quinta-feira, dezembro 30, 2004
As minhas últimas palavras este ano são para desejar Bom Ano a toda a gente. Aos meus leitores, à oposição, ao poder e a todos de uma forma em geral.

 
posted by Jose Matos at 16:03
O Jornal da Ria costumava ter na sua 2ª página uma pequena coluna ao fundo de ditos. Sei que muita gente gostava de ler aquilo no jornal e muita coisa da blogosfera local aparecia lá. Estranhamente a dita coluna foi suprimida nas últimas edições do jornal. Espero que não seja uma supressão definitiva e que na próxima edição esteja de volta. Aqui fica a sugestão ao director.
 
posted by Jose Matos at 15:55
Uma outra coisa engraçada nesta polémica arbórea foi a acusação de que esta câmara era muito sensível às críticas. Ora isto é curioso, pois quem ouve isto até fica a pensar que o actual presidente é pior do que o anterior em relação às críticas. Ora para quem tem boa memória sabe que isso não é verdade. Talvez alguns (como eu) ainda se lembrem de várias situações lamentáveis que aconteceram em plena assembleia municipal há uns anos atrás em que o presidente da câmara na altura reagiu muito mal às críticas e à oposição. Não partiu nada, mas pouco faltou. Portanto, não me venham agora com essa história da sensibilidade às críticas. É que há alguns são mais sensíveis do que outros.
 
posted by Jose Matos at 04:27
Quase que me esquecia, mas foi também um assunto falado na última assembleia. O presidente reforçou a sua aposta na iluminação pública do concelho. Doeu-me ouvir aquilo, pois sei que a política que está ser seguida devia ser corrigida. Há um desperdício enorme em luz que é enviada para o ar sem utilidade nenhuma. Há desperdício também no uso de lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão, quando as mais económicas são as de vapor de sódio de baixa pressão, pouco usadas em Portugal. Portanto, esta é uma das áreas onde a política da câmara devia mudar substancialmente, no sentido da poupança e da racionalidade. No que estiver ao meu alcance tudo farei para que isso aconteça, mas sei que não vai ser fácil convencer o meu camarada de partido a mudar de política. É que ele gosta mesmo de luz, quando para mim toda a luz tem que ser com peso, conta e medida. A ver vamos se o converto a uma nova luz mais amiga do ambiente e da tesouraria da câmara.
 
posted by Jose Matos at 03:36
quarta-feira, dezembro 29, 2004
Há coisas estranhas que não deviam acontecer neste país, mas que acontecem, mesmo aos mais pobres como eu. Em 2001, comprei uma pequena casinha aqui na aldeia. Uma coisa à minha medida. Pobre e modesta. O problema é que a minha pobre casinha partilhava em tempos o mesmo artigo urbano com uma casinha ao lado. É que noutros tempos as duas casinhas estavam unidas e um belo dia os donos decidiram dividir aquilo a meio sem dizer nada a ninguém. Fizeram assim duas casinhas no mesmo artigo. Ora quando um dos proprietários quis vender a dele teve que desencadear um processo de autonomização nas Finanças para criar um novo artigo urbano que correspondesse à realidade no terreno. Lá foram os senhores das Finanças ver a casinha e disseram que sim, que se podia criar um novo artigo com um novo valor patrimonial. E foi isso que fizeram. Ora foi essa casinha autonomizada que comprei em Agosto de 2001. Fiquei descansado e recebi este ano um aviso das Finanças para pagar IMT sobre a minha casinha. Só que para minha surpresa no aviso de pagamento além de aparecer o novo artigo que eu tinha comprado aparecia também o antigo à cobrança. Ou seja, as nossas Finanças queriam taxar duas vezes o mesmo imóvel. Pagava pelo novo e pagava pelo velho, embora fosse tudo a mesma coisa. Paguei, mas reclamei na esperança que o problema fosse resolvido. Disseram-me que não, que não podiam eliminar o artigo mais antigo. Achei estranha tal resposta, pois o que estava em causa não era obviamente a eliminação do artigo mais antigo, mas sim a definição de qual devia ser o artigo objecto de cobrança do IMT, dado que não tinha qualquer sentido estar a tributar a mesmo imóvel duas vezes. Mas parece que não perceberam o que eu lhes disse e voltaram a mandaram-me um aviso com a cobrança de IMT de 2001 e 2002, onde aparecem novamente os dois artigos. Desta vez não paguei e fiz seguir uma reclamação escrita para as chefias. Mas o mais espantoso nisto tudo é como é que uma repartição de Finanças realiza um processo de autonomização em que reconhece que existem duas casas separadas fisicamente e que uma delas deve corresponder a um novo artigo urbano (o qual foi criado). E depois de tudo isto passa por cima de todo o processo e tenta cobrar IMT sobre metade de um urbano cuja existência sabe perfeitamente que corresponde a um novo artigo? Há coisas que realmente não deviam de acontecer.
 
posted by Jose Matos at 23:37
É no mínimo estranho, mas descobrir hoje que a Murtosa ainda está no Verão. Pelo menos é o que se pode ver no site da câmara. Lá está o Santos Sousa de manga curta e óculos de sol. Até parece que está bronzeado e o ar de turista fica-lhe a matar. Sei que é um bom presidente, que quer o melhor para a sua terra, mas querer Verão todo o ano é um pouco demais. Mas não resisto em deixar aqui a fotografia. Sei que ele não vai levar a mal.

