais sentido pensarmos no que é que o concelho tem para oferecer a quem nos visita. Com toda a sinceridade acho que não tem muita coisa e o que tem de mais valioso (os campos e a ria) está mal aproveitado. É preciso dar mais atenção aos campos e à ria e torná-los atractivos para quem vem de fora. É que se eu viesse de fora nem sequer sabia por onde é que devia começar uma visita. É só isto mostra o quanto ainda há para fazer nesta área.
 
posted by Jose Matos at 20:06
terça-feira, fevereiro 22, 2005
E ao 2º dia, Santana Lopes decidiu finalmente não se voltar a candidatar à liderança do partido. Deve ter ficado a ver qual era a reacção do partido, mas como viu pouco entusiasmo, lá decidiu não voltar a candidatar-se.
 
posted by Jose Matos at 20:37
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
A vitória - O meu pressentimento estava certo. O PS ganhou com maioria absoluta. A derrota em Aveiro foi marcante. Pressenti-a logo pelos resultados de Fermelã. Quando contei os votos, vi que o PS tinha tido uma votação anormal em Fermelã. Era o sinal de que a maioria vinha aí. Uns perdem outros ganham. Em Outubro, nas autárquicas será ao contrário. E aí quem se fica a rir somos nós. Desejo que o PS governe bem e seja capaz de fazê-lo. No entanto, o discurso de Sócrates ontem na vitória foi mau. Cheio de generalidades e a falar para o partido. Mas é sem sombra de dúvida o grande vencedor da noite. Deu ao PS um resultado histórico.

Manuel Oliveira – Uma notícia triste que não esperava. Conheci-o quando foi adjunto de Gilberto Madaíl no Governo Civil de Aveiro. Era um homem afectuoso e calmo. Guardo uma boa memória dele.

Paulo Portas – Saiu com grande dignidade. Nunca esperei que o CDS tivesse um resultado tão mau. Mas Portas esteve à altura do momento. Não fugiu e assumiu a derrota. Ninguém diria que era a sua sobrevivência política que estava em jogo nestas eleições. E, no entanto, foi isso que aconteceu. Um das surpresas da noite.

Santana Lopes – Já calculava que não quisesse sair. Não teve a dignidade de Portas no momento da derrota. Preferiu ficar e não assumir coisa nenhuma. É pena. Até aqui se vê que é um mau líder e que não está à altura de presidir o partido. Com esta atitude mostra que quer arrastar o partido consigo. Fez uma campanha péssima à brasileira e não percebeu ontem à noite que a derrota é principalmente devido a ele. Deu outra vez a imagem do perseguido, do injustiçado. Os próximos tempos vão ser conturbados no PSD. E a nove meses de outro acto eleitoral, a agitação só fragiliza o partido.

Marques Mendes - Deu o seu tiro de partida para a corrida à liderança do PSD. Vai encontrar muito resistência, mas marcou posição ao dizer o que disse. Espero que seja bem sucedido e que consiga conduzir o partido a bom porto.

Jerónimo de Sousa – Teve um bom resultado. O seu estilo acabou por funcionar a favor do PCP. É um dos vencedores da noite.

Bloco de Esquerda - É outro dos vencedores da noite, mas já começou com ameaças. Louça teve um mau discurso e deu péssimos sinais em relação ao PS.
 
posted by Jose Matos at 14:19
sábado, fevereiro 19, 2005
Neste dia de reflexão não podia obviamente deixar passar em claro a morte esta semana da Irmã Lúcia e as aparições de Fátima. Sobre a Irmã Lúcia pouco tenho a dizer. Era boa pessoa, embora andasse a ver coisas quando era miúda. Coisas de miúdos. É claro que depois meteu-se naquela história da clausura sem necessidade nenhuma. Era escusado e mostra que tinha qualquer problema de personalidade. Mas adiante. Agora o que eu acho mais grave no meio desta história toda foi a Virgem Maria ter aparecido em Fátima por cima de um arbusto. É certo que há nesta aparição uma certa descentralização do poder divino. Podia ter aparecido em Lisboa ou no Porto, mas aí realmente não estava a descentralizar. Aparecer em Fátima no meio de coisa nenhuma, aos três pastorinhos, foi realmente um acto de grande coragem. Mas provocou à posteriori um desequilíbrio grave. É que o seu aparecimento proporcionou um desenvolvimento nesta terra sem precedentes, deixando as outras terras em redor atrasadas. Isto já para não falar de outras terras no interior transmontano esquecidas e abandonadas que precisavam mais de uma aparição destas do que Fátima. Ao escolher Fátima, a Virgem deixou de investir noutras terras mais necessitadas que bem precisavam de uma ajudinha. Estarreja foi uma delas. Ficou de fora, o que é uma injustiça. Imaginem o desenvolvimento que podíamos ter agora caso ela tivesse aparecido cá!

