sexta-feira, fevereiro 27, 2004
A elevação de Estarreja a cidade é meramente simbólica e é nessa perspectiva que deve ser encarada. Pensou-se nos 30 anos do 25 de Abril para fazer isso, como se podia ter pensado noutra data qualquer. Talvez os 300 anos de elevação a vila em 2007 fossem mais a meu gosto, mas mais uma vez estamos no domínio do simbólico. Por isso, espero que não haja muito ruído na próxima assembléia sobre este assunto.
 
posted by Jose Matos at 01:52
quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Li no Carnaval que o presidente da câmara deu emprego a uma cunhada. Esqueceram-se foi de dizer que a referida pessoa limitou-se a concorrer a uma vaga por concurso público e onde apresentou o melhor currículo dos candidatos ao lugar. Ora sendo a melhor pessoa para o lugar não me parece que tenha que ser eliminada só pelo facto de ser casada com um cunhado do presidente da câmara. Eu pelo menos não gostava que me pusessem fora de um concurso só por ser da família do presidente da câmara e ainda por cima se fosse a pessoa mais habilitada para o lugar. Mas é claro que povo pensa logo se lá está é por que é da família do presidente. É assim o nosso povo. Desconfiado e sempre com a mania dos tachos.
 
posted by Jose Matos at 13:49
terça-feira, fevereiro 24, 2004
A falta de memória histórica é terrível. Há uns tempos um primo meu dizia por brincadeira numa reunião que os livros que uma associação tinha recebido no passado vinham do COPCON. Não fiz perguntas, mas vi pela cara de muitos que não faziam a mínima idéia do que era o COPCON. Devem ter ficado a pensar que era alguma instituição de solidariedade social para dar assim tantos livros. Faz-me lembrar aquela história do Savimbi no Alvor. Quando chega a vez de ele assinar alguém lhe diz: assine aqui ao longo desta linha. E o homem pega no dedo marca na almofada dos carimbos e faz uma longa impressão digital ao longo da dita linha. Pois é, toda a gente sabe quem foi o Savimbi, mas o Alvor já é mais complicado. Será que fica em Angola ou em Moçambique?
 
posted by Jose Matos at 19:23

O desinteresse que grande parte das pessoas mostra pela política e que se reflecte durante os períodos eleitorais sempre me meteu uma certa impressão. As razões deste desinteresse e deste absentismo são profundas e não são as mesmas ao longo das gerações. Nas gerações mais velhas penso que esta falta de interesse é ao mesmo tempo uma incompreensão do mundo que as rodeia. A falta de escolaridade aliada a anos de ditadura espalhou o analfabetismo entre os mais velhos que não percebem o mundo em que vivem. Muitos ainda dizem que o que faz falta é um “novo Salazar” e lembram com o saudosismo o tempo da ditadura. Comentam também que os políticos estão lá para se orientar e não para ajudar o povo. Esta gente quando vai votar não sabe muito bem o que vai fazer. Vota em função de um símbolo ou por que alguém lhes disse volta naquele sítio, naquela cruz, porque esses é que são bons. É assim que as coisas funcionam muitas vezes. Portanto, para eles a Europa é uma coisa muito distante e não fazem a mínima a idéia para que é que estão a votar. Mas o que dizer das gerações mais novas como a minha que praticamente já não viveram a ditadura e tem mais escolaridade para perceber o mundo que as rodeia? O que é que os leva a não votar? Muitos também dizem que não vale a pena votar porque são todos uns ladrões e que comem todos do mesmo tacho ou da mesma panela. Esta idéia de que a política é um grande tacho é velha e está muito difundida na sociedade. E hoje ouve-se cada vez mais. E é também uma desculpa para não votar, para não ligar nada à política. “Os tipos que vão para Europa ou para o governo vão para lá é para ganhar o deles”, escuto eu muitas vezes, como se os pobres deputados ou os ministros não tivessem direito a ganhar ordenado. Alguns ficam espantados quando descobrem que há ministros a perder dinheiro no governo. “Ah, mas se lá estão é por algum interesse” rematam logo. É assim que povo vê a política, no fundo é tudo um jogo de interesses e de ordenados. Mas este mesmo povo que só vê $$$$ na política e nos políticos de vez em quando lá se aborrece e vai votar para mudar o rumo das coisas. Normalmente perde-se ou ganha-se eleições por culpa do adversário. Guterres ganhou por que o povo estava farto do Cavaco, Durão ganhou por que Guterres foi-se embora, só Cavaco Silva em 87 e 91 chegou à maioria absoluta por mérito próprio. Mas mesmo nessa altura a frase era: “pode não ser bom, mas os outros também não são melhores”. Ou seja, é sempre pela negativa que se ganha. Isto tudo para dizer que nas próximas européias, muita gente não vai votar por que a Europa não lhes diz nada. Ou melhor, só se lembram da Europa quando lhes cheira a $$$$$$. De resto a Europa não serve para mais nada. Para os mais velhos a Europa fica noutra galáxia, para os mais novos fica noutro planeta. É isto que vamos ter em Junho. Tudo isto agravado pelo Euro 2004 que vai mobilizar a atenção do povo. O que importa é o futebol. A Europa que se lixe. Além disso, o futebol é uma coisa fácil de perceber. Ganha quem meter mais golos é tão simples quanto isto. A Europa não. É uma grande complicação e pensar dá trabalho e cansa muito. É mais fácil ver futebol do que um debate sobre questões européias. E é aqui reside o nosso mal e a nossa grande fraqueza. É que não estamos habituados a pensar nem a planear. Preferimos coisas simples. Os outros que pensem por nós. Por isso, é que estamos na cauda da Europa nesse sítio onde ninguém gosta de estar. Mas não fiquem tristes. Alguém tem que estar na cauda. Calhou a nós, mas que diabo tinha que calhar a alguém.
 