 
posted by Jose Matos at 22:28
Na última assembleia vários deputados do PS perguntaram-me quem era o autor deste curioso blogue. Sei que uma das pessoas que me perguntou deve saber quem é o autor. Mas para mim a resposta sempre foi clara. Trata-se obviamente de alguém da esfera do PS, portanto, da oposição. Disse-o desde a primeira hora e parece que tinha razão. É óbvio que isto em si não tem mal nenhum, pois toda a gente é livre de criar blogues e falar mal da câmara ou do presidente da câmara. Agora o que obviamente fica mal é falar mal e não assinar com nome próprio. É que vivemos numa terra livre, onde as pessoas podem falar e assinar por baixo sem medo de censura. O tempo da ditadura já acabou. Todos nós que andamos neste espaço virtual assinamos por baixo e assim sabem quem somos e ao que andamos. Tenho, por isso, pena que o autor do blogue em questão não diga quem é e que se esconda no anonimato. Mesmo assim, tenho todo o gosto em que ele permaneça na blogosfera e sei que ele não me leva a mal em chamar-lhe o blogue da oposição, pois não há nada de negativo nessa minha designação.

Já agora a este respeito um leitor meu chamou-me a atenção para a minha falta de classificação do novo blogue que apareceu em Estarreja do Caetano de Abreu. Sobre isso não me parece para já que se trate de um blogue da oposição ou do poder, pois a intenção do autor não é certamente sustentar ou fazer oposição à câmara. Depois, tanto quanto sei, o autor não está conotado com nenhum partido político ao contrário do autor do outro blogue em cima. Portanto, parece-me um pouco cedo demais para situar politicamente o blogue em questão. Mas mesmo que o quisesse fazer, isso não são os meus leitores que mandam. Só eu que o faço quando quero e quando entendo. Como já disse aqui várias vezes todo o cuidado é pouco com as palavras. E as minhas são usadas ao milímetro.
 
posted by Jose Matos at 22:14
Já agora secundando um pouco aquilo que o Caetano de Abreu disse no seu blogue a propósito da questão arbórea há uma coisa que não posso deixar passar em branco. É óbvio que as pessoas devem criticar a câmara quando acham que uma coisa não está a ser bem feita. A câmara não é prefeita e comete obviamente erros. E quem anda por esta terra deve criticar e reclamar. Agora é espantoso que depois de toda a indignação que correu na blogosfera contra o corte das árvores nenhum dos críticos (tirando o caso de deputados) se tenha dado ao trabalho de ir à última assembleia apresentar o seu protesto ou pelo menos ouvir o que a câmara tinha para dizer! Neste aspecto, a assembleia seria um local óptimo para esclarecer todas as dúvidas e para reclamar. Só que ninguém apareceu. Foi comodismo? Foi incoerência? Ou aquilo que é crime ambiental num dia já não é no dia seguinte?
 
posted by Jose Matos at 21:36
É pena que as assembleias municipais sejam tão pouco frequentadas pelo público, pois há sempre momentos interessantes. A última foi realmente peculiar e cheio de espírito natalício, pois acabou cedo (a horas decentes), discutiu-se o que era importante e não houve guerra. Ficam mais algumas notas sobre questões abordadas que acho interessantes.


Árvores

A questão arbórea não podia obviamente passar em branco na última assembleia. Os arboricultores de serviço puxaram o assunto. É claro que o Presidente da Câmara já sabia que ia ser assim por causa da discussão na blogosfera e vinha preparado. A lista de árvores que apresentou e que vão ser plantadas no parque municipal do Antuã e na nova rotunda do hospital era enorme e fiquei perdido no meio de tantas árvores. E acho que toda a gente ficou arborizada com tanto verde. Mas mais uma vez se mostrou que os arboricultores de serviço exageraram nas preocupações. Aliás, foi dito que tanto num projecto como noutro houve acompanhamento de um arquitecto paisagista. Portanto, parece-me que não se justificava tanta indignação arbórea.

IC 1

Os deputados da oposição continuam a insistir em fazer perguntas sobre uma obra que está mais que morta e enterrada. Eles sabem isso tão bem como eu, mas lá vão cumprir o seu papel. E o presidente da câmara voltou a dizer o mesmo. Que o traçado a poente era a melhor solução, mas caso a obra não avançasse havia que pensar alternativas à actual 109.

TGV

Parece evidente que a actual câmara não tem grande interesse em ter uma linha de alta velocidade a passar pelo concelho. Não traz vantagens nenhumas para nós e é mais uma barreira artificial que nos metem aqui. Acho que o presidente da câmara foi claro a este respeito e estou de acordo com ele. É claro que não sabemos ainda qual é a opção que vai ser tomada em relação ao TGV. Neste momento, existem dois traçados em cima da mesa e tanto num caso como noutro passam por Aveiro, só que diferem ao passar na nossa zona, pois tudo depende do tipo de ligação vamos ter a Espanha, ou seja, se é por Salamanca ou por Cáceres? Seja como for, é um tipo de linha que escusa de passar por cá.