 
posted by Jose Matos at 20:47
O PS arrisca-se amanhã a ganhar com maioria absoluta. Muitos dos votos que ajudarão a isso serão votos de pessoas descontentes, que estão decepcionadas com o actual governo e com o actual primeiro-ministro. Ou seja, vão votar no PS porque acham que é o único partido que pode neste momento fazer melhor do que o PSD. Não sabem muito bem se Sócrates é de confiança ou não, mas acham que é certamente melhor do que Santana. Há também aqueles que acham que o PS merece a maioria absoluta, pois estão cansados de instabilidade. Há também outros que acham que uma maioria absoluta é perigosa (lembram-se de Cavaco Silva) e que vão votar nos pequenos partidos. Há depois os que por amor à família partidária votam no mesmo do costume. E há depois uns 40% que não querem saber dos partidos para nada nem da política e que acham que é tudo a mesma coisa. Há quem já não acredite no sistema. Há quem não veja nestes líderes nada de especial. Há mesmo quem diga que são os piores que temos nos últimos anos. Será que estas eleições mudarão alguma coisa a esse respeito? Penso que não.

O problema é complexo e tem a ver do modo como funcionam os partidos e a ascensão dentro deles. Todos sabemos que os jogos de bastidores são imensos e que os partidos estão cheios de oportunistas e interesseiros à procura de lugares e de protagonismo. Muita desta gente que habita dentro dos partidos anda à procura de projecção e de ganhar com isso. Sabe que se tiver os amigos certos nos lugares certos pode subir e ocupar cargos de destaque. E depois quando o partido chega ao poder é uma fartura. É o assalto a tudo quanto é lugar apetecível. E os pobres que perdem as eleições é uma tristeza. Lá terão que voltar aos empregos que tinham antes. Alguns ficarão mesmo no desemprego. Ficarão na sombra à espera de melhores dias. Á espera que o partido volte ao poder. Por isso, é que há uma necessidade terrível de vitórias no PSD e no PS. É que os dois partidos estão habituados a governar e a alimentar muitas clientelas e muitos interesses instalados. Será que algum dia isto vai mudar? Acho que não.

Quanto aos líderes muitos são produtos do marketing moderno, dos fazedores de políticos, da televisão. Portugal ainda não é um expoente nessa área. Estamos muito longe dos americanos, dos ingleses, dos franceses ou dos russos, onde tudo é permitido, mas vamos aprendendo. O político é um produto e tem que ser vendido como qualquer sabonete ou produto de limpeza. As frases feitas, a posse, a cor da gravata, o fato que se veste, tudo é pensado ao pormenor. E será cada vez mais assim. E há depois o dinheiro. Pouca gente fala dele, mas é preciso muito dinheiro para pôr a máquina toda a funcionar. Quanto custa uma campanha destas? Onde é que se vai buscar o dinheiro para uma coisa destas? Será que algum dia isto vai mudar? Acho que não.

Portanto, concordo com aquilo que Vasco Pulido Valente dizia ontem no Público a respeito do day after. O resultado de amanhã não resolverá nada. As questões de estado e de regime vão continuar. A abstenção, o desinteresse pela política vai continuar. Os políticos incompetentes e interesseiros vão continuar, seja no poder seja na oposição. É certo que também há muita gente boa dentro dos partidos, mas muitos não querem chatices, nem querem perder dinheiro na política. Alguns acham mesmo que isto já não tem conserto. E então já desistiram há muito. Por isso, nos partidos somos sempre os mesmos. Há dificuldades em renovação. As concelhias sentem isso mais do que ninguém. Por isso, há uma certa inércia no poder local onde as pessoas se repetem constantemente. Mas esta inércia também se sente a nível nacional, onde os partidos possuem a mesma dificuldade.

Mas a crise de representação política também passa pelos eleitores desinteressados. Pessoas para quem a possibilidade de votar não lhes diz nada. Pessoas que não viveram no tempo da ditadura, nem o 25 de Abril e que acham a democracia normal. Ou seja, jovens em idade de votar, mas profundamente desinteressados do mundo e da realidade política.

