segunda-feira, março 29, 2004
O que andava o presidente da câmara a fazer no Arizona há dias atrás? Sabemos agora em 1ª mão que o nosso presidente foi à cidade de Mesa, no Arizona, onde a Boeing tem uma importante fábrica de helicópteros Apache. Ora sabemos também que o presidente da câmara esteve nas instalações da Boeing onde assinou um contrato inédito. Comprou nada mais nada menos que um helicóptero Apache para o nosso município. O contrato é realmente inédito, pois é a primeira vez que alguém compra apenas 1 helicóptero. Segundo apuramos, o contrato prevê o pagamento do aparelho durante um período de 30 anos num sistema de crédito que a Boeing tem para estes casos. Depois de chegar a Estarreja, o helicóptero ficará estacionado nas traseiras da câmara onde vai ser construído um heliporto para a sua operação. O nosso presidente conseguiu também uma parceria importante em termos de formação dado não haver pilotos na câmara. Ficou acordado que um dos motoristas da câmara irá para os EUA durante um ano para receber um curso intensivo de pilotagem. O helicóptero será usado para as deslocações do nosso presidente e para combater também certos fundamentalistas que grassam por aí. É que o presidente da câmara tem sido acusado de ter tiques de ditador e sendo assim decidiu levar a acusação à letra tendo já na sua posse uma lista de alvos a suprimir. Com o Apache será extremamente fácil e diz quem sabe que é remédio santo. Portanto, caros fundamentalistas tenham cuidado quando andarem de carro. Quando menos contarem apanham com um míssil em cima. E posso dizer-vos que o impacto é terrível. Na imagem podemos ver o belo exemplar que vai equipar a nossa autarquia. Ora digam lá se não é bonito. Ainda por cima, seremos a primeira câmara do país a ter um bicho destes.



 
posted by Jose Matos at 19:06
quarta-feira, março 24, 2004
A ver com atenção. Gostei de ambos. O Dito Cujo e o Lado Esquerdo.
 
posted by Jose Matos at 16:12
 
posted by Jose Matos at 16:00
sexta-feira, março 19, 2004
Será que tem que ser sempre assim?


 
posted by Jose Matos at 19:50
Não foi por esquecimento, mas cá vai uma referência tardia para o blogue do José Carlos Sá. Por acaso, não ouvi a entrevista do Armando França à Terra Nova, mas não me espanta nada o discurso dele sobre o IC 1. Mas é bem feito que o traçado passe mesmo a poente que é para ele não cantar de galo.


 
posted by Jose Matos at 19:31
quinta-feira, março 18, 2004
Também não conhecia o Moliceiro. Gostei do que vi e sem saber como dei comigo .
 
posted by Jose Matos at 16:41
Não conhecia, mas fiquei a conhecer aqui.
 
posted by Jose Matos at 15:09
Está acontecer uma coisa estranha em Estarreja. A oposição está desfalecer a um ritmo tão acelerado que procura desesperadamente uma voz no meio do deserto. Quem ler a crónica que o Fernando Mendonça fez para a Rádio Voz da Ria a propósito do papel do Dr. Carlos Tavares nas Assembleias Municipais constata isso. Sem querer o nosso soldado desconfiado admite uma coisa que ninguém estava à espera. É que o Dr. Carlos Tavares eleito pela coligação, ministro deste governo e apoiante da actual câmara passou a ser o guia espiritual da oposição. O nosso vereador diz mesmo que ele é a voz que muitas vezes a oposição não tem. Ou seja, mesmo sem querer e com a melhor das intenções admite uma coisa que qualquer pessoa vê, que é a fraqueza da oposição no actual contexto político. Esta fraqueza passa em primeiro lugar pela Assembleia onde a bancada do PS não tem uma pessoa a quem realmente se possa chamar de líder (daí que esteja à procura de um), dado que o Eng. Aníbal Teixeira falta a muitas das reuniões devido aos seus afazeres profissionais. Mas mesmo quando ele está nota-se que não há coordenação e que cada um diz o que quer e lhe bem apetece. Daí que seja natural que o resultado de tais intervenções seja incipiente e que não provoque grandes preocupações à câmara. Esta é logo a primeira fraqueza que salta à vista. Ou seja, falta de preparação, descoordenação, e ausência de uma estratégia concertada. No fundo cada deputado do PS age como se não estivesse em grupo, mas sim sozinho a fazer oposição à câmara. O caso do Pedro Vaz é notório. O estilo agressivo e pouco reflectido destoa do resto do grupo e em termos práticos tem poucos resultados. Ele próprio devia ter consciência disso, mas como não tem e também ninguém lhe diz continua a insistir no erro. A segunda fraqueza reside fora da Assembleia no próprio PS que não consegue de forma clara transmitir uma idéia de alternativa ao actual poder. Quem olha para o PS não vê um candidato forte às próximas eleições, mas sim uma pessoa que concorre porque não havia mais ninguém no partido. Como já disse aqui está a prestar um serviço ao partido e a tentar evitar um desastre eleitoral. Só por isso merece o meu profundo respeito, mas não é assim que se ganha força eleitoral. Também não se percebe muito bem como governaria o PS caso fosse poder? O que faria de diferente ou de igual? São estas fraquezas que levam ao impensável de encontrar no Dr. Carlos Tavares um guia espiritual. Julgar que o Dr. Carlos Tavares é a voz da oposição em Estarreja é a mesma coisa que pensar que o Dr. Mota Amaral é a voz do PS na Assembleia da República. Ora esta é daquelas coisas inverossímeis, só possíveis quando o grau de desfalecimento já é grande. Mas é um facto que idéia começa a ganhar forma na blogosfera local. Um caso a seguir com atenção.