O maior orçamento de sempre

É um facto que este é maior o orçamento de sempre. Também é um facto que isto parece não convencer a oposição, pois argumentam sempre que a taxa de execução é baixa (30%-40%). Mas há logo aqui uma contradição. Se eu tenho um orçamento de 1000 euros e executo 30% quer dizer que gastei 300 euros. Mas se no ano seguinte o orçamento é de 1500 euros é óbvio que mesmo a 30% vou gastar mais dinheiro. Ora se o orçamento da câmara é o maior de sempre é óbvio que mesmo com uma execução de 30%, o investimento é maior que noutros anos. Outra coisa que salta à vista na gestão deste executivo é uma redução nas despesas correntes conseguida obviamente (mas não só) à custa de alguma poupança. É claro que o orçamento continua a ser demasiado virtual, mas isso já não é um problema da câmara, mas sim da própria lei. Aliás, é triste vivermos num país onde ninguém tem coragem para mexer nas regras de orçamentação do sector público, onde ainda está tudo na pré-história.


O Biquíni

O deputado Manuel Júlio do PS, incansável defensor das energias renováveis, comparou o orçamento a um biquíni. Acho que é uma boa comparação, embora não da forma como ele a fez. É que tal como um biquíni temos um orçamento com linhas bem claras e definidas e de conteúdo atraente. Mas, mesmo assim, penso que foi uma comparação feliz e uma das melhores intervenções do ano na assembleia. Só faltou lá a moça para fazer a comparação ao vivo.


CDU

Não se percebeu a posição da CDU na votação do orçamento. O deputado Matos de Almeida disse que vinha disposto a abster-se, mas que depois de ouvir algumas intervenções da coligação mudou de ideias, pois segundo ele ninguém defendeu o orçamento. É estranha esta forma de agir, ou seja, parece que foram os deputados da coligação que o convenceram a votar contra, mas é curioso que este estranho efeito dos deputados da coligação só tenha influenciado o deputado da CDU. O resto da oposição optou pela abstenção. Mas o mais estranho é esta adesão da CDU aos deputados da coligação. Ou melhor dizendo esta falta de posição em que um deputado muda de rumo (numa matéria tão importante) consoante o decorrer da assembleia. Todas as pessoas podem obviamente mudar de opinião, mas não deixa de ser um episódio estranho. Mas com toda esta influência que temos sobre ele, nas próximas eleições ainda vai às tantas aparecer numa lista das nossas.
 
posted by Jose Matos at 17:57
terça-feira, dezembro 28, 2004
Para quem tem interesse em saber a quantidade de sismos que há todas as semanas pode consultar neste site o mapa dos sismos recentes. Há muitos, embora de baixa intensidade. O do Índico foi sentido ligeiramente em Portugal, mas como conta hoje o José Vitor Malheiros no Público as primeiras informações fiáveis que recebemos sobre o sismo vieram do Instituto Geográfico Nacional espanhol que, minutos após o sismo, disponibilizava no seu sítio da Internet a localização do seu epicentro, com mapa e coordenadas, a sua magnitude e até as cidades espanholas afectadas. Por cá, as entidades responsáveis estavam incontactáveis.
 
posted by Jose Matos at 19:33
Mais um blogue na nossa blogosfera local. É do Caetano Abreu e tem um nome histórico.
 
posted by Jose Matos at 15:08
O deputado José Figueiredo do PS teve a coragem de votar a favor do orçamento para 2005. Fez uma coisa que nunca ninguém fez na oposição durante estes anos todos. Votar a favor de um orçamento mesmo não sendo do seu partido. É preciso coragem, mas além disso mostrou que ser da oposição não é só votar contra. É pena que o seu exemplo não frutifique. É pena que a sua coragem não seja seguida.
 
posted by Jose Matos at 02:13
De toda a discussão em torno do orçamento da câmara, que foi aprovado esta noite em assembleia municipal, há algo que paira sobre todo o ruído de fundo. O futuro vai ser menos risonho do que o presente. Os fundos comunitários vão diminuir talvez de forma drástica e os nossos amigos alemães, franceses e ingleses, vão deixar de pagar o nosso desenvolvimento. Ou seja, 2006 é um ano de viragem e quem não aproveitou até agora vai deixar de poder aproveitar. A consequência que isto vai ter no nosso país é significativa, pois vivemos há muito das ajudas dos outros. Quando começarmos a ver que agora é a nossa vez de ajudar e pouco receber, vamos ficar desolados. O país vai ter que mudar. As câmaras vão ter que ter outras formas de financiamento ou então vão ter que poupar e investir menos em capital. Gostei de saber que a nossa já está preparar-se para esse tempo de vacas magras. Gostei de ouvir o presidente da câmara a dizê-lo. Não foi pessimista, mas acho que fez bem em dizê-lo. Mas acho que a mensagem não passou. Acho que poucos perceberam que os orçamentos das grandes empreitadas acabaram, que o tempo das ajudas está perto do fim. É a hora do fim aquela que se aproxima. Não é o fim final, mas o fim de uma era que nunca mais volta. Saberemos nós viver nos tempos que se avizinham? Saberemos nós prometer menos e poupar mais? Saberemos nós tirar proveito dos restos que vão ficar no fundo prato? Das espinhas ou dos ossos que sobram no fim do festim? E a festa foi grande bem o sabemos. Foram tempos de fartura. Muitos não estavam habituados e até comeram a receita sem cuidar em saber como se fazia o prato. Agora vão emagrecer e fazer dieta.

Os optimistas dirão que havemos de escapar, que alguém terá uma ideia genial ou um trunfo na manga. Os pessimistas dirão que não, que vamos sofrer, que vamos ter que apertar o cinto. É certo, havemos de ser outra coisa no futuro. Também é certo que haverá um novo quadro comunitário de apoio. Mas chegará para satisfazer os nossos apetites vorazes? Dará para encher o prato? Os mais avisados sabem que não, que o tempo dos almoços grátis acabou.