E mesmo os que votam. Será que votam em consciência? Será que sabem o que estão a fazer? Sei bem que não. Sei bem que há muita ingenuidade e muita inocência. Mas mal ou bem votam. Ao menos isso.

Portanto, perante tudo isto a vontade é de ficar em casa e ir passear. Votar para quê? Se vai ficar tudo na mesma. Devo confessar que já pensei assim quando era novo. Que já fui mais pessimista. Mas hoje tenho um pouco mais de esperança. Decidi não baixar os braços. Se o meu país está mal tenho que tentar fazer alguma coisa por ele. Sei que o meu voto conta pouco para a mudança. Mas é mais um. Muitos dirão que estou a votar no partido errado. Se calhar, quem sabe? Mas voto na minha família. Sei que não é uma família perfeita. Sei que tem muito defeitos. Sei que prometeu coisas que não cumpriu. Mas sei também que já fez alguma coisa por este país e que pode no futuro continuar a fazer.

Depois voto também nas pessoas que conheço. Sei que são competentes, embora possa não concordar com tudo o que dizem ou defendem. Mas quem é que sempre se deu bem com um irmão ou com um primo? Nos partidos como na vida também é assim.

E vou passar o Domingo numa mesa de voto a ver quem vota e quem não vota. Vai ser um dia duro e cansativo. Mas lá estou como sempre. Somos sempre os mesmos nestas coisas. Até isto os partidos controlam. Quem vai ou não estar nas mesas. Até isto está partidarizado.
 
posted by Jose Matos at 20:33
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
Uma empresa que vende detectores de radares para automóveis. Assim podemos saber quando é que a polícia está a iluminar o nosso carrinho com um radar de controle de velocidade.
 
posted by Jose Matos at 21:31
O artigo de Pacheco Pereira ontem no Público é um artigo a ler principalmente no que diz respeito à renovação interna do partido. O partido tem que se renovar e encontrar na derrota novos caminhos para outras lutas e outros combates. Já o disse antes. Resta é saber quando será o tempo certo para isso?
 
posted by Jose Matos at 19:47
Dois blogues a visitar. Este é de um amigo e este não sei de quem é?
 
posted by Jose Matos at 19:33
O jornal "O Aveiro" traz hoje um artigo sobre blogues locais onde sou citado. Algumas das coisas que comento são temas frequentes aqui. Um deles é que que pouca gente lê blogues. Outra é que as polémicas da blogosfera funcionam muitas vezes em circuito fechado. E outra ainda é que se não fosse a gentileza de alguns jornais locais pouca gente sabia o que se passa aqui. Fala-se também de anonimato nesse artigo, sendo condenado. Sempre foi coisa que detestei e condenei. Falar sem se dizer quem somos e ao que andamos é fácil. O que é difícil é falar e dar a cara. É falar e dizermos quem somos e ao que andamos.

Não sei se sou muito lido ou não? Talvez seja dos mais lidos, dizem por aí. É possível. Também me dizem que sou dos mais respeitados. É possível. Que me ouvem sempre com atenção. É possível. Que nem sempre digo tudo o que penso. É verdade e burro seria se dissesse. É que quem anda na política como eu tem que ter cuidado. Não pode dizer coisas que mais tarde possam ser usadas contra nós. Mas quem me lê sabe isso, porque sabe quem eu sou e ao que ando. Mas sabe também que sou frontal. Que não fecho os olhos às injustiças, aos incompetentes, aos oportunistas, às pessoas mal preparadas para governar. E que estou sempre por cá para avivar a memória aos mais esquecidos. E que não esqueço.
 
posted by Jose Matos at 18:58
Recebi hoje o programa eleitoral do PS para Aveiro e li que prometem a conclusão do IC1. Só não dizem é se é a poente ou a nascente? Mas isto é o que se chama uma promessa irrealista. Porque nem a nascente nem a poente vai haver conclusão de coisa alguma. Vai ficar tudo como está. A poente não passam por causa da ZPE e a nascente era fazer uma auto-estrada junto à A1, o que não tem qualquer sentido. Portanto, é uma promessa para não cumprir. Ressuscitar um defunto é sempre uma péssima ideia. Mas os partidos lá vão falando no assunto para dizer que não se esqueceram. E na blogosfera também. Só que a blogosfera não representa coisa nenhuma a não ser uma elite. Porque aqui na minha rua, aqui na minha aldeia, já ninguém quer saber do IC1 para nada. E quem diz na minha aldeia diz nas outras todas do concelho.
 