 
posted by Jose Matos at 14:38
Gostei de ver uma nova cara do Jornal de Estarreja on-line. Muito bem, gostei do que vi.
 
posted by Jose Matos at 02:29
Um artigo recente que o Pedro Vaz escreveu para um jornal local sobre os nossos presidentes de junta está agora disponível no seu blogue para qualquer um ler. O artigo até merece alguma atenção, pois tenta abordar alguns dos problemas que nós temos na nossa gestão autárquica. Só que descamba quando começa a fazer o elogio do presidente da Junta de Avanca como se este fosse o melhor da nossa galáxia e arredores. É claro que se o presidente em questão fosse do PSD aposto que ele já não dizia a mesma coisa. Mas como é do PS é o melhor deles todos na opinião deste nosso deputado. E é pena que o artigo se perca neste tipo de considerações quando sobre o assunto havia muita coisa para dizer. Ainda por cima, a conclusão é digna de nota. Segundo este nosso deputado “as pessoas merecem e exigem mais do que Bermas, Valetas e Cemitérios, por parte da sua Junta de Freguesia. As expectativas existentes não se compadecem com a falta de capacidade de iniciativa, nem com o vazio de ideias.” Ora se as pessoas exigem assim tanto como é que têm dado sucessivas vitórias ao longo dos anos aos autarcas do PSD contra os do PS? Parece que afinal de contas as pessoas até estão satisfeitas com o trabalho desenvolvido, senão votavam na oposição. Ou será que os candidatos do PS não estão à altura dos candidatos do PSD? Cá para mim, o problema deve ser do povo que não sabe votar, pensará o Pedro Vaz no seu íntimo (eu sei que ele pensa isto). Ou seja, o povo está todo mal e ele é que está bem. Mas se lermos com atenção o artigo percebemos logo que a mágoa do Pedro Vaz é mais pelo facto da coligação ser actualmente detentora de seis das freguesias do concelho e de não haver sinais de que as pessoas queiram mudar no futuro. E isto provoca obviamente um grande desgosto no nosso deputado, que não vê maneira da situação política mudar a favor do partido dele. Mas é assim a vida caro Pedro. Quando as pessoas não estão satisfeitas votam na oposição e mudam de presidente de junta. Como isso não tem acontecido em grande parte das nossas freguesias temo que estejas um pouco desconectado da realidade. Ou então tens andado a sonhar com um mundo cor-de-rosa. Mas não fiques triste. Pode ser que o coelho da Páscoa te traga umas amêndoas para combater essa amargura que carregas há tanto tempo.

 
posted by Jose Matos at 01:39
quarta-feira, março 17, 2004
Diz-me se és o meu reflexo oh fonte vulgar

Diz-me onde esconder a arma que eu soube de enferrujar

Castro com castro edificas eu castro o gesto a que incitas

Estátua de orgulho gelada sobre esta água parada



O vento de amanhã quando soprar desagregará o tempo presente

A memória da batalha clássica foi-se a bandeira ser-me-à indiferente

Vim para devolver as cidades aos intoxicados da Terra

Será nos gabinetes que se ditará a nova guerra



Sempre que fui combater rastejei pelo chão

Onde nem a beladona cresce tocando o musgo com a mão

Descargado d'alma mas mantendo a calma

Dilacerado esforço em vão



O vento de amanhã esfuma os viciados do controle

O cheiro a carne assada humana será uma recordação

Nem mais um soldado anónimo dormirá neste caixão

Sonhando agorrante com o nome da sua batalha banal


GNR, 1986
 
posted by Jose Matos at 01:20
quinta-feira, março 11, 2004
O Fernando Mendonça lançou um blogue com as suas crónicas na rádio. Chama-se o Largo dos Combatentes e tem um aspecto gráfico simples, mas bem cuidado que apreciei. Mas este soldado combatente desconfia de tudo o que se faz em Estarreja, principalmente vindo da câmara. Talvez não fosse má ideia mudar mesmo o nome do blogue e do endereço. Dava uma sugestão a este combatente. Que tal assim: http://soldadodesconfiado.blogspot.com.