Havemos de saber viver com o que temos sem pensar em fundos nem em receitas extraordinárias. Havemos de saber viver assim contando os tostões. Muitos terão dificuldade em aceitar. Outros terão que fazer ajustes. Mas como todas as mudanças esta vai doer. Dói saber que um dia não teremos mais nada a não ser o fruto do nosso trabalho. Bate fundo cá dentro de nós. E eu que vivo acima das minhas posses também sei isso, só que ainda não tive coragem para mudar.
 
posted by Jose Matos at 02:02
Uma vaga enorme varreu tudo e deixou um silêncio de morte. Tábuas, árvores, carros, casas, tudo sucumbiu à sua força. Ficou um rasto de destruição. Mas ficou também um aviso de que a Terra nas suas entranhas mexe e projecta força cá para fora. Foi no Índico, mas podia ter sido no Atlântico. Foi na Tailândia, mas podia ter sido em Portugal. Por isso, olho com tristeza para tal violência, embora saiba que isto sempre foi assim. Que a Terra nunca nos deu descanso.

 
posted by Jose Matos at 01:58
segunda-feira, dezembro 27, 2004
No futuro todas as salas de aula serão assim?
 
posted by Jose Matos at 14:20
sábado, dezembro 25, 2004
Já reparam na quantidade de pais que tratam os filhos por você! Ou mesmo casais que usam esse tratamento entre si! Como é que isto é possível! Será que ninguém pode apresentar os filhos aos pais para acabar com este distanciamento.
 
posted by Jose Matos at 13:44
sexta-feira, dezembro 24, 2004
Ainda não tinha aqui comentado a eleição para a JSD de Estarreja do Hilário Matos. Parece haver nesta nova direcção uma agenda política forte e espero que realmente consigam fazer muita coisa do que prometem.

Agora achei graça à fotografia da tomada de posse, pois podemos ver que cada juventude tem o seu estilo. Ninguém repara nesta coisa da roupa, mas está lá tudo. É pouco provável ver o Paulo Portas, vestido à Miguel Portas ou o Jerónimo de Sousa à Santana Lopes. É claro que os comunistas também vestem fatos, mas são aqueles que compraram em Moscovo já não sei há quantos anos! Tudo tem uma coerência no seio de um partido. Na JSD, o estilo também é uma marca e quem é dirigente veste sempre de forma igual. A camisola de gola baixa com a camisa por dentro. Ganga a condizer e os sapatinhos engraxados. Se for no Verão a mesma coisa. Os sapatinhos pretos, a camisa de manga curta e a ganga. Nada de sandálias, nada de T-shirts, nada de roupas coçadas. E ao olhar para a fotografia que vem no jornal está lá tudo. Só o Presidente da Câmara é que destoa. Diria que está vestido à esquerda chique. Marca a diferença. Agora o que eu gostava de ver um dia destes era um político vestido à Fátima Lopes ou à Miguel Vieira. Isso é que era um revolução.

Já agora um comentário também para o Carlos Resende presidente do CDS-PP em Albergaria. Num jantar recente da JP disse que para nós qualquer candidato que o CDS apresente é uma vitória. Ora calculo que ainda não tenham ninguém para concorrer à câmara. E calculo também que saibam que não será fácil vencer o PSD que lá está. Portanto, vamos ver quem é o candidato que se quer imolar pelo CDS-PP? Daí que arranjar alguém para tão difícil missão é realmente uma vitória.
 
posted by Jose Matos at 14:34
Em tempos de crise esperemos que o Pai Natal nos traga prendas boas e mais alguma coisa que a gente se tenha esquecido. Bom Natal para todos apoiantes e simpatizantes.


 
posted by Jose Matos at 03:24
terça-feira, dezembro 21, 2004
É incrível como é que este e o outro governo andaram dois anos e meio a bater no PS (e com razão) sobre o descontrole das contas públicas e estamos ainda na mesma. Ou seja, não se resolveu o problema e parece que o passe de mágica das receitas extraordinárias falhou. Com que raio de moral andamos nós a criticar os outros e acabamos por fazer o mesmo? Como é que isto é possível?
 
posted by Jose Matos at 02:17
Um diário interessante na net que no fundo funciona como um blogue. A ler a criação de Satanás.
 
posted by Jose Matos at 01:46
Há coisas estranhas no Natal. E há mesmo factos que me deixam preocupado pela contradição e pela crueldade. A estrela de Belém e os magos são dessas coisas do Natal que me deixam a pensar. Segundo reza a Bíblia quando Jesus nasceu apareceu uma estrela no céu para guiar os magos que vinham do Oriente. Sempre me pareceu haver exagero nesta história. Esta coisa das estrelas já é velha. Júlio César também teve direito a uma quando nasceu e Eneias, depois ter partido de Tróia, seguia todos os dias a estrela de Vénus. Mas fazer explodir uma estrela para guiar três tipos que vem do Oriente à procura do menino é realmente demais. Não podia o Senhor ter inventado uma coisa menos violenta para guiar os reis magos? Vai logo estourar com uma estrela! Mas já agora diga-se de passagem que não foi a primeira nem última a estourar por causa de um nascimento. Quando Kim Jong-Il nasceu na Coreia do Norte em 1942, conta-se que a natureza também não foi indiferente ao seu nascimento, fazendo surgir no céu um duplo arco-íris e uma estrela brilhante. Mas logo aqui há descriminação. Porque raio o Kim teve direito a um arco-íris + uma estrela e o Jesus só teve direito a uma estrela? Não devia o Jesus ter direito a mais sinais do que o Kim ou mesmo que Júlio César? Que raio de crueldade é esta em que se dá apenas uma estrela ao Jesus (que até foi uma excelente pessoa) enquanto que o Kim (que parece não ser grande peça) leva com um arco-íris e uma estrela?