posted by Jose Matos at 18:30
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Há uma semana o Nuno Rogeiro publicou um artigo interessante no JN. É este fantasma que paira sobre o PS nas próximas eleições. É isto que faz com que muita gente não vá votar, pois acham que o PS não é uma alternativa credível ao PSD. Depois também há aqueles que acham que isto está tão mau que não pode piorar. E outros acham que o PS merece uma chance. Mas apesar de tudo é bom não esquecer que o PS pode chegar muito perto da maioria absoluta. Ou pode mesmo lá chegar. Nunca se sabe. Com um PSD na mó de baixo tudo é possível.

Nada disto aconteceu

por Nuno Rogeiro - JN - 11/02/05

Dado que o passado foi chamado à campanha eleitoral, devemos responder, puxando da memória. (...) Quanto à experiência de poder do PS, desde a queda do cavaquismo, em 1995-96, até 2002, existe uma espécie de amnésia.
A verdade, se calhar, é que nada do que a seguir se enumera alguma vez existiu. A saber:

- Acumulação de défice excessivo nas contas públicas, originando o despertar da repressão de Bruxelas, para além de incentivo irresponsável ao gasto individual e desprezo pelos apelos à moderação e à poupança.- Saída de Sousa Franco do Executivo, depois de as linhas mestras das suas políticas de saneamento da conta pública se terem tornado inviáveis, ou politicamente indesejáveis.

- Análise negra do estado da economia portuguesa, por parte de Cavaco Silva, numa entrevista famosa de Julho de 2000.

- Alegações de políticos, empresários e governantes, segundo os quais a banca portuguesa estava a ser vendida ao desbarato ao estrangeiro.

- Anunciados planos de combate à evasão fiscal, anunciados falhanços dos mesmos planos, anunciada continuação da dita.

- Ligações perversas da política ao futebol, com o cortejo conhecido de enxovalhos, confusões e negócios.

- Insistência na política de co-incineração como única via possível de tratamento de resíduos perigosos, apesar da divisão dos especialistas e da oposição do "homem da rua", certamente manipulado por caciques e envenenado pela Comunicação Social privada.

- Episódio dito do "queijo Limiano", ou a cedência da alma em troco de votos no Parlamento.

- Quedas sucessivas de ministros da Defesa, conflitos entre titulares e primeiro-ministro, queixas de falta de meios, espectáculo de parca mobilização de recursos para tarefas externas, divulgação pública de listas de agentes "secretos", novelo de escândalos em torno da aquisição de armamento e fardamento, cenas de estalada entre chefes políticos e chefes da "comunidade de informações".

- Tragédia da ponte de Entre-os-Rios, originando a demissão de Jorge Coelho, e suspeita geral sobre o estado das obras públicas.

- Inundação do túnel do metro em Santa Apolónia, e alegação de que o mesmo foi ali feito com grande risco, sem as precauções devidas e não levando até ao fim estudos exaustivos sobre as características do subsolo.

- Escândalos na JAE, corrupio de acusações e alegações, e declarações crípticas do engenheiro Cravinho, dizendo que Guterres havia sido derrotado pelos "grandes interesses" e pelos lobbies (Janeiro de 2000).

- Colapso na gestão das grandes cidades, que levou a uma maré de rejeição, em 2001, e à passagem da era PS para a era PSD, em Lisboa, Coimbra, Porto, Sintra, etc..

- Fantasmas desastrosos, como o espectáculo de "Porto, Capital da Cultura", com obras a juncar a vida do cidadão comum, turistas perdidos e desiludidos, projectos inacabados, escândalos financeiros e "mistérios" como os da Casa da Música.

- Escândalo em torno da Fundação para a Segurança, levando à saída "apocalíptica" de Fernando Gomes do barco do guterrismo, e a sugestões de conspirações no seio do poder, com o primeiro-ministro a saber tudo e a calar ainda mais.

- Filosofia de miséria na RTP, levando o serviço público à pré-morte, depois de anos de insanidade financeira, extravagâncias de programação, guerras civis de chefias e tentativas infantis de controlo político, dos telejornais às entrelinhas.

- Desinteresse pela política por parte dos cidadãos mais de um terço decidiu não votar nas legislativas de Outubro de 1999, mesmo depois de Guterres ter dito que o seu pior inimigo era a abstenção.