 
posted by Jose Matos at 19:16
domingo, março 07, 2004
Mas se pouco falo como é que posso ser útil? E aqui reside outro equívoco na avaliação de um deputado. É que habitualmente pensa-se que quem fala muito é que é bom e está a representar bem os interesses do povo. Mas se formos a espremer aquilo que é dito em muitas assembléias ficamos espantados. O sumo é pouco. Há quem fale só para dizer alguma coisa. Há quem fale só para dizer o que toda a gente já sabe. Há quem fale só para dizer que não está calado. Há quem fale só para aparecer no jornal da terra ou na rádio. E há quem fale só para dizer que faz oposição à câmara. E isto no fim dá apenas ruído e assembléias que duram até de madrugada sem razão nenhuma. Se não tenho nada de importante para dizer é óbvio que não vou falar. Se não domino um dossier é óbvio que não vou falar. Se alguém já disse o que eu estou a pensar é óbvio que não vou falar. E se toda a gente fosse assim aposto que as assembléias seriam muito mais proveitosas e as actas mais pequenas para satisfação do secretário da mesa que tem a tarefa terrível de as fazer. Sei que é não é popular dizer isto, mas eu não ando na política para ser popular. Depois estou num grupo com 11 pessoas onde há um líder que deve ser o maior falador. Se ele diz uma coisa para que é que eu vou lá repetir o mesmo que ele disse por outras palavras? Digamos que tenho a sorte de estar num grupo bom, onde muita gente sabe falar e bem. Além disso, é um grupo de pessoas que pensam de forma parecida. É por isso que me sinto lá bem. Comungamos muitos pensamentos e também isso leva a que eu muitas vezes não fale. Mas é mais contra ao ruído de fundo que opto pelo silêncio. Mas descansem. Falarei sempre que for preciso. Disso não tenham dúvidas. E depois só dos poucos que tenho um blogue. E aqui assim falo muito como podem ver, embora sempre diga o que me convém dizer.
 
posted by Jose Matos at 19:40
O meu leitor perguntou-me também que sendo eu o mais inútil dos deputados porque razão havia alguém de votar em mim? E se estou sempre calado como é que posso defender os interesses de quem me elegeu? Começando pela primeira tenho a certeza absoluta (embora admita que possa estar enganado) que não houve uma única alma penada neste concelho que tenha votado em mim. Quem é que reparou que o meu nome estava na lista para assembléia municipal? Quem reparou que se acuse. Mas ninguém deve ter votado na lista só porque eu lá estava. Não tenho fãs nem adeptos. Não sou nenhuma estrela local. Portanto, mesmo que o meu nome não fosse na lista isso não tinha influência nenhuma no resultado final. Vale pouco o meu nome em termos de votos. É claro que ao dizer isto arrisco-me a que nas próximas eleições corram comigo. Se o meu nome não vale nada vão despachar-me na certa. Já estou a ver o meu presidente a ler isto e a pensar: vou tratar deste rapaz que não me dá votos nenhuns. Mas seguindo este critério muita gente seria despachada não só no nosso partido como nos outros todos. Por isso, a minha presença na lista e na assembléia tem que ter outra razão para além do voto popular. Talvez alguém tenha pensado que o meu contributo seria importante para ajudar esta câmara a governar melhor. Talvez. Mas já estou a dar muita importância a mim próprio. Cá para mim passei despercebido ou alguém se enganou no nome. Bem, eu sei a razão, mas não vos dizer. Mas já agora caso alguém tenha votado em mim queria agradecer o seu voto. Quem vota em mim vota sempre na pessoa certa e para o ano não se esqueçam. Se eu não for corrido votem novamente.
 