Mas há mais contradições nesta história que só aparece em Mateus. Em Lucas é um anjo que anuncia o nascimento de Jesus e que manda os pastores à procura da criança na manjedoura. Mas não lhes fala em estrela nenhuma. Ora este anjo se fosse simpático tinha dito logo aos pastores sigam aquela estrela que vão lá ter. Mas não, diz para irem à procura de uma criança numa manjedoura. Faço ideia o trabalho que os pastores devem ter tido naquela noite para dar com o Jesus. E o rei Herodes, esse grande malandro, também não viu a estrela? Parece que não, pois ficou surpreendido com a chegada dos magos que vinham adorar o menino. Além disso, confiou neles e mandou-os saber do menino. Mas não teria sido mais fácil mandar uns soldados à procura do rapaz em vez de confiar nos magos? Este Herodes não era lá muito esperto. Mas a estrela lá indicou o caminho aos magos que não se perderam e na volta já não passaram pelo palácio de Herodes. E hoje lá estão no Presépio com as suas oferendas e a estrela por cima. Mas toda a gente se esquece que esteve para ali o Jesus três dias à espera dos magos para depois receber ouro, incenso e mirra. Ouro é sempre uma boa oferta e dá sempre jeito em tempos de crise, agora incenso e mirra? Para que raio queria o Jesus o incenso e a mirra? Foi uma coisa que nunca percebi. Se lhe tivessem trazido era um cobertor para o aquecer é que eram espertos, agora incenso e mirra? Enfim, são coisas destas que me deixam a pensar toda a noite.
 
posted by Jose Matos at 01:33
segunda-feira, dezembro 20, 2004
Não era para voltar a este assunto, mas também não posso deixar de dizer que a reacção ao meu post sobre as árvores no Estarreja Efervescente é despropositada. Em primeiro lugar, não tenho conhecimento nem vi grande reacção ao corte das árvores a não ser na blogosfera. E a blogosfera não é “a reacção da sociedade civil a um acto do poder autárquico” nem os cafés de Estarreja. Nos jornais locais também não vi nada até hoje. Acho mesmo que grande parte das pessoas que passa por lá todos os dias nem sequer reparou que as árvores foram cortadas. Portanto, parece que só na blogosfera é que isto se discute. Depois quando se diz que “mesmo que não houvesse outra solução que não o abate das árvores, este nunca deveria ter sido feito sem uma exposição pública de todas as variáveis em análise”, pergunto eu o que andaram a fazer as pessoas quando o projecto esteve em discussão pública? Nessa altura estava tudo em exposição pública. E ninguém foi lá dizer nada? E pergunto eu se a câmara devia ter feito uma conferência de imprensa para anunciar que ia cortar 7 árvores? Parece isto razoável? Eu acho obviamente que a câmara deve explicar tudo sobre o assunto, mas acho também que os críticos começaram a disparar antes de ter perguntado. E antes de atirar tiros para o ar acho que o melhor é perguntar. Quanto às minhas críticas há um equívoco no blogue do Vladimiro Jorge. Para mim, a preocupação dos críticos devia ser perguntar à câmara porque razão esta obra demorou tanto tempo a começar. Mas suspeito que não estejam interessados na resposta, pois é capaz de sobrar alguma coisa para o PS e para os anos em que o partido da rosa esteve na câmara.

Mas todas as críticas são sempre bem vindas (mesmo infames). Assim a câmara vai esmerar-se mais na explicação. E talvez consiga convencer os infames ou talvez não? Sabe-se lá, o que estes infames andam por aí a conspirar? Agora foram as árvores, mas um dia vão ser os pinheiros de Natal, o Presépio ou talvez mesmo o Jesus que foi obrigado a estar numa manjedoura horas a fio (ou quem sabe dias?) à espera dos reis magos. Não é isto um crime contra um recém-nascido? Onde é que já se viu uma coisa destas? E não há ninguém a criticar isto?
 
posted by Jose Matos at 14:13
sábado, dezembro 18, 2004
É curioso como a blogosfera ganha novos temas. Deste não vou falar, mas façam como eu. Leiam o dosseir do Público sobre o assunto. Sempre é mais instrutivo.
 
posted by Jose Matos at 19:02
Felizmente que temos nestes país um tribunal que viu a abstracção democrática que era a pergunta ao referendo sobre a constituição europeia e que a chumbou bem chumbada.
 
posted by Jose Matos at 18:18
O aviso que o José Carlos Sá faz no seu blogue a respeito dos fracos aproveitarem a blogosfera para mentir e caluniar a coberto do anonimato tem razão de ser. Mas isto sempre foi assim. Por isso, me custa ler blogues escritos no anonimato.
 