- Estado geral de guerra civil dentro do Governo e da maioria quase-absoluta, levando António Guterres a bater com a porta, clamando que o país se encontrava num pântano.
Enfim, foi tudo um sonho. Pode-se votar no regresso de um sonho?

Penso, logo existo" René Descartes (1596-1650) filósofo e matemático francês


Nuno Rogeiro
 
posted by Jose Matos at 19:44
Já aqui tinha dito em tempos que um assunto que os candidatos deviam evitar nestas eleições era o IC1. É um assunto morto e enterrado e já ninguém quer saber disso para nada. Só os jornalistas é que se vão lembrando de perguntar isso aos candidatos. É uma pergunta habitual. E os candidatos vão dizendo a verdade, ou seja, que está em estudo a solução a poente. Mas talvez não seja de mais lembrar como é que se chegou aqui. Marques Mendes quando esteve em Estarreja há uns anos prometeu que se o PSD fosse governo ia suspender o traçado a nascente como estava previsto nos tempos do PS e estudar a opção a poente com o intuito de a concretizar. Ora quando chegou ao governo foi isso que ele fez. Suspendeu completamente tudo a nascente e começou a estudar um traçado a poente. Portanto, cumpriu o que tinha prometido. Mas foi mais longe. Foi mesmo decidido um traçado e anunciado em Fermelã em tempo recorde. Não se andou a serrar presunto, como nos tempos do PS. Aliás, o PS esteve 6 anos no governo e não concretizou nada. O que aconteceu entretanto? Em Angeja, a população não cria perder o acesso da 109 ao IP5. Houve barulho e a ligação prevista foi alterada. Em Avanca houve protestos por causa de casas e terrenos. Mais uma vez foram feitas alterações. Mas o maior problema para mim sempre foi a Zona de Protecção Especial (ZPE) da Ria. Passar por lá não era fácil. Entretanto, Marques Mendes sai do governo. O traçado continua em estudo, embora a posição oficial deste governo seja de que o traçado vai avançar. Mas houve a novidade das portagens e isso para nós não tinha interesse. Por isso, fui dos primeiros a dizer que não valia a pena com portagens. Agora que o PS vai governar e não vai meter portagens (um erro tremendo), bem que podia ter coragem e avançar com a solução que está proposta pelo PSD. Desconfio seriamente que não o vai fazer e esta é mais uma das razões para não votar PS, pois aqui não vão fazer melhor do que nós.

Agora há sempre uma pergunta que fica. Se este governo continuasse no poder o traçado avançava a poente? Tenho a impressão que sim, mesmo contra o problema da ZPE, que é das coisas mais difíceis de ultrapassar mesmo com muita boa vontade. Não ia ser fácil, mas creio que o governo levava o traçado proposto para a frente, a não ser que fosse de todo impossível. É certo que ia dar barulho, complicações para o governo, uma dor de cabeça para os ecologistas, mais umas queixas em Bruxelas, mas o IC1 não ficava no papel. É claro que se isso acontecesse muitos dos que agora dizem que o PSD não cumpriu a promessa do IC1, vinham dizer que não e que o governo não devia avançar a poente. Há pessoas que gostam sempre de estar no contra. Mas convém lembrar aos mais esquecidos que o PSD cumpriu praticamente tudo o que prometeu a este respeito. Suspendeu a nascente, apresentou uma solução a poente e preparou-se para avançar mesmo tendo em conta os problemas complicados da ZPE. Se tivesse mais um ano ou dois de governo, o IC1 passava do papel à prática, com portagens é certo, mas passava a existir. E digo isto com algum desagrado, pois não gosto de ver os campos cortados por estradas. Mas aqui está mais um ponto de reflexão para Domingo.
 
posted by Jose Matos at 19:09
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
No próximo Domingo, quem votar no distrito tem uma opção de voto na qual deve pensar seriamente. Acho que deve olhar com muita atenção para a lista do PSD. Marques Mendes e Regina Bastos são dois membros dessa lista. São duas pessoas que conhecem bem a região, são duas pessoas com quem podemos contar. São duas pessoas experientes que sempre defenderam os interesses do distrito. São duas pessoas de peso capazes de influenciar decisões. É bom que pensem nisto.