posted by Jose Matos at 19:39
Um leitor simpático e atento que se dá ao trabalho de ler este blogue escreveu-me a explicar as razões porque não costuma votar. Diz ele que uma das razões são as falsas promessas que os políticos prometem e depois não cumprem. É verdade que isto acontece e é mau para a classe política que assim seja. Creio que na maior parte dos casos isto não acontece por má fé dos políticos. Muitas vezes tais situações acontecem por imprudência política, por conhecerem mal a realidade, por serem demasiado optimistas em relação ao poder que vão exercer. O caso de Durão Barroso é um bom caso. Creio que ele não tinha a verdadeira noção da situação em que o país estava. Quando chegou ao poder deve ter apanhado um grande susto e deve ter reparado que não tinha outro remédio senão aumentar o IVA para captar receitas. Foi obviamente uma imprudência ter prometido certas coisas como choques fiscais e coisas do género. São promessas que agora as pessoas cobram. Outro caso que o leitor cita é o caso do aborto em que o PSD não tem coragem para romper com o PP e avançar com uma solução de despenalização. É verdade e tenho pena que assim seja. Mas aqui o PSD até diz que está a cumprir uma promessa eleitoral, embora curiosamente isso não conste do programa eleitoral do partido? Quanto a nós em Estarreja acho que tivemos o bom senso de prometer coisas exeqüíveis. É claro que há coisas que só são possíveis de concretizar na totalidade em dois mandatos, mas pelo menos vamos conseguir lançá-las ainda neste mandato. Acho que em 2005 poderemos enfrentar os eleitores de cara erguida no que toca a promessas. Mas era importante conseguir fazer passar a mensagem que muitas vezes não se cumprem promessas porque o exercício do poder não é tão fácil como parece e há muitos obstáculos pelo caminho. Era bom que uma vez por outra uma pessoa pudesse acompanhar a vida da câmara durante uma semana. Ver o que faz o presidente e os vereadores para ter a verdadeira noção do que é o exercício do poder e o trabalho desenvolvido. Se isto fosse possível acho que muita gente mudaria de opinião. O mesmo acontece em relação ao governo ou à assembléia da república. Uma semana com o governo ou com os deputados seria uma boa experiência para muita gente mudar de opinião. Pois acreditem que não é fácil governar e que muitas vezes se trabalha no duro para conseguir pequenas coisas que ninguém vê ou repara. É claro que nem tudo é perfeito e também há gente a passear o esqueleto em vez de trabalhar. Mas não podemos pôr toda a gente no mesmo saco. Senão o país seria ingovernável. Senão o país estaria num caos. É claro que há muita coisa mal na política (como em toda a sociedade), mas também há muita gente boa e que tem feito muito por este país. Não tenhamos ilusões quanto a isso. Depois não votar significa renegar uma conquista do 25 de Abril que foi o voto para toda a gente. Para quê que a malta no 25 de Abril teve tanto trabalho se agora o pessoal nem liga muito a essa famosa liberdade do voto? Que diabo, ao menos votem em branco.
 
posted by Jose Matos at 19:38
quinta-feira, março 04, 2004
Não era para falar deste assunto, mas como alguém pode pensar que estou zangado vou dizer em poucas palavras o que penso. Todos nós gostávamos de ter um quadro de pessoal mais reduzido e eficiente na nossa câmara. Infelizmente devido à lei que rege esta matéria tal não é possível e daí a razão da câmara ter apresentado na última assembleia a proposta que apresentou. Como o presidente da câmara referiu na sua intervenção, melhor é impossível. E até fez uma comparação com as câmaras à volta e Estarreja parece não estar nada mal nessa comparação. Convém também dizer que é uma proposta com meses de estudo e que pelo facto de ter muitos lugares vagos, não é obrigatório que a câmara os preencha. No fundo, a proposta tinha que ser como é. Tudo isto foi garantido pelo presidente da autarquia em pleno plenário e julgo mesmo que a intervenção dele foi fundamental para dissipar qualquer dúvida que pudesse existir. Para mim, o adiamento só tinha razão de ser se fosse para melhorar o documento. Agora não me parece que a câmara o possa mudar muito. Dessa forma, adiamos uma votação para brevemente votarmos exactamente a mesma coisa. Lembro também que já tinha havido uma reunião da comissão permamente para analisar o documento, onde quase ninguém apareceu. Ou seja, faltam às reuniões e depois vão para a assembleia cheios de dúvidas. Mas não fiquem preocupados. Isto é apenas uma mera opinião sem valor nenhum. Se calhar quem está mal até sou eu.


P.S. Uma rã à espera da Primavera.
 
posted by Jose Matos at 02:01
terça-feira, março 02, 2004
Para que serve um deputado? Um deputado pode servir para muitas coisas. Para fiscalizar, para ajudar a governar melhor, para destruir, para pôr em causa, para atrapalhar, para evitar desastres, para denunciar, para criticar, para estar calado quando deve falar. Como eu não tenha feito nada disto (senão estar calado quando devo falar), acredito sinceramente que sou o mais inútil dos deputados. Talvez tenha mesmo que ser despedido se continuar assim. Principalmente por colaborar em adiamentos com os quais não concordo.

 
posted by Jose Matos at 17:22