posted by Jose Matos at 18:03
É espantoso como um inocente comentário surgido num blogue da oposição pode suscitar tanta demagogia na blogosfera, tanta paixão popular pelo abate de 7 árvores. É que é muito fácil dizer que as árvores deviam ser poupadas, mas ninguém pergunta quais as consequências no plano global da obra? E será que quem planeou a obra não pensou nisso? E será que quem decidiu a obra não considerou todas as hipóteses? E será que os críticos se deram ao trabalho de ver o projecto da obra, onde está previsto a plantação de novas árvores? E de ir ao local ver que outras alternativas existem? E será que quando o projecto da obra esteve em discussão pública se deram ao trabalho de ir lá apresentar as suas sugestões? E será que já foram ao terreno ver que na presente situação não era possível outra solução? E será que algum dia se preocuparam com a obra ou com as árvores? São muitas perguntas que possuem uma resposta muito simples. Os críticos acordaram agora. Durante estes anos todos foram dizendo que a obra devia ir para a frente, mas nunca se preocuparam verdadeiramente com o projecto. Durante estes anos todos foram dizendo que a obra nunca mais arrancava, mas nunca se preocuparam em saber as razões do atraso. Não foram à discussão pública, não falaram com quem tinha planeado, não pediram esclarecimentos a ninguém. Viram 7 árvores cortadas e disseram logo não pode ser, é um crime, são árvores centenárias, vamos parar tudo. E se o comentário não tivesse sido feito no dito blogue, será que alguém se preocupava? Tenho obviamente pena das árvores cortadas, mas também tenho pena dos anos que passamos à espera daquela obra. E é isto que devia preocupar os críticos, o tempo que se demorou a ter obra feita.

E já agora ó críticos interrogaram-se, por acaso, sobre o destino das desditosas árvores? Sabem que foram fazer madeira para as lareiras do Natal! Será que não podiam ter um fim mais nobre, pintadinhas e expostas nos parques das escolas? Ou na futura rotunda na forma de uma construção em madeira. Ou não podiam ter sido aproveitadas para árvores de Natal? Afinal até eram 7, o que dava uma para cada freguesia. E já agora ó críticos não têm pena das centenas ou mesmo milhares de pinheiros novos que são cortados todos os anos quando chega a altura do Natal? Porque não uma manifestação contra os pinheiros de Natal? E porque não uma manifestação a favor dos burros e das vacas que nesta altura do ano trabalham sem descanso nos presépios de Natal? Não é isto um crime contra os animais? Será que na oposição ninguém vê isto?
 
posted by Jose Matos at 17:44
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Um fulano conduzia o automóvel na A1 quando recebe um telefonema da mulher:

-Querido, tem cuidado! Ouvi agora nas notícias que anda um maluco em sentido contrário na auto-estrada.

-Um!!?? São às centenas!!!
 
posted by Jose Matos at 13:53
segunda-feira, dezembro 13, 2004
É interessante pensarmos nas raízes de cada blogue em Estarreja. Porque surgiram? Que motivações estão por trás de cada um? Para que servem? Cada um terá a sua história para contar. Sobre o regresso do Passarinho não tenho dúvidas que voltou para ocupar o seu lugar de combate político. Também não tenho dúvidas que surgiu na altura para combater um outro que atacava sistematicamente a câmara. Curiosamente esse outro morreu. O Passarinho ficou, o que pode ser um sinal de que o passarinho tem asas para voar.
 
posted by Jose Matos at 18:49
domingo, dezembro 12, 2004
A elevação de Estarreja a cidade, só pode obviamente ter peso no plano simbólico. Não é por causa de ser cidade que vamos lá viver melhor ou que a qualidade de vida vai aumentar. Perguntam mesmo pela qualidade de vida da cidade de Estarreja quando o conceito é difícil de avaliar. É que qualidade de vida não será apenas a qualidade do espaço físico com vias, arruamentos e estradas e a sua adequação à nossa mobilidade. Ou a qualidade do património edificado. É também as zonas verdes, a qualidade dos espaços públicos, a qualidade do ar respirável, os serviços públicos e privados, o grau de motorização da população e o seu reflexo na mobilidade da cidade. É isso que é preciso avaliar em Estarreja. E a estes níveis é uma cidade onde ainda há problemas por resolver, embora não tenha grandes problemas de mobilidade. E hoje a mobilidade é se calhar o factor mais importante na vida de uma cidade. Portanto, uma primeira preocupação nesta cidade é não deixar que a sua mobilidade diminua, nem que congestione nas suas entradas principais. Outra será aumentar as zonas verdes e a qualidade dos espaços públicos. Mas se querem qualidade de vida, meus caros amigos, comprem uma casa na aldeia onde vivo. Aqui o ar é respirável, o grau de motorização baixo e a mobilidade total. Até as cegonhas circulam sem grandes problemas. E os galos ainda cantam e os grilos nas noites de Verão.