Gostava também de dizer que o facto do PS ganhar não significa nada para já. No passado, deram maus exemplos e deixaram o país numa situação difícil. Se voltam para o poder para fazer o mesmo então vamos de mal a pior. Por isso, estamos nestas eleições perante escolhas difíceis. É que quem vai ganhar não deu boas provas no passado. E é bom que a memória dos portugueses não seja curta. Mas já que vão ganhar ao menos façam alguma coisa de útil por este país. Não o deixem pior. É um favor que vos peço. Não terão o meu voto para isso, mas pedir não custa.
 
posted by Jose Matos at 22:43
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
Quando militamos num partido é natural sermos tolhidos pelo espírito partidário e termos tendência a alinhar com os outros. Só quem está fora dos partidos é que acha que é fácil fugir a isso. Mas não é. A opinião livre pode ser muitas vezes olhada como dissidência e com desconfiança. Mas é obviamente importante dentro dos partidos, pois permite o debate, a confrontação, o surgimento de novas alternativas. A minha presença num partido sempre foi muito por questões ideológicas. Sei que a ideologia não interessa muito nos tempos que correm, mas para mim ainda é importante. É a minha identificação. Depois estão as pessoas, os amigos que tenho lá dentro. Mas ser de um partido não pode significar para mim o silêncio ou deixar de ver. E se há coisa que vejo bem é quando estamos sujeitos a perder ou sujeitos a ganhar. E no próximo Domingo vamos perder. E há que saber aceitar isso como tudo na vida. Isto não significa baixar os braços e deixar que os outros ganhem. Mas não somos nós os convertidos que vamos mudar o rumo dos acontecimentos. Há que olhar em frente e pensar noutros combates como as autárquicas. Desejo boa sorte aos vencedores. Espero que façam melhor do que nós. Porque quando ganhamos uma eleição deve ser sempre com a ambição de fazer mais e melhor. O país precisa de evoluir, de melhorar um pouco. Não espero milagres, não espero revoluções, nem grandes choques, mas espero mais alguma coisa. E espero mais do que nos tempos de António Guterres. Espero que o PS não volte a cair nisso. Seria mau para todos nós. No meu partido muita gente não pensa assim. Acham que o PS é sempre mau e que o PSD é sempre bom. Esquecem-se que há pessoas competentes em todos os partidos e incompetentes também. Sei que no PS também as há. A boa moeda existe em todos os partidos. Que venha então a boa moeda. O PS tem uma boa oportunidade de mostrar o que vale. Espero que não a desperdice.

Espero também que o PSD se recomponha rapidamente. É importante que permaneça forte e encontre uma nova liderança. Calculo que Santana Lopes não queira sair pelo seu próprio pé. Era bom que saísse. Era o melhor serviço que prestava ao partido. Penso que fez o melhor que sabia como primeiro-ministro. E o que sabia era pouco. Também não o ajudaram muito. Não lhe deram grande benefício da dúvida. Disso pode ele queixar-se. Mas era o homem errado no lugar errado. Nunca devia ter aceitado o cargo. Nunca devia ter saído da câmara de Lisboa. Era lá que devia ter acabado a sua carreira política.

Não espero, no entanto, no partido soluções messiânicas. Acho que chegou a hora de Marques Mendes. É um homem experiente com muitos anos de governo e alguns de oposição. Tem sentido de estado e dará concerteza um bom líder. E há muita gente boa no PSD. Gente esforçada, gente competente. Espero que um dia tenha também a sua oportunidade. O PSD pode renovar-se agora. Pode preparar-se para novos tempos. Na derrota podemos encontrar novos caminhos para outras vitórias.
 
posted by Jose Matos at 18:08
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
Hoje podia estar em Aveiro a dar o meu apoio a Santana Lopes. Tinha convites para o jantar. Mas quem me conhece sabe que eu não podia ir lá bater palmas a um líder no qual não acredito. A um líder que eu sei que não está talhado para ser primeiro-ministro. Por isso, não fui e fiquei em casa. E daqui a uma semana vou votar obviamente em Marques Mendes e em Regina Bastos, pois é neles que voto quando meto o meu papelinho na urna. Sei que parece estranho, mas é assim que as coisas funcionam no nosso sistema eleitoral. Espero que o PSD tenha um bom resultado em Aveiro, pois acho que merece. Quanto ao resto do país, não estou à espera de milagres. Vamos perder em vários distritos. E a noite vai ser longa no dia 20 de Fevereiro. Muita gente espreita na sombra a sua hora. Mas o PSD é um partido forte e saberá encontrar uma liderança melhor. Assim espero.
 