posted by Jose Matos at 19:23
sexta-feira, fevereiro 20, 2004
Um artigo de Pacheco Pereira que demonstra bem o circo que temos actualmente montado em torno das europeias e das presidenciais.
 
posted by Jose Matos at 00:44
quinta-feira, fevereiro 19, 2004
Há muito que tenho a ideia que o nosso presidente ficará na história como José Light Matos. E não é por mal que digo isto, mas realmente ele é o homem da luz. Com ele não ficamos às escuras. Com ele sabemos por onde vamos.
 
posted by Jose Matos at 03:06

Já agora convém dizer que esta câmara fez bem em ter dado prioridade à iluminação pública do concelho e ao problema dos cortes de energia. É claro que ainda há coisas a melhorar, mas foi bom ter começado com uma nova política de iluminação. É certo que este surto de luz tem uma faceta pouco boa para mim, pois rouba-me as estrelas, mas esse não é um problema só de Estarreja, mas de todo o país. Mas quem sabe se no futuro não poderemos corrigir isso devagarinho?
 
posted by Jose Matos at 02:59
Aqui está um bom exemplo de um candeeiro antigo que fica sempre bem em qualquer sítio, mas que aponta só para chão.

 
posted by Jose Matos at 02:47

Talvez agora comecem a perceber a razão da luz. É que eu sou radicalmente contra aos candeeiros que apontam para o céu para iluminar o peito das aves nocturnas, contra a luz lançada para ar sem proveito nenhum, em suma, contra a poluição luminosa que grassa por este país fora. Portugal é dos países da OCDE que tem o pior resultado na razão entre a energia consumida e o trabalho gerado. Desperdiçamos muito. E um dos sectores é o da iluminação pública. Para começar usamos as lâmpadas que consomem mais, vapor de sódio de alta pressão, quando devíamos usar vapor de sódio de baixa pressão. Depois temos candeeiros completamente mal desenhados e concebidos que em vez de apontarem só para o chão mandam luz para tudo quanto é sítio, nomeadamente para o ar, onde não é preciso luz para nada. Depois temos luzes a iluminar árvores (certamente para elas verem bem de noite), monumentos, estátuas e outras coisas sem necessidade nenhuma. Quanta luz e energia é desperdiçada nisto sem razão nenhuma? Mas o que mais me trama é o pobre do céu nocturno e as estrelas que lá estão. É que no Verão gosto sempre de ver a Via Láctea na minha rua, as constelações, essas coisas "lá de cima" que como a água que nós bebemos também são um recurso natural. E o que eu vejo é cada vez mais luz a roubar-me as estrelas. E as estrelas são o meu sustento, o meu consolo, neste cantinho da aldeia. Em vários países da Europa e nos EUA começam a ser tomadas medidas para combater a poluição luminosa. Por cá ninguém fala disto e continuamos contentes a gastar luz para iluminar o céu quando o que é preciso é iluminar a terra. É claro que isto é um problema muito velho que já vem detrás, mas com o passar dos anos vai-se agravando. E era bom começarmos a pensar neste assunto a sério, não só pelas estrelas, mas também por causa da conta da electricidade no final do mês. É claro que não podemos ir agora a correr mudar as lâmpadas todas, mas podíamos começar devagarinho rua a rua com calma. Depois estabelecer regras no tipo de configuração dos candeeiros de forma a que apontassem só mesmo para o chão. Só nestas duas "coisinhas" o ganho seria enorme. Eu sei que ninguém liga nada a isto, mas ao menos pensem um bocadinho no assunto e quando forem de noite na rua imaginem como tudo seria mais bonito.




 
posted by Jose Matos at 01:58
quarta-feira, fevereiro 11, 2004

As palavras de Durão Barroso em Aveiro a propósito das eleições europeias são estranhas e realmente deixam adivinhar que vem aí um desastre eleitoral. Será que o PSD já tem sondagens que dizem isso ou tudo não passa de um equívoco? Uma coisa me parece certa. O alheamento do eleitorado vai ser grande e a abstenção também. Mas parece que vamos ter uma deputada europeia cá do burgo em lugar elegível. Espero que sim, pois a pessoa em questão bem o merece. Mas voltarei um dia destes ao assunto.
 
posted by Jose Matos at 20:05
terça-feira, fevereiro 10, 2004
Não há nada como as andorinhas para dar um ar de Primavera.
 
posted by Jose Matos at 16:12