Há uma ironia amarga neste blogue e no seu nome. O próprio autor confirma isso no que escreve. Parece que não gosta do sítio onde vive, nem das pessoas, nem do provincianismo. Parece que o seu grande sonho era viver numa grande cidade, longe dos aldeões, perto dos cosmopolitas, no meio do ar irrespirável, das longas filas, de gente voltada de costas. Mas é curioso como continua a insistir em viver cá. Talvez venha daí a amargura. Mas além da amargura há também uma confusão de ideias. Um populismo nas palavras. Parece que tem razão em algumas coisas, mas só aparentemente. Porque bem lido, o discurso é fácil de desmontar. E continua-me a parecer que é um discurso típico da oposição, embora possa estar obviamente enganado.
 
posted by Jose Matos at 15:22
sexta-feira, dezembro 10, 2004
Um galo

cantou e outro respondeu

que está lá

no seu posto móvel

no vento

qualquer coisa negra

começa a desfazer-se

em claridade, a noite

repassa as outras latitudes

qualquer coisa começa

a restaurar-se nas janelas

as casas respondem

outros animais

retomam nos quintais

a domesticada vida

numa repetição sem delícia

nem tédio, um galo

avançou com a rotina

em todo o seu canto

que procede

do silêncio.


João Tomaz Parreira

 
posted by Jose Matos at 22:03
Se Santana Lopes disse há tempos a Dias Loureiro que isto só ia ao sítio com eleições antecipadas não se percebe porque razão ficou tão chateado com a decisão de Jorge Sampaio?
 
posted by Jose Matos at 20:42
Afinal o blogue do qual se dizia ter desaparecido ressuscitou dos mortos. E tem nova cara.
 
posted by Jose Matos at 19:58
quinta-feira, dezembro 09, 2004
Portugal não é um país difícil de governar. Ao contrário de muitos não tem tufões, nem tempestades tropicais, nem monções, nem tremores de terra frequentes nem vulcões prestes a explodir. Não tem um clima extremo, nem tem grandes cheias, nem grandes rios. Não tem terrorismo, nem inimigos à porta que façam gastar muito dinheiro em armas. Recebeu milhões na última década e meia para se modernizar e faz parte da União Europeia. E, mesmo assim, parece ingovernável. Parece que está tudo sempre por fazer. Que as grandes reformas nunca foram feitas. Que somos um país incompleto. Um amigo meu dizia que a necessidade aguça o engenho. E nós nunca tivemos uma guerra que arrasasse com isto tudo, nunca tivemos desgraças que nos obrigassem a levantar do pó e a fazer tudo de novo. Daí que o nosso engenho nunca foi aguçado. Mas ainda não é tarde. Ainda podemos ser alguma coisa de especial no futuro. Haja coragem.
 
posted by Jose Matos at 15:57
quarta-feira, dezembro 08, 2004
Qualquer pessoa que goste de árvores não gosta obviamente que estas sejam cortadas. Mas quando é mesmo necessário há que ter em linha de conta a sua idade, raridade e valor ambiental. O caso das árvores que foram cortadas por causa da nova rotunda do hospital deve também ser enquadrado neste contexto. Não eram árvores centenárias (não tinham mais de 50 anos), não eram de nenhuma espécie rara, nem tinham um valor ambiental elevado. É claro que tinham uma função estética no sítio onde estavam, mas perante a impossibilidade de as contornar, o abate era provavelmente a única hipótese. Foi um mal necessário. Felizmente ficaram lá muitas mais e novas serão plantadas. Por isso, não vale a pena fazer grande barulho por causa delas. Tenho pena, mas a obra que se está a fazer é mais importante.

Já agora bem pior foi aquilo que fizeram nos anos 80, na entrada sul de Fermelã. Existiam aí dois corredores de árvores na beira da 109, que desapareceram com o alargamento da estrada. Gostava delas, pois davam as boas-vindas a quem vinha daquele lado. Foi tudo cortado. Foram-se sem deixar rasto nem raízes. E ninguém as chorou. Mas ainda cá estão na memória. Silenciosas, altivas, com as gotas de orvalho, com as folhas de céu verde, com as copas escuras.

Quanto ao novo blogue acabado de chegar à blogosfera ser ou não de alguém ligado à oposição é o que vamos ver no futuro. Posso estar obviamente enganado e se assim for vou ter que me penitenciar daquilo que disse aqui. Agora acho estranho que num blogue ainda com poucos comentários, todos eles sejam contra a câmara. Além disso, a escolha do nome para o blogue denota uma ironia muito curiosa. É claro que não vejo mal nenhum em haver mais um blogue contra a actual câmara. Até lhe dei razão na questão das tampas, embora não lhe possa dar razão no resto, pois não a tem. Agora era bom que soubéssemos quem é o autor, pois acho que na blogosfera não deve haver anonimato. É bom que as pessoas digam quem são, para sabermos o que as move. Todos sabem quem sou, ou seja, que sou membro de um partido, que apoia a actual câmara. Portanto, quando me lêem sabem isso. Mas sabem também que sou um homem livre e que digo o que penso. Talvez, por isso, me leiam, me achem graça. Mas também sabem que não digo aqui tudo o que sei ou que penso, pois quando fazemos parte de um partido, tudo o que dizemos pode ser usado contra nós. Mas de uma forma ou outra sabem quem sou e ao que venho. E isso para mim é importante para perceber o que move cada blogue. Para entender as suas raízes já que falamos de árvores.
 
posted by Jose Matos at 20:42
sexta-feira, dezembro 03, 2004
A oposição criou mais um blogue. Ainda tem pouca coisa e não sei se terá muito assunto no futuro, mas numa coisa dou-lhe razão. A colocação de tampas de saneamento nas estradas seja em Estarreja ou noutro sítio qualquer é sempre uma desgraça. Estão sempre mais altas ou mais baixas que o pavimento e os nossos pobres carros lá vão andando a bater nelas. Será que esta malta que mete tampas não podia ir tirar um curso na Alemanha para aprender como é que se metem tampas certinhas com o pavimento? É que só se vê isto cá em Portugal. Isso e os rasgos mal tapados no meio da estrada, onde também andamos sempre a bater.
 