posted by Jose Matos at 21:17
Há quem pense que a comparação entre o que disse Manuel Maria Carrilho de Sócrates na campanha para secretário-geral do PS e o que disse Marques Mendes da política de Santana Lopes no congresso do PSD é comparável. Mas não é, nem de perto nem de longe. E quem acha isso só pode ter má memória, pois certamente não se lembra do que Carrilho disse num famoso artigo intitulado “A Estratégia da Alface” publicado no jornal Público. E o que Carrilho dizia nesse artigo sobre Sócrates é que: “o que lhe sobra em notoriedade falta-lhe em cultura, conhecimento e credibilidade”. Sobre o famoso choque tecnológico que agora pelos vistos apoia disse isto: “porque se verifica que Sócrates nem sequer se apercebe que o seu "plano tecnológico" é, na sua inspiração e formulação, um mero pacote de ilusões tecnocráticas e economicistas típicas da tradição da direita, que na verdade está nos antípodas do que deve ser um projecto de sociedade - com valores, convicções e objectivos bem articulados - de um partido político de esquerda”. Chegou mesmo a comparar Sócrates a Santana, como se poder ler no referido artigo. Portanto, quem lê o artigo só pode concluir que Sócrates é uma cópia de Santana sem ideias e sem credibilidade nenhuma. Ora que eu saiba Marques Mendes nunca disse que Santana era um homem “sem cultura, sem conhecimento e sem credibilidade”. O que criticou foi a estratégia da direcção do PSD em querer ir em coligação com o CDS nas próximas eleições (o que acabou por se revelar certo) e o fim do discurso de austeridade que vinha do tempo de Ferreira Leite. Ou seja, Marques Mendes criticou políticas não a pessoa em si. Ora é esta diferença abismal que marca a postura de Carrilho face a Sócrates da postura de Marques Mendes face a Santana. Mas é claro que eu percebo o apoio de Carrilho a Sócrates. É que para ser candidato a Lisboa, o ex-ministro da Cultura necessita, incontornavelmente, do apoio da liderança socialista. E, portanto, tem que estar de bem com ela para que as coisas lhe corram bem. E aqui está outra diferença. É que Marques Mendes aceitou ser candidato por Aveiro não por Santana lhe pedir, mas porque achou que Aveiro merecia isso. Não precisava de ser candidato, não precisava do convite de Santana para nada. E isso é uma coisa que Carrilho precisa necessariamente. Um convite de Sócrates para ser candidato a Lisboa. Portanto, é bom que as pessoas tenham memória e que se lembrem disto, pois sabem que eu estou sempre aqui para as lembrar.
 
posted by Jose Matos at 20:17
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Depois de ouvir o que Manuel Maria Carrilho disse de Sócrates na campanha para secretário-geral do PS e vê-lo há poucos dias no comício de Viseu a apoiar o mesmo Sócrates há qualquer coisa que não bate bem. Falta de coerência é uma delas.
 
posted by Jose Matos at 20:51
Quem percebe um pouco de aviação sabe que aquilo que o primeiro-ministro foi fazer a Monte Real esta semana foi pura propaganda eleitoral. Era escusado. Acho que esta notícia esclarece os menos atentos.
 
posted by Jose Matos at 20:45
Mais um artigo sobre histórias curiosas de outros tempos no site dos Falcões.
 
posted by Jose Matos at 19:17
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
Um blogue feito por jornalistas da SIC que acompanham a campanha eleitoral.
 
posted by Jose Matos at 17:10
Pediram-me e eu aceitei o convite. Pediram-me para falar de uma máquina que já não voa, mas que durante muito tempo foi o único avião supersónico que a nossa força aérea teve ao serviço. E lá escrevi umas linhas sobre a história dele e da sua passagem por Portugal. Tinha em tempos um certo fascínio por esta máquina branca. Uma máquina de contornos suaves que nos tinha sido oferecida para treinar pilotos para um outro aparelho da família, que nunca chegou a ser entregue. Mesmo assim, ficou por cá e voou durante 17 anos. Aqui fica o link para o artigo no site dos Falcões.

 
posted by Jose Matos at 16:55
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
Embora não pareça, mas a seca também afecta outras actividades além da agricultura. As oficinas de automóveis estão passar por uma crise, porque o número de acidentes baixou de forma drástica este Inverno devido à falta de chuva.
 
posted by Jose Matos at 18:18