posted by Jose Matos at 19:59
quinta-feira, dezembro 02, 2004
Há tempos, o Fernando Mendonça queixava-se no seu blogue das queixas do PSD à Alta Autoridade para a Comunicação Social (ACS) contra o Voz Regionalista. Quem lê o comentário que ele produziu fica com a ideia que só o PSD é que faz queixas à ACS. Venho eu agora a descobrir que o nosso caro vereador também faz o mesmo e que na última queixa que fez acusava a câmara de não dar publicidade ao Voz Regionalista nem lhe remeter comunicados de teor político. O que é curioso é que perante tal descriminação a ACS devia ter dado logo razão ao autor da queixa. Mas não. Na deliberação que tomaram entenderam que não havia provas suficientes para sustentar as queixas. Mas disseram mais alguma coisa. Disseram que a ACS não era local para querelas e disputas partidárias como parece ser este o caso. Acho que está tudo dito no que diz respeito a queixas.
 
posted by Jose Matos at 16:02
Nunca pensei que isto acabasse assim tão rápido, tão depressa. Nunca pensei que o Presidente tivesse coragem para tomar uma medida destas. Mas lá percebeu que o primeiro-ministro não era capaz de garantir a estabilidade governativa de que o país tanto precisa e accionou a bomba atómica. É triste que tudo acabe assim. Deve ter sido dos governos mais curtos que tivemos desde o 25 de Abril. Em quatro meses tudo se esgotou. Mas os sinais de que isto podia acabar mal eram evidentes. Ninguém gostava deste governo. Desde que nasceu foi sempre mal amado, atacado e minado. Nunca teve estado de graça. A falta de confiança foi sempre uma constante. Num ambiente tão hostil era difícil sobreviver a não ser que o primeiro-ministro fosse um político excepcional. Mas não era. Ao longo destes quatro meses foi mostrando que não estava à altura do cargo. Falou de mais de que coisas que não sabia ou percebia mal, contradisse ministros, criou ou deixou criar factos políticos completamente desnecessários (o caso Marcelo), criou desconfianças onde elas não existiam e até mesmo na consolidação orçamental mudou ligeiramente de discurso quando não o devia ter feito. Não percebeu que governar um país nem é mesma coisa que ser Presidente de Câmara ou presidente de um clube de futebol. Aí as gaffes são mais aceitáveis, passam mais despercebidas. Agora ser líder de um governo é bem diferente. Aí não perdoam os deslizes. E quando começamos a governar num clima de desconfiança pior ainda. Qualquer deslize é logo notado, qualquer contradição é logo ampliada. Calculou mal o aviso que o Presidente lhe fez na reunião de segunda-feira. Até aqui falhou. Não percebeu que o Presidente queria mais do que um simples nome para substituir o ministro em falta. Elaborou mal a resposta. Meteu-se a jeito para que tudo isto acontecesse.


Para muitos foi um alívio o que aconteceu, para outros foi a sorte grande que lhes saiu. O homem do gelo quente deve estar radiante. De repente, o vento corre a seu favor e tem tudo para ganhar as próximas eleições. É certo que foi apanhado de surpresa. Vai ter que preparar um programa eleitoral à pressa e assim como uma ideia mobilizadora para o país. Duvido que esteja preparado para governar, mas talvez na adversidade se revele um bom político. Talvez, mas não dou muito por ele. Quanto ao PSD voltará à oposição para curar as feridas e fazer a travessia do deserto. Talvez encontre um bom líder depois deste. É um grande partido com muita gente boa. E talvez ganhe as presidenciais com Cavaco como candidato. Mas é triste que tudo acabe assim. Depois de dois anos difíceis vem agora o PS colher os louros da retoma.

Quanto a Cavaco Silva deve estar contente com tudo isto. Demarcou-se na hora certa dos maus políticos. Cortou na hora certa com Santana Lopes. Pode agora aparecer como uma espécie de Messias. Como um garante de estabilidade. Vai ter o partido com ele. O partido vai estar sequioso de vitórias e o simples facto dele poder ganhar as próximas presidenciais vai entusiasmar muita gente. Talvez lhe dêem razão na altura sobre os maus políticos, porque agora muita gente no partido não gostou do que ele disse. Mas o partido é volátil e muda facilmente de opinião. E o que agora parece errado no futuro pode estar certo.

Luís Marques Mendes também deve estar sorridente. Sabe que o vento sopra a seu favor. Por agora não vai levantar grandes ondas. Vai deixar que Santana Lopes seja o candidato do partido a primeiro-ministro. E vai deixar que ele acabe mal com uma derrota nas próximas eleições. Depois terá campo aberto para ser candidato a líder. Isto se não aparecer mais ninguém.

Uma última palavra para Regina Bastos. Não teve praticamente tempo para mostrar o que valia no governo. Mas espero obviamente que o PSD distrital lhe dê um lugar elegível na lista às próximas legislativas. E quando digo elegível é entre os 3 ou 4 primeiros. Penso que fará um bom lugar na Assembleia da República como deputada. Tem experiência e visão para isso e conhece bem o distrito. Além disso é sempre um encanto vê-la numa lista. Fica sempre bem em qualquer fotografia.
 
posted by Jose Matos at 13:29